Foto: Reprodução/ Internet

Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan é uma superprodução francesa que presta homenagem ao grande cinema de aventuras. O filme, dirigido por Martin Bourboulon e com roteiro de Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière, conta com um elenco impecável, no qual se destacam Vincent Cassel e Eva Green. A obra, que será lançada em 20 de abril de 2023, terá uma segunda parte prevista para o final do ano. O projeto de produção foi meticulosamente planejado para recriar a França do século XVII, época em que se desenrolou a história baseada na obra de Alejandro Dumas.

A trama segue D’Artagnan (François Civil), um jovem gascão espirituoso que chega a Paris com o objetivo de se tornar mosqueteiro. Após uma luta na qual é dado como morto, ele se vê no meio de uma conspiração contra o rei Luis XIII (Louis Garrel), liderado pelo cardeal Richelieu (Eric Ruf) e Milady de Winter (Eva Green).

Embora o filme tome algumas liberdades em relação ao texto original, como diminuir a tensão sexual presente no livro de Dumas, a obra respeita seus pontos principais. O encontro de D’Artagnan com Athos (Vincent Cassel), Porthos (Pio Marmai) e Aramis (Romain Duris), o passado trágico de Athos, a transformação do protagonista adolescente em homem, uma responsabilidade que lhe é atribuída e os combates brutais e menos estéticos são algumas das cenas que se mantêm fiéis à obra original. 

Com uma produção milionária, o filme recria com maestria a época em que a história se passa e apresenta confrontos corpo a corpo vistosos e vertiginosos. O elenco impecável, ansioso por Vincent Cassel como Athos, vida dá aos personagens e traz dimensão para suas personalidades. Eva Green interpreta uma Milady de Winter intrigante e misteriosa, que poderia ter sido melhor explorada, mas que ainda assim se destaca no filme.

Conseguimos sentir que aquilo tudo saiu de um livro, talvez por suas transições ou até fotografia que em muitos momentos dão destaques em elementos, alegorias ou acontecimentos que sabemos que está ali propositalmente. Se a intenção é passar a imagem de uma boa adaptação, o diretor consegue com mérito, ainda mais porque se trata de uma história mundialmente conhecida e que já apresentou diversas versões nos mais diversos países, ouso falar que o que faltávamos ver uma versão com olhos modernos e que seja feita por pessoas que respiram as aventuras dos Mosqueteiros desde a infância, que acredito ter sido o caso de agora, ao julgar que o diretor Martin Bourboulon.

Em alguns momentos me senti no meio de batalhas tão bem ensaiadas e em cenas sem cortes tão bem elaboradas que da pra sentir o trabalho que toda produção teve em mostrar as partes mais aventureiras ou carregadas de violência. Porém, passa da dosagem, digo, em determinados momentos acho que o filme tanta mostrar uma pegada mais pesada que não se mistura tão bem com as sequências de cenas dramatizadas e em outras até mais leves e cômicas, o erro está principalmente na hora de passar de um lado para o outro, mas os demais elementos usados são tão satisfatórios que não nos importamos com tal feito. 

Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan é mais obscura e trágica do que seus antecessores, sem perder o espírito lúdico característico das histórias de aventura. É uma das mais respeitosas já feitas da obra de Dumas, um clássico da literatura mundial que renasce em tempos de inteligências artificiais, a estocada, aço e morte.

Comente a sua opinião