Foto: Reprodução/ Internet

O aguardado documentário “Terra de Ciganos”, dirigido por Naji Sidki, acaba de divulgar seu cartaz oficial, aumentando a expectativa para o lançamento, que acontece no dia 26 de setembro nos cinemas. A produção, feita pela Veríssimo Produções e distribuída pela Pandora Filmes, mergulha nas raízes do povo cigano no Brasil, abordando o desafio de manter vivas suas tradições em um mundo que insiste em mudar rápido demais. Parte road movie, parte musical cigano, o longa acompanha famílias de músicos ciganos enquanto lutam para preservar sua cultura e se adaptam à sociedade brasileira.

O filme já fez sua estreia na competição nacional do 16º Festival Internacional do Documentário Musical, In Edit, e vem chamando atenção pela forma autêntica como retrata os ciganos em uma jornada através do Brasil, buscando aqueles que ainda mantêm o modo de vida tradicional, vivendo em barracas e falando sua língua nativa. Mais que um documentário, a produção é uma viagem pela alma e pela música de um povo que, mesmo invisibilizado ao longo do tempo, segue firme em suas raízes.

O diretor Naji Sidki não chegou ao tema por acaso. Vindo de uma família multicultural, sua trajetória pessoal de deslocamento e busca por identidade tem muito em comum com a história do povo cigano. “Eu sempre tive um fascínio por culturas nômades. Minha mãe é uma pintora americana e meu pai, um matemático palestino refugiado. Eu nasci no Brasil, e eles passaram por uma verdadeira peregrinação até conseguirem um lugar aqui, em Brasília. Quando conheci os ciganos de Alexânia, em Goiás, senti uma conexão imediata. Era como olhar para uma parte da minha própria história. O filme é sobre isso: através da arte, mostrar o desejo de aceitação de uma comunidade que, assim como meus pais, sempre teve que lutar para ser vista”, explica Sidki.

Se tem algo que define “Terra de Ciganos”, é a música. O filme segue músicos ciganos em sua rotina, onde as melodias carregam mais do que simples notas – são formas de resistência, histórias de luta e resiliência. Para o público, essa trilha sonora serve como uma espécie de passaporte para o universo cigano, permitindo que a cultura se revele de forma envolvente, mas também profunda. “A música sempre foi a forma de expressão mais forte dos ciganos. Ela conecta gerações, conta histórias, e é o fio condutor da narrativa do filme”, conta o diretor.

Mas o documentário vai além da música. Ele trata de questões sérias, como o preconceito e a invisibilidade enfrentada pelos ciganos ao longo dos séculos no Brasil. Embora o país abrigue a terceira maior população cigana do mundo, com cerca de 800 mil pessoas, pouco se fala sobre suas contribuições culturais ou seus desafios. “O Brasil é um país de imigrantes, mas a população cigana, que mantém sua cultura há séculos, ainda é muito desconhecida para a maioria das pessoas. Com esse filme, eu espero dar voz a esse povo e ajudar a reduzir o preconceito que eles enfrentam diariamente”, afirma Sidki.

Para Sidki, o documentário vai muito além de uma obra cinematográfica. Ele vê o filme como uma ferramenta importante na luta contra o preconceito e a desinformação sobre o povo cigano. “Acredito que o maior valor desse projeto é ajudar a desfazer estereótipos e apresentar ao público não cigano a beleza e a riqueza dessa cultura milenar. Ao longo da nossa viagem pelo Brasil, encontramos tantas histórias incríveis, e o que mais me tocou foi a força com que esses povos mantêm suas tradições, mesmo diante de tantas dificuldades. Quero que as pessoas saiam do cinema entendendo e respeitando um pouco mais essa cultura”, reflete o diretor.

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