Após o sucesso estrondoso de O Homem Invisível (2020), muita gente começou a se perguntar: será que vai rolar uma sequência? O filme, que fez um excelente trabalho ao trazer de volta um dos personagens clássicos do terror, arrecadou mais de US$ 143 milhões nas bilheterias mundiais e deixou tanto os fãs quanto os críticos impressionados. No entanto, durante a New York Comic-Con, o diretor e roteirista Leigh Whannell, responsável pela visão moderna e aterrorizante do longa, jogou um balde de água fria nas esperanças de quem aguardava uma continuação.

Em entrevista ao site ComicBook, Whannell foi bem claro ao responder sobre a possibilidade de expandir o universo de O Homem Invisível. “Com O Homem Invisível, eu realmente me senti bem com a conclusão que encontramos”, disse o diretor, sem rodeios. “Eu não tenho controle sobre o personagem. A Universal pode fazer uma sequência, se quiser. Mas, para mim, como cineasta, é uma história fechada. Eu realmente não consigo imaginar novas histórias para contar.”

Essa declaração acabou frustrando uma boa parte do público que esperava ver mais do terror psicológico envolvendo o personagem, mas reflete bastante a maneira como Whannell trabalha. Quem acompanha a carreira dele, com filmes como Sobrenatural e Upgrade, sabe que ele costuma buscar narrativas que se fecham por si só, sem necessariamente criar uma franquia contínua. Mesmo assim, não dá pra descartar que a Universal pode seguir em frente com uma sequência, com ou sem Whannell no comando, especialmente porque o estúdio tem apostado forte em reviver os Monstros Clássicos, como O Lobisomem e A Múmia.

A trama e o impacto do filme

Pra quem ainda não viu (e vale a pena conferir!), O Homem Invisível de 2020 acompanha Cecilia Kass, vivida pela excelente Elisabeth Moss. Ela é uma mulher que finalmente consegue escapar de um relacionamento abusivo com seu ex-namorado controlador, Adrian Griffin, interpretado por Oliver Jackson-Cohen. Quando ela recebe a notícia de que Adrian se suicidou, Cecilia tenta reconstruir sua vida e encontrar paz. Mas, como estamos falando de um thriller psicológico, as coisas logo começam a ficar estranhas. Cecilia começa a desconfiar que seu ex, de alguma forma, se tornou invisível e está assombrando sua vida para continuar exercendo controle sobre ela.

O filme não só traz uma narrativa cheia de suspense e mistério, mas também toca em questões sérias como abuso psicológico e físico, colocando a audiência em um estado constante de tensão. A maneira como Whannell dirige, focando na perspectiva de Cecilia, cria uma atmosfera de paranoia que faz a gente questionar o que é real ou não, levando o espectador a uma montanha-russa emocional. A atuação de Moss, visceral e intensa, foi amplamente elogiada, e o filme se tornou um marco ao renovar um personagem clássico com uma pegada moderna e extremamente relevante para os dias de hoje.

O legado do personagem e suas várias versões

Agora, o Homem Invisível é um daqueles personagens clássicos que faz parte da galeria de monstros icônicos da Universal. Tudo começou lá em 1933, com a primeira adaptação cinematográfica do romance de H.G. Wells, estrelada por Claude Rains. Desde então, o personagem foi sendo revisitado ao longo dos anos em várias produções, como o filme O Homem Sem Sombra (2000), com Kevin Bacon, e A Liga Extraordinária (2003), que trouxe uma abordagem mais aventuresca e menos focada no terror.

Mas o que Whannell fez em 2020 foi diferente de todas essas versões anteriores. Ele trouxe uma visão muito mais voltada para o psicológico, deixando de lado o tradicional espetáculo de efeitos especiais e colocando o foco no impacto emocional da invisibilidade. A grande sacada do filme foi mostrar como o vilão pode ser ainda mais assustador quando não é apenas invisível fisicamente, mas também exerce um controle invisível sobre a mente da protagonista e, por consequência, do público.

O futuro dos Monstros da Universal

Mesmo que Leigh Whannell tenha deixado claro que não está interessado em continuar a história de O Homem Invisível, a Universal Pictures parece não ter desistido de explorar seus Monstros Clássicos. Vale lembrar que o estúdio tentou criar o Dark Universe com A Múmia (2017), estrelada por Tom Cruise, mas a tentativa acabou não dando muito certo. Então, agora, eles estão adotando uma abordagem mais contida, focando no terror psicológico, como fizeram com O Homem Invisível.

Existem rumores de que outros projetos envolvendo monstros clássicos estão sendo desenvolvidos, incluindo uma nova versão de O Lobisomem, que pode ser estrelada por Ryan Gosling. O estúdio parece estar em uma fase de reestruturação dessas figuras lendárias, buscando maneiras inovadoras de contar suas histórias e, claro, conectar com o público atual.

Disponível no streaming

Enquanto uma continuação do longa ainda parece improvável (pelo menos com Whannell no comando), o filme continua conquistando fãs através das plataformas de streaming. Para quem ainda não viu, o longa está disponível no Prime Video, onde tem atraído novos espectadores e gerado debates intensos sobre o enredo, o final e a atuação de Elisabeth Moss.

Além de ser um sucesso no cinema, o filme também abriu discussões importantes sobre o impacto emocional do abuso e o controle que relacionamentos abusivos podem exercer sobre as vítimas, mesmo após o término. É um filme que vai além do susto e da tensão, trazendo uma mensagem poderosa embalada em um thriller de tirar o fôlego.

Assim, embora uma sequência direta pareça não estar nos planos de Whannell, o filme deixa seu legado no cinema de terror e reforça a relevância dos Monstros da Universal na cultura pop. Seja através de novas produções ou outras adaptações, o Homem Invisível ainda tem muito potencial para continuar assombrando a imaginação das pessoas — e o melhor de tudo: de formas surpreendentes.

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