
A Paris Filmes nos presenteia com Parthenope: Os Amores de Nápoles, um épico feminino habilmente dirigido e roteirizado, que acompanha a protagonista desde seu nascimento, nos anos 1950, até os dias atuais. Entre romances arrebatadores, paixões intensas e desilusões marcantes, o longa traça um panorama emocional complexo, explorando os diferentes vínculos que moldam sua trajetória. A identificação com suas experiências é imediata, tornando a narrativa envolvente e reflexiva.
Parthenope, jovem de beleza magnética, carrega um nome que remete à sereia da mitologia greco-romana, figura lendária associada à fundação de Nápoles e à identidade da cidade. Cercada por personagens transitórios, que se encantam por seu carisma e personalidade cativante, ela vive intensamente, questionando o amor, a liberdade e os anseios que a impulsionam a explorar o mundo.
Mais do que um retrato de relações amorosas, o filme se constrói sobre a essência da liberdade. A busca de Parthenope por experiências e conexões genuínas nos conduz por uma jornada de autodescoberta, onde cada encontro e cada despedida carregam significados profundos. Aos 18 anos, sua ânsia por novidades a leva a embarcar em aventuras que refletem o desejo humano pelo desconhecido.
A direção de Paolo Sorrentino imprime um olhar singular à obra, equilibrando originalidade, diálogos imersivos e uma estética deslumbrante. A fotografia, detalhista e sensível, contribui diretamente para a imersão do espectador nesse universo rico em nuances, onde a complexidade das relações humanas se desdobra de maneira poética.
Místico, provocativo e visualmente exuberante, “Parthenope” se estabelece como uma experiência cinematográfica marcante. Sorrentino traduz a arte em imagens de forma simbólica e refinada, tornando a beleza um dos pilares centrais da narrativa. Entre prazeres, descobertas e o desejo incessante por conhecimento, o filme ressoa como uma ode à vida e ao amor – uma poesia cinematográfica que ecoa muito além dos créditos finais.