Crítica – Bailarina é arte e brutalidade em perfeita harmonia no universo de John Wick

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Com Bailarina, o universo de John Wick ganha um novo e vibrante fôlego. Sob a direção segura de Len Wiseman, conhecido por seu domínio estético em filmes de ação estilizados, o spin-off ousa levar a franquia a uma direção mais sensorial e intimista, centrada em uma figura feminina poderosa e complexa. Eve Macarro, interpretada com força e sutileza por Ana de Armas, é uma assassina moldada pela tragédia e treinada pela enigmática organização Ruska Roma — introduzida em John Wick: Capítulo 3 — e agora explorada com mais profundidade.

Logo de início, o longa deixa claro que sua proposta é mergulhar o público em uma atmosfera densa e visualmente arrebatadora. A direção de arte é um espetáculo à parte: os cenários frios e luxuosos, banhados por luzes neon e sombras dramáticas, evocam tanto o lirismo quanto a brutalidade, um contraste que se reflete na própria protagonista. A trilha sonora — minimalista e atmosférica — acompanha cada respiração, cada disparo, cada passo de dança com uma precisão quase cirúrgica.

O grande diferencial de Bailarina está nas sequências de ação, verdadeiras coreografias cinematográficas que fundem técnicas marciais com movimentos do balé clássico. Longe de ser apenas um recurso estético, essa escolha dá ao filme um ritmo singular, onde violência e beleza caminham lado a lado. Cada embate é filmado com clareza e impacto, respeitando o espaço físico dos personagens e valorizando o desempenho dos atores.

Ana de Armas, por sua vez, entrega uma das performances mais cativantes de sua carreira. Sua Eve é silenciosa, letal, mas profundamente humana. A dor da perda e o desejo de justiça movem a personagem, que encontra no instinto assassino não apenas sobrevivência, mas expressão emocional. A atriz transita com naturalidade entre o lirismo de uma bailarina e a ferocidade de uma vingadora, imprimindo carisma e intensidade a cada cena.

Ainda assim, Bailarina não escapa de alguns tropeços. A narrativa, embora funcional, não traz grandes reviravoltas ou surpresas. Em comparação aos capítulos principais da franquia, falta à trama uma teia de subtramas e conexões mais intrincadas. O roteiro se mantém focado e direto — o que pode ser positivo em termos de ritmo, mas limita a ambição da história.

No entanto, como extensão do universo John Wick, o filme acerta em cheio. Introduz novos elementos mitológicos, expande personagens secundários com inteligência e prepara o terreno para futuras conexões — tudo isso sem perder sua identidade própria. Bailarina é um spin-off que respeita suas origens, mas ousa experimentar novas formas, tons e narrativas.

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