
Há trailers que anunciam um filme. E há trailers que parecem abrir uma porta para outra vida — e é exatamente isso que o novo material de Devoradores de Estrelas faz. Lançado pela Sony Pictures, o vídeo coloca o espectador dentro da mente, do medo e da solidão de Ryland Grace, personagem de Ryan Gosling, que acorda em uma espaçonave perdida no vazio do cosmos, a anos-luz de casa, sem lembrar sequer seu próprio nome. A partir daí, começa uma história que é tanto um épico de ficção científica quanto um mergulho profundo no coração humano.
Sob a direção da dupla Phil Lord e Christopher Miller, vencedores do Oscar® pela franquia “Aranhaverso”, o filme estreia em março de 2026 no Brasil e surge como uma das obras mais emocionais e surpreendentes já adaptadas do autor Andy Weir. E se o trailer já deixa clara a dimensão técnica da produção, o que realmente prende o olhar é a intimidade — aquela sensação de acompanhar um homem comum, imperfeito, vulnerável, tentando encontrar sentido no silêncio absoluto entre as estrelas.
O despertar que ninguém gostaria de viver
A primeira cena do trailer é quase inquietante. Em vez de explosões, naves cruzando nebulosas ou batalhas interplanetárias, vemos apenas Ryland abrindo os olhos. Um close lento, marcado por respiração pesada e uma luz branca que parece julgá-lo. Ele está deitado, preso a fios, cercado por máquinas que não reconhece — e por dois corpos imóveis, deitados em cápsulas ao lado dele. A câmera não tem pressa. Ela permanece, observando o momento em que o medo se transforma em pânico, e depois em confusão.
É nesse instante que o filme mostra sua força: um blockbuster disposto a tratar seu protagonista como um ser humano antes de tratá-lo como herói. Quando Ryland percebe que está em uma espaçonave, sozinho, sem memórias e sem respostas, o público entende imediatamente que sua maior batalha não será contra criaturas espaciais ou inimigos armados — mas contra o próprio desespero.
A memória como sobrevivência
Enquanto Ryland tenta compreender onde está, flashes começam a surgir: laboratórios, reuniões tensas, rostos em pânico, manchetes sobre o Sol enfraquecendo. Aos poucos, o trailer revela o quebra-cabeça emocional que o personagem precisa montar para sobreviver. A cada lembrança, uma parte de sua missão se encaixa — e com ela vem o peso da responsabilidade.
A revelação é devastadora: antes de acordar perdido no espaço, ele era um simples professor de ciências. Um homem comum que, sem aviso, se viu arrastado para o maior risco já enfrentado pela humanidade. O Sol, fonte de toda vida, estava morrendo. E a única chance de descobrir o porquê envolvia enviar uma nave a 11,9 anos-luz da Terra, em uma corrida contra o tempo que soava praticamente suicida. A Terra inteira o escolheu. E, de repente, ele está ali — sozinho, com o destino do planeta inteiro nas costas.
A amizade que muda tudo
E então, quando o trailer parece sugerir que Ryland está destinado a enfrentar o universo completamente sozinho, algo inesperado acontece. Um som estranho ecoa pelo interior da nave. Não é mecânico. Não é humano. É… vivo. O olhar de Ryland muda. Pela primeira vez, ele sorri — não um sorriso de alegria, mas de surpresa, de alívio, de reconhecimento.
O trailer não entrega o grande segredo do filme, mas insinua que Ryland encontrará uma forma de companhia, e é essa presença inesperada que altera o rumo de sua jornada. Uma amizade improvável, improvável demais, que se torna o ponto mais emocionante da história.
Um mundo prestes a acabar — e pessoas tentando salvá-lo
Enquanto acompanhamos Ryland no espaço, o trailer também mostra fragmentos da Terra. A atriz Sandra Hüller, indicada ao Oscar® por “Anatomia de Uma Queda”, surge em cenas intensas, debatendo teorias, enfrentando decisões irreversíveis e segurando o mundo que ameaça ruir. Sua presença traz profundidade ao impacto emocional da história, como se lembrasse o público de que cada cálculo, cada risco e cada sacrifício feitos por Ryland carregam rostos, vidas e histórias penduradas na beira do abismo.





