Foto: Reprodução/ Internet

A narrativa hábil e cativante do filme As Tartarugas Ninja: Caos Mutante segue os quatro irmãos notavelmente singulares: Leonardo, Michelangelo, Donatello e Raphael, em sua ávida busca por um senso de pertencimento em um mundo que sempre os condenou ao exílio subterrâneo, alertando-os sobre o inevitável repúdio humano caso se aventurem para fora dos esgotos. No entanto, essa dinâmica intrincada e introspectiva ganha contornos intrigantes quando o destino os coloca frente a frente com April, uma jornalista jovem que, com notável agilidade, insere-se no círculo da amizade dos irmãos. Unidos por laços mais profundos do que o DNA, eles logo se veem confrontados com um inimigo que ameaça não apenas suas existências, mas também a integridade da cidade.

A grande vitória do filme reside na sua decisão consciente de adotar uma abordagem especialmente direcionada ao público adolescente. Tal escolha não apenas permite uma exploração cuidadosa dos traumas e dilemas universais da adolescência, mas também oferece uma rica tapeçaria de momentos descontraídos, humor afiado e uma atmosfera resolutamente contemporânea. O fio narrativo, embora enraizado em elementos de ação e confrontos épicos, floresce graças à sua dinâmica apaixonante e a uma interação fraterna que irradia carisma ao longo do filme.

As Tartarugas Ninja, com sua longa permanência na cultura popular, desfrutaram de presença em filmes, desenhos animados, jogos e quadrinhos, entretanto, ao longo dos anos, havia sempre uma sensação latente de que seu potencial mais profundo, tanto em termos de história quanto de desenvolvimento de personagens, não havia sido totalmente explorado. O filme atual finalmente corrige essa lacuna há muito sentida, oferecendo uma perspectiva renovada e envolvente.

Porém, o filme não escapa de uma crítica merecida. Enquanto a dinâmica central e o desenvolvimento dos personagens principais brilham intensamente, a narrativa peca ao tratar os personagens secundários de forma mais superficial. As histórias desses personagens, que poderiam ter contribuído para uma maior profundidade emocional e envolvimento, são apenas tangenciadas, deixando um gosto de insatisfação na boca do espectador. Uma exploração mais profunda desses elementos secundários poderia ter conferido uma camada adicional de riqueza à trama e aos vínculos estabelecidos.

No entanto, apesar dessa falha pontual, o filme triunfa em oferecer uma visão revigorada e emocionante das Tartarugas Ninja, injetando nova vida em uma franquia querida e, ao mesmo tempo, pavimentando o caminho para um potencial futuro brilhante. Sua abordagem centrada na adolescência, o humor bem construído e a dinâmica fraternal apaixonante fazem deste filme uma adição marcante à saga das Tartarugas Ninja.

Avaliação geral
AVALIAÇÃO GERAL
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Esdras Ribeiro
Além de ser o fundador e editor-chefe do Almanaque Geek, Esdras Ribeiro também desempenha o papel de Diretor de Arte na Agência Arte de Criar Digital. Possui formação em Design Gráfico e atualmente está cursando Publicidade e Propaganda na Faculdade Estácio.
critica-as-tartarugas-ninja-caos-mutanteO filme das Tartarugas Ninja segue os quatro irmãos em busca de aceitação, enfrentando um novo inimigo que ameaça a cidade. A abordagem voltada para o público adolescente traz humor e contemporaneidade à narrativa, destacando a interação entre os irmãos. A história finalmente explora o potencial da franquia, mas peca ao tratar superficialmente os personagens secundários, perdendo oportunidades emocionais. Apesar disso, o filme renova a franquia com dinamismo e carisma, prometendo um futuro promissor.

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