Fuzil, o irreverente ‘Herói do Brasil’, é o convidado do “The Noite com Danilo Gentili” desta quarta (23/07)

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Foto: Divulgação/ SBT

Na noite desta quarta-feira, 23 de julho de 2025, o palco do The Noite com Danilo Gentili recebe um convidado que carrega não apenas anos de estrada no rádio e na TV, mas também uma trajetória marcada por reinvenções, tropeços, afetos e a rara habilidade de rir de si mesmo. Fuzil, o “herói do Brasil” — como ficou conhecido entre os fãs do Pânico —, retorna ao centro das atenções para uma conversa que promete ser tão hilária quanto tocante. As informações são do SBT.

Mais do que uma figura popular entre os ouvintes e telespectadores brasileiros, Fuzil é símbolo de um tipo de comunicador que nasce da rua, cresce entre o povo e constrói sua força com carisma e vulnerabilidade. A entrevista, gravada nos estúdios do SBT, irá ao ar à meia-noite e promete trazer à tona lembranças do passado, detalhes de sua vida longe dos holofotes e os bastidores de seu aguardado retorno à televisão. Mas quem é o homem por trás do apelido? E por que sua presença no The Noite gera tanta expectativa?

O radialista que virou personagem – e depois virou pai, filho e sobrevivente

Para muitos, Fuzil é aquele repórter irreverente que corria pelas ruas com um microfone na mão, distribuía perguntas provocativas e arrancava gargalhadas com situações inusitadas. Mas por trás da persona sempre esteve um comunicador de alma popular, formado na escola da observação direta, da escuta e do improviso. Natural de São Paulo, ele iniciou a carreira no rádio ainda jovem, em meio à efervescência dos anos 1990. Passou por diversos programas e emissoras até ganhar projeção nacional como repórter de rua do Pânico, tanto no rádio quanto na TV. Era o tempo da zoeira desmedida, do humor físico, dos quadros em que ele se jogava — muitas vezes literalmente — de paraquedas, no chão, no ridículo.

Fuzil virou personagem. E como acontece com tantos personagens cômicos, sua dor pessoal era muitas vezes invisível por trás da máscara. “Quando você trabalha com humor, muita gente acha que sua vida é leve. Mas não é. Às vezes, é exatamente o oposto. Você precisa ser forte pra continuar fazendo os outros rirem quando você mesmo tá em pedaços”, já declarou em entrevistas anteriores.

Um tempo de silêncio: o luto que mudou tudo

Nos últimos anos, Fuzil esteve mais recluso, longe das câmeras. O que poucos sabiam é que esse afastamento foi provocado por uma perda devastadora: a morte de seu pai. O luto o tirou de cena por algum tempo. Não por falta de trabalho ou talento, mas por necessidade emocional. “Era como se o mundo tivesse ficado sem cor”, contou recentemente nas redes sociais. “Você perde o chão. E quando você vive do riso, fica difícil achar qualquer graça nas coisas.”

Essa fase marcou um ponto de virada em sua vida. Foi quando, segundo pessoas próximas, ele passou a rever sua relação com a fama, com o corpo, com o tempo e, principalmente, com sua filha. Fuzil se redescobriu como pai e entendeu que a presença afetiva precisava ser mais forte do que a presença pública. Essa redescoberta também incluiu cuidar de si — física e emocionalmente. “Eu passei a me olhar com mais carinho. Não só por fora, com estética, mas por dentro também. Era hora de me dar um novo começo”, confidenciou.

O convite de Emílio Surita: um bilhete para o recomeço

Foi em meio a esse redemoinho emocional que chegou o convite que mudaria o rumo de sua trajetória. Emílio Surita, apresentador e um dos idealizadores do Pânico, o chamou para retornar à nova versão do programa — agora no YouTube e nas redes sociais, com o frescor de um novo formato e a essência de sempre.

“Eu nem estava esperando. Tinha acabado de enterrar meu pai. Estava num dos momentos mais tristes da minha vida. E aí, dois dias depois, chega a mensagem do Emílio. Achei que era brincadeira”, revelou em entrevista a um podcast recente.

O reencontro com os antigos colegas de bancada não foi apenas profissional. Foi emocional. Foi o resgate de uma identidade, de uma voz que parecia ter sido engolida pela dor e pelo tempo. O retorno também o colocou diante de um público renovado, jovem, ávido por humor — mas também por verdade.

“Hoje eu não tenho mais vergonha de mostrar meu lado humano. Antes, eu achava que precisava ser o piadista o tempo todo. Agora não. Agora eu sou o Fuzil por inteiro.”

O Herói do Brasil: por que esse apelido continua fazendo sentido

Durante os anos em que participou do Pânico, Fuzil ganhou o apelido de “Herói do Brasil”. O nome nasceu do humor — um herói atrapalhado, quase uma paródia —, mas, com o tempo, passou a carregar outro significado. Ser herói, no caso de Fuzil, nunca foi sobre força física, nem sobre superpoderes. Era sobre coragem emocional. Sobre acordar no meio do caos e ainda assim tentar fazer alguém sorrir. Sobre não desistir quando tudo diz que sim. Sobre viver de improviso — como tantos brasileiros fazem.

E é por isso que, mesmo depois de tantos anos, ele continua sendo chamado assim. “Eu acho que virei herói porque sobrevivi”, brinca. “E sobrevivi com humor. Que é a maior arma que a gente tem.”

Expectativas para a entrevista no The Noite

O programa promete ser mais do que uma simples entrevista. Será um reencontro. Não só de Fuzil com a TV aberta, mas do público com uma figura que, mesmo longe das telas, permaneceu no imaginário afetivo de gerações. Segundo a produção, a conversa trará bastidores da carreira, histórias inéditas do rádio e da TV, curiosidades sobre sua rotina e, claro, momentos de puro humor — marca registrada de ambos os lados da bancada.

Gentili, conhecido por conduzir entrevistas com leveza e ironia, teria se emocionado em alguns trechos, especialmente ao tocar em temas como paternidade e saúde mental. “É uma honra conversar com alguém que representa tanto a resistência da comunicação popular brasileira”, adiantou o apresentador nos bastidores.

Além do programa: os próximos passos de Fuzil

A volta aos holofotes não se resume ao The Noite. Fuzil já está envolvido em novos projetos: conteúdos no TikTok e YouTube, participação em podcasts, possíveis quadros no novo Pânico e até um documentário sobre sua trajetória. Além disso, há planos de um livro, no qual ele pretende contar os bastidores da fama, os momentos de escuridão e os aprendizados de quem aprendeu a rir mesmo quando tudo parecia desabar. “A vida nunca me deu nada fácil. Mas eu também nunca pedi moleza. Só pedi pra não ser esquecido. E acho que, de algum jeito, o público nunca me esqueceu.”

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