O aguardado longa-metragem “Ainda Estou Aqui”, dirigido pelo renomado Walter Salles, conhecido pelo aclamado “Central do Brasil”, acaba de ganhar destaque com a divulgação de um novo clipe. A produção, estrelada pela aclamada atriz Fernanda Torres, é ambientada no Brasil de 1971, em um período de intensa crise política e crescente controle da ditadura militar. Baseado nas memórias de Marcelo Rubens Paiva, o filme narra a história verídica de Eunice Paiva, uma mãe de cinco filhos que se vê forçada a se reinventar como ativista quando seu marido é sequestrado pela Polícia Militar e desaparece sem deixar rastros. Abaixo, confira o vídeo:
Além de Fernanda Torres, o elenco conta com a presença de Selton Mello e uma participação especial de Fernanda Montenegro, conhecida por sua atuação em “Central do Brasil”. Este é o primeiro longa-metragem de Salles em 12 anos, e ainda não há uma data definida para sua estreia.
Aplausos no Festival de Veneza
A estreia no Festival de Veneza foi marcada por uma recepção calorosa e unânime. O filme, que foi exibido no último sábado, 31 de agosto, foi aplaudido de pé por mais de 10 minutos e 20 segundos, um testemunho da profunda ressonância emocional da história e da qualidade da produção. A ovação destacou o filme como uma das principais obras do festival e sublinhou a relevância histórica e a profundidade dos temas abordados. As informações são do Deadline.
Sobre o filme
“Ainda Estou Aqui” é um drama poderoso que se passa durante a sombria era da Ditadura Militar no Brasil. O enredo foca na luta de Eunice, interpretada magistralmente por Fernanda Torres, para descobrir o paradeiro de seu marido, desaparecido desde 1970 no Rio de Janeiro. O filme retrata com sensibilidade a realidade devastadora da repressão política, onde o silêncio imposto pelo regime deixa cicatrizes profundas na vida de muitos brasileiros.
A trama não apenas explora a angústia de Eunice, mas também oferece uma visão do clima de medo que permeava o Brasil da época, com prisões arbitrárias, torturas e assassinatos encobertos pelo governo militar. A narrativa vai além da política, mergulhando em um drama pessoal e psicológico e comentando sobre a resistência e a força das mulheres durante este período brutal. A atuação de Fernanda Torres adiciona uma profundidade emocional à personagem, destacando a luta interna de Eunice entre esperança e desespero em um país onde a verdade era frequentemente silenciada pela censura e pela violência do Estado.
O filme também aborda como as consequências da repressão ultrapassam a esfera política, afetando profundamente as relações humanas e a identidade nacional. Cada cena carrega uma tensão silenciosa, refletindo as cicatrizes invisíveis deixadas pela ditadura em várias gerações.
Com distribuição internacional pela Sonic Pictures, o longa tem o potencial de alcançar um público global e se destacar tanto em festivais quanto nas bilheteiras internacionais. A recepção calorosa em Veneza representa um momento decisivo para o cinema brasileiro, reafirmando seu talento e relevância no cenário internacional.
O longa-metragem não só destaca o talento de Walter Salles como diretor de alcance global, mas também evidencia a força do cinema brasileiro em abordar narrativas universais com sensibilidade e profundidade. O filme promete continuar a emocionar o público ao redor do mundo e pavimentar o caminho para novas conquistas do cinema nacional no exterior. Com atuações memoráveis e uma trama poderosa, “Ainda Estou Aqui” se posiciona como um marco na cinematografia brasileira, oferecendo um retrato comovente da luta pela justiça e pela memória em tempos de repressão.