O filme Lobisomem busca se destacar ao adotar uma abordagem minimalista semelhante à de O Homem Invisível, trazendo reflexões sobre violência herdada e raiva masculina. Apesar da ambição, o longa enfrenta dificuldades em desenvolver plenamente suas temáticas centrais, o que limita seu impacto emocional e narrativo.
A história apresenta uma introdução interessante ao explorar a dinâmica familiar do protagonista, mas os diálogos e situações soam um pouco artificiais, prejudicando a imersão do público. Há momentos em que o roteiro poderia aprofundar mais os conflitos e conexões entre os personagens, mas sua execução apressada acaba comprometendo esse potencial.
O elenco conta com o talento de Julia Garner, que tenta imprimir autenticidade à sua personagem, embora esta não receba a profundidade esperada. O filme oferece alguns vislumbres de tensão e mistério, mas o ritmo acelerado, especialmente nos primeiros 30 minutos, prejudica a construção de um vínculo mais forte com a narrativa.
Visualmente, a iluminação escura é usada para criar uma atmosfera sombria, mas, em certos momentos, dificulta a experiência do espectador. No entanto, o esforço para evocar um clima minimalista e intimista é notável. Já no campo do terror, as cenas de gore poderiam ter sido mais ousadas e criativas, mas ainda conseguem entregar alguns momentos intrigantes.
Apesar de suas falhas, Lobisomem é uma obra com ideias interessantes e uma tentativa válida de explorar o gênero de forma diferente. Com ajustes no roteiro e maior cuidado na execução visual, poderia se tornar uma experiência mais impactante e memorável. Para os fãs do gênero, vale a pena conferir, especialmente para apreciar a proposta de um terror mais reflexivo e intimista.