Quase três anos após a tragédia que abalou o país, envolvendo a morte da cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas em um acidente aéreo, em novembro de 2021, o programa Domingo Espetacular, da Record TV, prepara uma reportagem que promete reacender o debate sobre os impactos duradouros da perda — não apenas na esfera emocional, mas também na judicial.
A edição deste domingo, 13 de julho de 2025, apresenta com exclusividade os bastidores de uma negociação conturbada pela divisão da apólice de seguro, que ultrapassa US$ 2 milhões. O caso envolve diretamente os familiares das vítimas e coloca em evidência acusações de desequilíbrio e falta de transparência no processo de partilha.
O pai de Henrique Bahia rompe o silêncio
Um dos depoimentos centrais da reportagem é o de George Freitas, pai de Henrique Ribeiro Bahia, produtor e uma das vítimas do acidente. Em entrevista, ele aponta diretamente para Ruth Moreira, mãe de Marília, a quem acusa de reivindicar uma fatia desproporcional do seguro.
“Faltou diálogo. Houve pressão para que aceitássemos os termos. Preferimos isso a uma batalha judicial que poderia durar anos”, disse George, segundo trechos antecipados da investigação.
A apuração, conduzida pelo jornalista Roberto Cabrini, revela que os familiares dos demais ocupantes da aeronave sentiram-se colocados diante de uma escolha injusta: ou aceitavam os termos estabelecidos, ou se preparavam para enfrentar uma longa disputa judicial com custos financeiros e emocionais altos.
Entre o luto e a luta por justiça
A disputa pelo seguro das vítimas expõe um dilema recorrente em tragédias coletivas: como conciliar dor, direito e dignidade, quando questões materiais se impõem ao processo de luto? A reportagem promete abordar o tema com sensibilidade, ouvindo os envolvidos e contextualizando a complexidade do caso, que envolve contratos, heranças e vínculos afetivos interrompidos de forma brutal.
Outras pautas da edição
A edição também traz outras reportagens relevantes, entre elas a investigação sobre a morte da empresária Natália Cavanellas, ocorrida após uma cirurgia plástica realizada por um médico que, segundo a reportagem, não integra a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. A matéria levanta questionamentos sobre a fiscalização no setor e os riscos aos quais pacientes estão expostos.
Já a repórter Ana Vaz acompanha o drama de brasileiros que atuam como combatentes voluntários na Guerra da Ucrânia, atraídos por promessas de salários em torno de R$ 15 mil. O desaparecimento do paranaense Wagner da Silva Vargas será um dos focos da investigação, que retrata os perigos e dilemas enfrentados por esses voluntários em uma zona de conflito.
