As salas de cinema de todo o país recebem, nesta quinta-feira, 9 de outubro, uma programação repleta de novidades e experiências para todos os gostos. Dos universos futuristas e tecnológicos às aventuras cheias de fantasia, passando por comédias leves e dramas intensos, as estreias desta semana prometem emocionar, divertir e surpreender o público. Entre os destaques, estão Tron: Ares, o aguardado retorno da franquia de ficção científica da Disney; A Casa Mágica da Gabby, uma animação encantadora que mistura imaginação e afeto; e Perrengue Fashion, comédia nacional dirigida por Flávia Lacerda que aborda de forma divertida os dilemas do mundo digital, da fama e das relações familiares.

Mas as novidades não param por aí. Os fãs de suspense e terror ganham uma estreia vinda da Coreia do Sul: Ruídos (Noise), um filme que promete deixar o público sem fôlego ao acompanhar a jornada de uma jovem com deficiência auditiva em busca da irmã desaparecida — um verdadeiro mergulho no medo e no mistério, com forte influência do terror asiático. Já quem prefere histórias densas e provocativas pode se interessar por Depois da Caçada, novo drama de Luca Guadagnino, diretor de Me Chame Pelo Seu Nome, que explora segredos, ética e as consequências das escolhas pessoais e profissionais em um ambiente universitário.

Em um mundo onde a imaginação é a ponte entre gerações, “A Casa Mágica da Gabby” surge como um daqueles filmes que encantam tanto crianças quanto adultos, oferecendo uma viagem colorida, divertida e repleta de significados. Dirigido por Ryan Crego, o longa é inspirado na popular série animada infantil A Casa Mágica da Gabby (Gabby’s Dollhouse), sucesso da DreamWorks em parceria com a Netflix. Desta vez, a história ganha vida nas telonas em um formato inédito, com uma aventura que mistura fantasia e emoção, mantendo o coração acolhedor da série original.

A trama acompanha Gabby, uma menina criativa e sonhadora que parte em uma viagem de carro com sua avó Gigi rumo à metrópole encantada de Cat Francisco — um lugar onde o mundo humano e o universo dos gatos mágicos se cruzam. A viagem, que inicialmente seria apenas um passeio entre avó e neta, logo se transforma em uma jornada de autodescoberta.

No caminho, algo inesperado acontece: a casa de bonecas da Gabby, seu objeto mais querido e símbolo de sua infância, acaba indo parar nas mãos de Vera, uma excêntrica senhora dos gatos que vive cercada de mistérios e miados. Determinada a recuperar seu tesouro, Gabby embarca em uma aventura que desafia as fronteiras entre a fantasia e o mundo real, levando-a a redescobrir o verdadeiro valor das memórias, da amizade e da conexão familiar.

Sob a direção sensível de Ryan Crego, conhecido por seu trabalho em Arlo, o Menino Jacaré, o filme aposta em um tom poético e visualmente vibrante. A animação mescla sequências em 3D com trechos em live action, criando uma estética híbrida que reforça a sensação de transitar entre dimensões — o real e o imaginário, o tangível e o afetivo.

Crego, que já demonstrou domínio em histórias com mensagens emocionais, aposta aqui em uma narrativa que celebra a infância, mas não ignora o crescimento. Ele conduz o público por um caminho de cores suaves, texturas aconchegantes e uma trilha sonora envolvente que acompanha o amadurecimento da protagonista.

Em meio a filtros, hashtags e campanhas publicitárias, Perrengue Fashion surge como uma das comédias nacionais mais carismáticas e espirituosas do ano. Dirigido por Flávia Lacerda, o filme combina humor e emoção em doses equilibradas, convidando o público a rir, refletir e se identificar com as confusões de uma mulher que precisa reencontrar a si mesma quando o mundo perfeito das redes sociais começa a ruir.

Com 94 minutos de duração, o longa aposta em um ritmo leve, diálogos ágeis e um elenco afinado para discutir temas muito atuais: a pressão por aparência, o distanciamento entre gerações e a importância de se reconectar com o que realmente importa — sem deixar o estilo de lado, é claro.

A protagonista Paula, interpretada de forma envolvente por uma atriz que entrega carisma e autenticidade, é uma influenciadora de moda e lifestyle que parece ter a vida perfeita. Entre campanhas publicitárias, viagens e parcerias com marcas de luxo, ela construiu uma imagem pública impecável — até o dia em que tudo começa a sair do controle.

A trama se desenrola quando Paula é convidada para estrelar uma campanha de Dia das Mães ao lado do filho Cadu, um jovem inteligente e sensível que estuda em uma conceituada universidade dos Estados Unidos. O projeto parece a oportunidade ideal para fortalecer a imagem da família nas redes, mas o plano desanda quando Cadu decide abandonar a faculdade e se mudar para o interior do Amazonas, em busca de propósito e conexão com a natureza.

Determinada a convencê-lo a voltar, Paula embarca em uma viagem até a floresta amazônica — um cenário completamente oposto ao seu cotidiano glamouroso. O que era para ser uma rápida visita se transforma em uma jornada de autodescoberta, amor e amadurecimento, onde ela terá de lidar com a falta de sinal de internet, roupas sujas de barro e, principalmente, com as próprias emoções.

O diretor Luca Guadagnino, conhecido por obras intensas e sensoriais como Me Chame Pelo Seu Nome e Suspiria, retorna aos cinemas com Depois da Caçada, um drama psicológico que desafia o público a refletir sobre ética, poder e memória. Com 139 minutos de duração, o longa combina a estética refinada do cineasta com um roteiro repleto de camadas morais e dilemas humanos, transformando uma simples acusação acadêmica em uma complexa teia de segredos e consequências.

