Explorando momentos cruciais da vida de Marley, o filme destaca não apenas sua mensagem universal de paz e amor, mas também as muitas adversidades enfrentadas por ele e sua família ao longo do caminho. A narrativa, habilmente estruturada para abranger um período específico da história de Marley, utiliza flashbacks estratégicos para explorar os aspectos mais marcantes de sua infância e adolescência, enquanto o cenário internacional de sua turnê confere um dinamismo envolvente ao enredo.
A trilha sonora, repleta dos inesquecíveis sucessos de Marley, não apenas embala os momentos mais significativos do filme, mas também serve como uma poderosa evocação da influência global e do compromisso incansável de Marley com sua missão pela paz. Embora a atuação brilhante de Ben-Adir, especialmente nas cenas mais íntimas, seja um destaque incontestável, as produções grandiosas dos shows também merecem reconhecimento, oferecendo pausas bem-vindas e momentos de esplendor cinematográfico.
A abordagem do filme em relação à interseção entre política e arte, evidenciada por um atentado chocante que impulsiona Marley a repensar seu papel no mundo, adiciona uma camada fascinante de complexidade à narrativa. No entanto, a falta de profundidade em certos aspectos da história, possivelmente devido à influência da família de Marley na produção, deixa o espectador com um desejo palpável por uma exploração mais profunda e intrincada.
Apesar dessas limitações, “Bob Marley: One Love”, através de seu elenco carismático e momentos inspiradores, consegue capturar de forma impressionante a essência do ícone do reggae durante seus últimos anos de vida. Embora não seja completamente imune às armadilhas comuns das cinebiografias, o filme ainda oferece uma visão apaixonante e memorável do legado de Marley, deixando o espectador com um desejo insaciável de conhecer mais sobre o homem por trás da lenda.