Skinamarink é um terror experimental estilo cult, que chega aos cinemas brasileiros na próxima quinta feira, 23 de março. De baixo orçamento, dirigido por Kyle Edward Ball, o filme recria uma coleção de pesadelos pela mente de crianças. Com essa premissa e sendo filmado na casa onde o diretor passou sua infância, em formato analógico nos transporta até os anos 90.
A linguagem cinematográfica que o filme usa é diferente e fica bem fora da caixinha, o que faz deste um filme ame ou odeie… A câmera é muitas vezes estática, focada no ambiente, em paredes, chão, carpete, em pequenos detalhes. Não foca nos personagens, o que faz aguçar a imaginação. A iluminação granulada oscila, apaga e acende, tornando uma atmosfera assustadora. Enquanto isso você escuta em alguns momentos ruídos, sons perturbadores, e as crianças Kevin e Kaylee, que parecem estar sozinhas em casa e nunca tem seus rostos revelados. Logo eles descobrem que as portas e janelas sumiram, parece que algo aconteceu aos seus pais e que há uma presença na casa.
Aqui temos elementos característicos de terror como rádios e tvs soando aterrorizantes, vozes sussurradas. Tudo isso em um ritmo lento e angustiante. O filme em seus longos 100 minutos de duração, mal nos apresenta diálogos, respostas ou qualquer narrativa consistente. É ambíguo, levando o telespectador a expandir a mente e abrir espaço para interpretação individual. Cabe se atentar aos detalhes, que são inúmeros, e criar a sua própria teoria. O que torna tudo muito mais interessante.