A história gira em torno de Anne, uma respeitada professora universitária que vive um momento estável da carreira e da vida pessoal — até que um de seus alunos mais talentosos e conhecidos faz uma grave acusação contra um colega professor. O caso rapidamente se transforma em um escândalo que divide a instituição, coloca reputações em jogo e ameaça desmoronar a fachada de excelência acadêmica.

No entanto, o verdadeiro conflito surge quando um segredo sombrio do passado de Anne ameaça vir à tona. À medida que o escândalo cresce, ela precisa enfrentar não apenas as pressões externas, mas também suas próprias culpas, contradições e a linha tênue entre lealdade e cumplicidade.

O roteiro explora com maestria o efeito dominó das decisões morais — mostrando como o desejo de proteger uma carreira ou uma imagem pode corroer lentamente o que resta de integridade. “Depois da Caçada” é menos sobre quem está certo ou errado, e mais sobre o peso insuportável de viver com o que foi varrido para debaixo do tapete.

Entre os lançamentos desta quinta, Ruídos é uma das produções que promete arrepiar até os espectadores mais acostumados ao terror asiático. Vindo direto da Coreia do Sul, o longa-metragem apresenta uma narrativa densa, atmosférica e emocionalmente intensa, que mistura elementos de suspense psicológico com o terror sobrenatural. A trama acompanha Ju-young, uma jovem com deficiência auditiva que se vê mergulhada em um mistério angustiante quando sua irmã desaparece sem deixar vestígios. O desaparecimento acontece dentro do próprio apartamento da família, um local que logo se torna palco de experiências assustadoras e ruídos inexplicáveis.

Determinada a descobrir o que aconteceu, Ju-young inicia uma investigação solitária, mas logo percebe que o silêncio ao seu redor é tão ameaçador quanto o barulho. Sons sutis, vozes distantes e ecos misteriosos a perseguem em uma espiral de paranoia e medo crescente. A jovem, interpretada com uma entrega impressionante pela atriz principal, traduz na tela o terror invisível que surge quando a realidade começa a se distorcer — e o público é arrastado junto para dentro dessa atmosfera de inquietação.

Com a ajuda do namorado da irmã desaparecida, Ju-young começa a desvendar segredos que vão muito além do que poderia imaginar. Cada novo indício revela algo mais perturbador, construindo uma sensação de desespero crescente e conduzindo o espectador a questionar o que é real e o que é fruto de uma mente abalada pelo trauma.

O longa é dirigido por Kim Soo-jin, que demonstra um domínio notável sobre o gênero. A direção é precisa e sensorial — cada movimento de câmera e cada ruído têm uma função narrativa, potencializando o medo sem recorrer a sustos fáceis. A escolha de acompanhar uma protagonista surda adiciona uma camada extra de tensão e originalidade, explorando o som não apenas como elemento técnico, mas como parte da própria identidade da história. O silêncio, aqui, é tão poderoso quanto o barulho.

Inspirado nas tradições do J-horror e do K-horror, Ruídos aposta em uma atmosfera de terror psicológico e sobrenatural mais sutil, focada na sugestão e na tensão constante. O espectador não é apenas convidado a assistir — ele é envolvido, colocado no mesmo estado de alerta que a protagonista sente ao tentar compreender o que está acontecendo ao seu redor.

Entre as grandes estreias da semana, Tron: Ares é, sem dúvida, uma das mais aguardadas pelos fãs de ficção científica e tecnologia. O novo capítulo da icônica franquia da Disney chega aos cinemas nesta quinta-feira (9) prometendo expandir o universo digital que conquistou gerações desde o lançamento do primeiro Tron, em 1982. Dirigido por Joachim Rønning, o longa é uma aventura visualmente ambiciosa que mistura ação, filosofia e questionamentos éticos sobre o papel da Inteligência Artificial no mundo contemporâneo.

A trama acompanha Ares, um sofisticado programa criado dentro do universo digital que, inesperadamente, é enviado ao mundo real para cumprir uma missão de extrema importância — e perigo. É a primeira vez que a humanidade entra em contato direto com uma forma de vida artificial consciente, o que transforma o enredo em uma reflexão sobre os limites da criação tecnológica e a definição do que é “real”.

Enquanto o primeiro Tron explorava o fascínio pelos primeiros sistemas de computador e Tron: O Legado (2010) expandia o visual e a mitologia da “Grade”, Tron: Ares dá um passo além: ele traz o universo digital para dentro do nosso mundo físico. O resultado é um choque de realidades, onde humanos e programas coexistem — e onde a linha entre criador e criatura se torna perigosamente tênue.

O protagonista, interpretado com carisma e intensidade, é apresentado como uma entidade complexa, que precisa aprender a lidar com sentimentos humanos, moralidade e livre-arbítrio. Ao mesmo tempo, os personagens humanos da história representam a busca por controle sobre aquilo que criaram — um tema que dialoga diretamente com as discussões atuais sobre IA, ética e consciência artificial.

Visualmente, o filme é um espetáculo. O diretor Joachim Rønning — conhecido por seu trabalho em Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar — aposta em uma estética futurista refinada, com uso criativo de luzes de néon, cores vibrantes e efeitos visuais de ponta. Cada cena parece cuidadosamente desenhada para imergir o espectador em uma experiência sensorial, misturando o real e o virtual de forma quase hipnótica.

A trilha sonora, com fortes influências eletrônicas e batidas sintetizadas, presta homenagem à icônica trilha de Tron: O Legado, assinada pelo Daft Punk, enquanto adiciona novas camadas sonoras que reforçam o clima de tensão e descoberta. O resultado é uma ambientação sonora que complementa a narrativa e dá ritmo às cenas de ação e contemplação.

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