
O cinema de terror britânico se prepara para um de seus maiores retornos: Extermínio 4: Templo dos Ossos. O novo capítulo da cultuada franquia ganhou seu primeiro trailer oficial, revelando uma atmosfera ainda mais sombria, violenta e claustrofóbica. Estrelado agora por Aaron Taylor-Johnson e Ralph Fiennes, o filme também traz de volta Cillian Murphy, protagonista do longa original de 2002. Abaixo, confira o vídeo:
Com estreia marcada para 15 de janeiro de 2026, a produção promete expandir o universo iniciado há mais de duas décadas, resgatando personagens de A Evolução (2007) e trazendo novos rostos para um cenário devastado pela infecção viral que transformou a Grã-Bretanha em um verdadeiro inferno.
O vírus que mudou o terror moderno
Quando o primeiro Extermínio estreou em 2002, dirigido por Danny Boyle, poucos imaginavam que aquele filme de orçamento relativamente modesto redefiniria o gênero do terror e inauguraria uma nova era para o cinema de zumbis. A ameaça não vinha dos mortos-vivos clássicos, mas sim de um vírus da raiva — um agente biológico extremamente contagioso que levava os infectados a um estado de fúria irracional. O conceito parecia simples, mas o impacto foi imenso: em vez de criaturas lentas e decadentes, os inimigos eram rápidos, violentos e imprevisíveis.
Tudo começa quando ativistas de direitos dos animais libertam um chimpanzé contaminado em um laboratório em Cambridge. Em questão de segundos, o vírus se espalha, infectando um dos ativistas e desencadeando uma reação em cadeia. A epidemia rapidamente foge do controle e transforma a sociedade britânica em ruínas. Essa abordagem mais realista e científica deu ao público uma sensação de urgência e plausibilidade que poucos filmes de terror tinham alcançado até então.
Vinte e oito dias após o surto inicial, conhecemos Jim (Cillian Murphy), um mensageiro que desperta de um coma em um hospital vazio. Ao vagar pelas ruas de uma Londres deserta, ele se depara com um cenário apocalíptico: igrejas abandonadas, ruas tomadas pelo silêncio e, claro, hordas de infectados sempre à espreita. A jornada de Jim o coloca em contato com outros sobreviventes, como Selena e o taxista Frank, em uma narrativa que mistura terror visceral com uma sensibilidade profundamente humana.
Entre a esperança e o horror
O primeiro filme foi marcado por momentos intensos de tensão, mas também por reflexões sobre solidariedade, perda e instintos de sobrevivência. Jim, Selena, Frank e Hannah — filha do taxista — percorrem estradas desoladas em busca de um futuro possível. Entretanto, a maior ameaça não vinha apenas dos infectados, mas também da própria humanidade. Quando o grupo encontra militares em uma mansão fortificada, a promessa de abrigo e segurança se revela um plano perverso de exploração e abuso, conduzido pelo Major Henry West.
Essa inversão de expectativa fez de Extermínio mais do que um simples filme de terror: ele se transformou em um espelho brutal da natureza humana diante do caos. O final, com Jim e suas companheiras sobrevivendo em uma casa remota enquanto um avião sobrevoa os céus, deixava no ar uma sutil fagulha de esperança. Essa mescla de pessimismo e otimismo tornou a obra um marco cult, influenciando toda uma geração de filmes e séries, como The Walking Dead.
A evolução da franquia
O sucesso foi tamanho que, em 2007, surgiu a sequência Extermínio 2: A Evolução , dirigida por Juan Carlos Fresnadillo. O filme, ainda mais sombrio, expandiu a narrativa mostrando os esforços dos Estados Unidos em repovoar a Inglaterra após o colapso inicial. A trama acompanhava uma família tentando sobreviver em meio a uma suposta zona segura que rapidamente se transformava em uma nova tragédia.
Se o primeiro filme tinha um tom quase intimista, focado em pequenos grupos, a sequência mostrava o desespero em larga escala: campos de refugiados, ações militares, helicópteros sobrevoando cidades em chamas. O final deixava claro que a infecção não seria contida apenas na Inglaterra, insinuando que o mundo inteiro estava em risco.
Ao longo dos anos, fãs especularam sobre uma terceira parte, apelidada de Extermínio 3: Meses Depois. Porém, os planos foram adiados inúmeras vezes devido a questões de agenda, direitos autorais e financiamento. Esse hiato de quase duas décadas tornou o anúncio de Extermínio 4: Templo dos Ossos ainda mais impactante para o público, que agora tem a chance de revisitar o universo em um momento de maior maturidade artística e tecnológica.
O que podemos esperar de Templo dos Ossos?
O título por si só já sugere uma trama mais sombria do que as anteriores. Se antes a ameaça estava centrada na ciência e na brutalidade militar, agora a narrativa parece caminhar para um território de ruínas, simbolismos e desesperança. O trailer mostra imagens perturbadoras de corredores cheios de ossadas, cultos macabros e novos grupos de sobreviventes que parecem ter criado suas próprias regras diante do apocalipse.
A presença de Aaron Taylor-Johnson e Ralph Fiennes no elenco indica que o filme deve investir em performances intensas, equilibrando a ação brutal com camadas dramáticas mais profundas. Já o retorno de Cillian Murphy como Jim promete emocionar fãs antigos, unindo passado e presente da franquia. Será uma oportunidade de ver como esse personagem, marcado pela tragédia e pela luta pela vida, evoluiu ao longo das décadas.
A produção também busca se diferenciar com uma fotografia ainda mais escura e uma direção que aposta no desconforto. O som do trailer — respirações ofegantes, gritos ao fundo, o silêncio cortado por explosões repentinas — já dá a sensação de que o espectador será colocado no centro do caos.
A força cultural da franquia
Além do impacto cinematográfico, Extermínio conquistou status de fenômeno cultural. Foi um dos responsáveis por revitalizar o subgênero dos “zumbis rápidos”, algo que até então não era comum em produções tradicionais. O estilo influenciou desde blockbusters, como Guerra Mundial Z, até séries de TV de sucesso.
Outro ponto importante é como os filmes sempre refletiram questões sociais de seu tempo. O primeiro retratava a fragilidade das estruturas sociais diante de uma crise inesperada. A sequência mostrava as falhas de estratégias militares e a arrogância de potências estrangeiras. Agora, com Templo dos Ossos, a expectativa é que o roteiro dialogue com o sentimento contemporâneo de desconfiança nas instituições, colapso ambiental e desespero coletivo, temas que ressoam profundamente em 2026.





