Fernando Scherer, o Xuxa, fala sobre paternidade, legado e recomeços em entrevista comovente no Sensacional de hoje (14)

Aos 50 anos, ex-nadador olímpico fala sobre os silêncios da paternidade, o adeus definitivo às piscinas e o reencontro com sua própria humanidade

0
(Foto: Divulgação/RedeTV!)

Na noite desta segunda-feira, 14, o Sensacional, da RedeTV!, abre espaço para uma das conversas mais comoventes do ano. O ex-nadador Fernando Scherer, conhecido nacionalmente como Xuxa, senta diante de Daniela Albuquerque não para repetir feitos olímpicos ou medalhas históricas, mas para escancarar o que não coube nos pódios: a culpa da ausência, o esforço para reaprender a ser pai e o luto silencioso de quem deixou o esporte para não perder a si mesmo.

“Ganhei uma medalha e perdi o colo”

Em 1996, enquanto o Brasil celebrava o bronze olímpico conquistado por Scherer nos Jogos de Atlanta, ele vivia um conflito íntimo: a recém-nascida Isabella, sua primeira filha, crescia longe de seus braços. O nadador, então treinando em Porto Alegre, escolheu a disciplina do cronômetro, mas carregou a ausência como fardo.

“Eu abri mão do colo, da rotina, da primeira infância dela para perseguir um sonho. E conquistei. Mas a que custo?”, revela Xuxa, em tom de arrependimento contido, mas não derrotado.

Pai em construção

Anos depois, com o nascimento de Brenda, Scherer tomou o caminho oposto: fez questão de estar presente em tudo — nas refeições, nas conversas, nos silêncios. Mas, como ele mesmo admite, acabou indo longe demais na permissividade.

“Cometi um novo erro tentando consertar o antigo. Fui pai demais, amigo demais, e isso também cobra um preço. Precisei entender que educar não é agradar — é formar.”

Essa reflexão veio com o tempo, com a terapia e com as dores que ele deixou de ignorar. Hoje, diz estar num ponto de equilíbrio. “Me sinto, enfim, preparado para ser o pai que eu não consegui ser lá atrás. E talvez isso seja a maior medalha da minha vida.”

A piscina ficou para trás — e tudo bem

Aos 32 anos, quando ainda era competitivo, Fernando Scherer optou por parar. Seu corpo dava sinais claros de esgotamento: lesões acumuladas, dores crônicas e, o mais grave, um comprometimento na coluna que poderia afetar sua mobilidade definitiva.

“Eu não saí da natação por fracasso. Saí porque meu corpo implorou. E eu ouvi. Encerrar foi um ato de respeito a mim mesmo.”

Hoje, ao falar da natação, Scherer não se emociona pelo passado glorioso. Se emociona por ter sobrevivido a ele. “A natação foi o grande amor da minha vida, mas também minha prisão. Fui feliz, fui forte, fui reconhecido — mas também fui sozinho, machucado, exausto. Eu já fechei esse livro. E sigo em paz.”

Reinvenção fora d’água

Longe das raias há quase duas décadas, Fernando se reconstruiu. Empresário, palestrante e presença constante em rodas de conversa sobre paternidade e saúde emocional, ele encontrou uma nova vocação: inspirar por quem é, não apenas pelo que conquistou.

COMENTE

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui