No mundo em que vivemos, onde os direitos de todos deveriam ser algo comum e aceito, e onde a discriminação deveria ser uma palavra esquecida, percebemos que ainda temos muito o que evoluir. Este filme, ao mesmo tempo em que é divertido, é tocante e nos mostra uma mensagem tão linda que com certeza sairemos do cinema com o coração quentinho e alegre. O longa-metragem é um remake do drama espanhol Forjando Campeões, lançado em 2018.
O longa é um ótimo filme para se assistir e sair do cinema com a energia lá em cima. A trama acompanha Marcus, interpretado por Woody Harrelson (Venom), que, por sinal, está excelente no papel. Acredito que não poderia ter sido feita uma escolha melhor para o personagem, pois ele dá vida a um técnico de basquete profissional que começa a treinar um time de jogadores com deficiência intelectual como parte de sua sentença de serviço comunitário. Seu desafio não é apenas levar o time à vitória, mas também se conectar com os jogadores e aprender a lidar com as diferenças entre eles.
O filme apresenta muitos clichês, que são frequentemente vistos em filmes de esporte e superação. No entanto, consegue trabalhá-los de forma eficaz ao longo de toda a narrativa, tornando-a confortável e divertida de assistir. Embora previsível em certos momentos, a comédia não se limita apenas a momentos de diversão e alegria. Também mostra as dificuldades enfrentadas por cada personagem, tanto como atletas quanto como pessoas com deficiência. A superação demonstrada a cada treino e no dia a dia nos mostra ainda mais como somos capazes de superar qualquer obstáculo que nos seja proposto, e como a determinação e a persistência para alcançarmos nossos objetivos são válidas.
Ao longo do filme, Woody Harrelson oferece uma interpretação brilhante e possui uma sensibilidade ímpar, conferindo ao personagem uma voz tão tocante que com certeza tocará o coração do espectador na poltrona. Ele consegue retratar o técnico como alguém ambicioso e cabeça dura, ao mesmo tempo que revela seu lado romântico e extremamente sensível. A química entre ele e Kaitlin Olson (Alex) na tela é impecável, trazendo leveza e diversão ao enredo. O elenco demonstra uma grande sinergia e consegue manter um alto nível de qualidade, conferindo à história contada um tom leve e emocionante.
Além disso, o filme aborda de forma sensível e realista as questões relacionadas à deficiência intelectual, mostrando o potencial e a habilidade dos jogadores que compõem o time. Ao explorar as dificuldades que eles enfrentam em suas vidas diárias, tanto no âmbito esportivo quanto pessoal, somos convidados a refletir sobre a importância da inclusão e da aceitação das diferenças. A narrativa ressalta a capacidade de cada pessoa de superar desafios, conquistar seus sonhos e encontrar seu lugar no mundo.
É interessante observar que o filme equilibra habilmente os momentos de comédia e diversão com cenas mais emotivas, que evocam empatia e sensibilidade. Ele nos lembra que, por trás das limitações e obstáculos, existem histórias de superação e força que merecem ser valorizadas. A mensagem transmitida é poderosa e inspiradora, lembrando-nos de que todos têm o direito de serem reconhecidos, respeitados e amados, independentemente de suas habilidades ou diferenças.
Campeões é um filme que nos faz rir, chorar e refletir sobre a importância de construirmos uma sociedade mais inclusiva e igualitária. Com seu elenco talentoso, narrativa envolvente e mensagem positiva, ele nos convida a enxergar além das limitações e a valorizar a diversidade. É uma obra que toca o coração, nos lembra da resiliência humana e da capacidade de transformar desafios em oportunidades de crescimento e união.
Em suma, a obra é um filme que vai além de ser apenas uma história de superação esportiva. É um lembrete poderoso de que, apesar das diferenças, todos merecem igualdade de oportunidades e respeito. Ao assistir a esse filme, somos convidados a refletir sobre nossas próprias atitudes e ações em relação à inclusão e à aceitação das diferenças. É uma experiência cinematográfica que certamente nos deixará com o coração aquecido e a alma inspirada.
Que olhar diferente sobre uma história, nos traz uma pitada de reflexão e também a refletir, será que estamos sendo realmente empáticos e inclusivos?? Precisamos rever nossos conceitos e princípios. Não sei se é ou não baseado em fatos reais, porém esta crítica nos mostra que esta é uma realidade nossa e há necessidade de reavaliarmos. Com certeza irei ver o filme. Parabéns ao escritor!!