Nesta sexta-feira, 10 de outubro de 2025, o Conversa com Bial apresenta uma entrevista imperdível com a atriz Débora Bloch, que revisita o sucesso do remake da novela Vale Tudo e compartilha detalhes dos bastidores de um dos papéis mais icônicos da televisão brasileira: Odete Roitman. A vilã, que ficou marcada pelo mistério “Quem matou Odete Roitman?”, continua fascinando o público e inspirando discussões sobre poder, ambição e caráter.
Durante o bate-papo com Pedro Bial, Débora relembra o impacto do personagem na primeira versão da novela, exibida em 1988, e comenta como foi reviver a personagem no remake. “Interpretar Odete Roitman em um momento maduro da minha carreira é um desafio e uma oportunidade. Não é apenas a experiência de atriz, mas também a experiência de vida que traz profundidade e autenticidade para cada cena. É dedicação total”, explica.
Uma carreira marcada por versatilidade e reconhecimento
Débora Bloch nasceu em Belo Horizonte, em 29 de maio de 1963, e construiu uma trajetória sólida no teatro, cinema e televisão. Conhecida por sua versatilidade, transita com naturalidade entre drama e comédia, colecionando prêmios importantes como quatro Prêmios APCA, um Troféu Imprensa, um Prêmio Shell, dois Prêmios Qualidade Brasil, além de indicações ao Grande Otelo e ao Prêmio Guarani.
Formada em atuação pelo Teatro Ipanema, Débora iniciou sua carreira no teatro e logo conquistou destaque na televisão. Seu primeiro papel de grande repercussão veio em Sol de Verão (1982), que lhe rendeu o Prêmio APCA e uma indicação ao Troféu Imprensa. No cinema, brilhou em Bete Balanço e Noites do Sertão (1984), sendo reconhecida em festivais como o de Gramado e o Festival de Brasília.
No universo do humor, destacou-se com personagens do programa TV Pirata (1988–1992), um sucesso de audiência, e continuou construindo papéis memoráveis na televisão, como a vilã Teodora em Salsa e Merengue (1996), a protagonista de Caminho das Índias (2009) e personagens marcantes em Cordel Encantado (2011), Avenida Brasil (2012), Sete Vidas (2015) e Segunda Chamada (2019–2021).
Odete Roitman: a vilã que atravessa gerações
A entrevista com Bial dedica atenção especial à construção de Odete Roitman, personagem que marcou época e se tornou referência no universo das vilãs da TV brasileira. Débora comenta como a repercussão da pergunta “Quem matou Odete Roitman?” transformou a novela em um fenômeno nacional, prendendo a atenção do público e consolidando a personagem na memória coletiva.
No remake, a atriz ressalta as nuances adicionais que pôde explorar. “Odete ganhou camadas novas, detalhes que refletem tanto a minha maturidade como atriz quanto a forma como o público hoje entende os personagens. Ela continua sendo uma vilã forte, mas agora com complexidade ainda maior, que mistura ego, astúcia e momentos de humanidade”, diz Débora.
Além de Vale Tudo, Débora se destacou recentemente em papéis de antagonista, como Deodora, esposa do coronel Tertúlio Aguiar (José de Abreu) em Mar do Sertão (2022–2023) e em No Rancho Fundo. Essas interpretações reafirmam sua habilidade de criar personagens memoráveis e multifacetados, mantendo-se relevante em produções atuais.
Reflexões sobre a maturidade e a dedicação à arte
Ao longo da conversa, Débora Bloch também fala sobre como a maturidade pessoal e profissional influencia a forma de interpretar. “Hoje tenho uma compreensão maior do que significa dar vida a uma personagem icônica. Experiências de vida, estudos e vivência como atriz se somam, permitindo explorar nuances que antes eu talvez não conseguisse. A dedicação precisa ser total”, explica.
A atriz acredita que revisitar papéis emblemáticos é uma oportunidade de crescimento, permitindo explorar aspectos da personalidade da personagem que refletem também a experiência do intérprete. Para Débora, esse diálogo entre vida e arte é fundamental para manter a interpretação autêntica e impactante.
Legado e inspiração
Débora Bloch construiu uma carreira marcada por consistência, talento e reinvenção. Sua trajetória no teatro, cinema e televisão serve de inspiração para novas gerações de atores e atrizes, provando que versatilidade, disciplina e paixão pela profissão são elementos essenciais para se manter relevante ao longo do tempo.
No Conversa com Bial, a atriz compartilha não apenas memórias e bastidores, mas também reflexões sobre o ofício da atuação e a responsabilidade de interpretar personagens que se tornam parte da história cultural do país. Odete Roitman, nesse contexto, é mais do que uma vilã: é um ícone que atravessa décadas, dialoga com diferentes públicos e mantém viva a discussão sobre moralidade, poder e ambição.





