
Nesta segunda-feira, 11 de agosto, o programa Conversa com Bial vai abrir espaço para um encontro que promete emocionar e inspirar quem acompanha a música brasileira contemporânea. O grupo Os Garotin, trio formado por Léo Guima, Anchietx e Cupertino, estará junto com uma cantora e compositora que compartilha a paixão pela black music — um movimento cultural que pulsa nas veias do Brasil e que, através deles, revela suas múltiplas cores, histórias e sonoridades.
A história do Os Garotin é, antes de tudo, uma história de amizade e resistência. Nasceram em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, em um ambiente onde os sonhos costumam se deparar com muitos desafios. Mas a música foi a ponte que uniu esses três amigos e que os conduziu para além do que imaginavam: para o reconhecimento nacional e internacional.
De uma festa a um Grammy: a força da união
Tudo começou em 2019, em uma festa de aniversário na casa que Cupertino dividia com Léo Guima. Eles já eram amigos, cada um com sua caminhada e projeto musical, mas foi naquele momento que a mágica aconteceu. Ao se juntarem, perceberam uma sintonia que ia muito além do que a soma de suas vozes. A amizade se transformou em música, e a música, em um projeto que logo ganharia forma.
A empresária Paula Lavigne percebeu o potencial do trio e apostou na união dos três. Com o incentivo certo, os Garotin começaram a trabalhar juntos, e em agosto de 2023 lançaram o primeiro EP, “Os Garotin Sessions”. O que parecia um experimento virou um marco, e em 2024, com o lançamento do álbum “Os Garotin de São Gonçalo”, eles conquistaram corações com 12 faixas que falam de amor, de luta e de identidade.
O reconhecimento veio em forma de prêmios, mas principalmente no carinho do público. Em novembro de 2024, o trio trouxe para casa o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa — uma conquista histórica que simboliza mais do que um troféu. É a celebração de um som genuíno, de uma voz que ecoa da periferia para o mundo.
Música que fala de gente, da vida e da rua
Os Garotin não fazem apenas música; eles contam histórias. Histórias de quem vive a periferia, de quem sente na pele as injustiças e as alegrias da vida. As letras falam de amor, claro, mas também de representatividade negra, de orgulho da cultura carioca e da vivência única de São Gonçalo.
É impossível não se emocionar com “Vini Jr.”, uma homenagem ao jogador Vinícius Júnior, que assim como eles, veio das mesmas ruas e enfrentou obstáculos para chegar onde está. Essa conexão com suas raízes é o que dá à música deles uma autenticidade rara.
Musicalmente, o trio transita com leveza e talento entre o R&B, o soul, o pop e a MPB. O legado de nomes como Tim Maia, Gilberto Gil e Jorge Ben está presente, mas os Garotin trazem sua própria linguagem, um som contemporâneo e pulsante, que fala diretamente aos jovens e aos amantes da boa música.
Além do trio: vozes que se complementam
Cada integrante também lançou trabalhos solo que aprofundam suas visões e estilos, trazendo mais nuances para o que o grupo representa. Léo Guima, Anchietx e Cupertino seguem suas carreiras individuais com EPs que exploram seus universos pessoais, mas que dialogam harmoniosamente com o som coletivo de Os Garotin.
Além disso, a presença da cantora e compositora convidada no programa reforça a ideia de que a black music é uma rede de encontros, trocas e fortalecimento. É essa união de vozes, diferentes e complementares, que faz a música crescer e se transformar em uma linguagem universal.
O que esperar do encontro com Pedro Bial
No programa, Pedro Bial vai conduzir uma conversa que promete ir além das notas musicais e das conquistas. Será uma troca sobre identidade, cultura, pertencimento e sonhos. Os Garotin e a cantora vão abrir o coração e compartilhar seus processos criativos, as inspirações e os desafios enfrentados para se manterem fieis às suas raízes em um mercado que muitas vezes tenta ditar padrões.
Esse é um momento para escutar a força da juventude negra da periferia do Rio, para conhecer a história por trás do sucesso e para entender como a música pode ser um instrumento de transformação social.
Um sopro de esperança e representatividade
Mais do que artistas premiados, Os Garotin representam um movimento que cresce com a força de quem quer ocupar o espaço que sempre lhes foi negado. É uma voz de resistência, que fala de um Brasil plural, diverso e cheio de potencial.
Quando eles cantam, contam a história de milhares de jovens que, como eles, sonham alto e trabalham duro para fazer arte que toca o mundo. A black music, através desses artistas, deixa de ser só um gênero musical para virar uma celebração da cultura negra e da periferia brasileira.
O trio tem uma relação profunda com seus fãs, que se reconhecem nas letras, nos ritmos e no jeito sincero de fazer música. Eles não só entretêm — eles acolhem, inspiram e fortalecem. Cada apresentação é um abraço coletivo, uma troca de energia que renova a fé no poder da arte.
















