Foto: Reprodução/ Internet

Dirigido e roteirizado pelo já notório Ari Aster, o longa-metragem nos mostra mais uma vez que a parceria entre seu diretor e a produtora independente A24 só nos dá bons frutos, a dupla que também foi responsável por Hereditário e Midsommar-O mal não espera a noite, chegou nos cinemas brasileiros Beau tem medo, diferente dos seus precursores, o longa deixou de lado o terror sobrenatural ou relacionado a seitas e trouxe um terror comédia, se é que é possível tratá-lo dessa forma após conseguirmos enxergar e entender os motivos de seus tantos medos, mesmo que estes sejam nos apresentado de formas exageradas e muitas vezes confusas.

Trazendo a premissa de um homem que precisa visitar sua mãe no aniversário de morte de seu pai o longa nos traz no papel principal Joaquin Phoenix que mostra que uma premissa fácil demais nunca é o que deveríamos esperar de Ari Aster, afinal, Beau é extremamente ansioso e solitário, sua mãe Mona é exageradamente odiosa, e as situações que ele enfrenta para chegar à ela são fantasiosas e loucas em níveis absurdos, sim, tudo em exagero, mas sem cansar ou fazer o espectador criar ranço da sua narrativa, afinal, como cansar de uma história que sempre nos apresenta novos entrelaces?

O filme representa de forma fácil, um pesadelo que parece se estender a noite toda, e você nunca sabe se chegou ao fim, pois, sempre que parece está tudo em ordem abre-se uma nova janela, e outra enxurrada de informações nos é jogada, e temos, que assim como nosso protagonista, tentar entender e descobrir o que fazer com aquilo, afinal é loucura demais. O terror vem das coisas mínimas, que todo ser humano tem medo, mas que no filme é amplificado de forma surreal, ter sua casa invadida, suas malas roubadas, acordar na casa de outra pessoa sem ter como sair de lá, está de visita na casa de alguém e ser odiado por alguma pessoa dessa família e coisas assim, tudo apresentado de forma gigantesca para causar mais incômodo ao mesmo tempo que gera familiaridade com as situações, mas claro que o longo não fica nos desconfortos reais e traz o surrealismo para sua narrativa também, sendo num espetáculo no meio da floresta ou um último julgamento  absurdamente parecido com os do coliseu na Roma antiga, e nos entregando mais de um final para o nosso protagonista, o drama mais pesado além da sua completa falta de controle em sua própria vida, é o mommy issues que Beau se concentra, é algo inimaginável e ao mesmo tempo bem real. Embora o personagem de início nos dê certa agonia por não saber o que fazer e sempre perguntar a qualquer figura que seja relativamente mais empoderada que ele, no decorrer do longa ele reduz suas perguntas de o que fazer com sua própria vida e começa a correr e fugir para conseguir vivê-la mesmo que muitas vezes em forma de devaneios.

Para finalizar, a produção se mostra como um filme que se você não conseguir entender o que está acontecendo então vc está no caminho certo, porque muito além do que é mostrado o longa-metragem quer apresentar um resultado que só seria possível com toda aquela bagunça, não existe cena desnecessária pois todas elas fazem parte do processo para um resultado maior, sem contar que quanto mais você assiste mais detalhes você nota e chega a conclusão dele sempre com pensamentos diferentes do que o diretor quis nos mostrar.

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