
Nesta sexta-feira, 10 de outubro, o Globo Repórter convida o público a mergulhar na história da propaganda brasileira, revelando como campanhas memoráveis moldaram a cultura, emocionaram gerações e transformaram vidas. Apresentado por Sandra Annenberg, com reportagens de Graziela Azevedo, o programa percorre décadas de criatividade publicitária, mostrando que a propaganda vai muito além de vender produtos: ela cria memórias, constrói identidades e inspira profissionais.
Ao longo do episódio, o telespectador é transportado para momentos icônicos, desde campanhas que transformaram cidades inteiras em cenários até jingles que se tornaram parte do cotidiano. Entre passado, presente e futuro, o programa demonstra como a publicidade brasileira se reinventou ao longo do tempo e conquistou reconhecimento mundial por sua originalidade.
Quando uma cidade pequena virou protagonista
Nos anos 1970, uma pequena cidade paulista ganhou destaque nacional graças a um comercial inusitado. Rifaina, às margens do Rio Grande, foi cenário de uma campanha que anunciava a chegada do telefone, protagonizada pelos próprios moradores. Para a população, o anúncio não representava apenas um produto, mas um marco de progresso e integração social.
Moradores que participaram da gravação recordam a experiência com orgulho e emoção. “Era como se nossa cidade inteira tivesse ganhado uma voz nacional”, diz um dos participantes. Essa campanha mostra como a publicidade, quando bem planejada, pode ultrapassar o objetivo comercial e se tornar um elemento de memória coletiva.
Fantasia, infância e jingles que atravessam gerações
A década de 1990 foi marcada por campanhas infantis que misturavam música, fantasia e imaginação. Um exemplo emblemático envolveu crianças vestidas como animais, como leões, elefantes e gatos, em comerciais que conquistaram corações em todo o país. Quase três décadas depois, os atores mirins se reencontram e compartilham como aquela experiência impactou suas vidas e despertou o interesse pelo mundo artístico.
O programa destaca o poder dos jingles: melodias simples, porém marcantes, que permanecem na memória afetiva de milhões de brasileiros. Esses sons não apenas vendiam produtos, mas também ajudavam a formar referências culturais, expressões populares e memórias coletivas.
A publicidade como trampolim artístico
A propaganda brasileira também funcionou como escola de artistas e compositores. Renato Teixeira, por exemplo, relata que jingles foram fundamentais para viabilizar seus projetos musicais e estruturar sua carreira. Luiz Carlos Sá complementa, lembrando que em períodos de dificuldades profissionais, os comerciais eram uma fonte de renda e aprendizado.
Essas histórias reforçam que a publicidade é um campo de experimentação criativa. Artistas aprendem técnicas de estúdio, composição musical e storytelling, enquanto constroem experiências que podem repercutir muito além de um comercial de televisão.
Quebrando barreiras e conquistando representatividade
O programa destaca momentos históricos de inclusão na propaganda brasileira. Nos anos 1990, o ator, bailarino e cantor Sebastian tornou-se o primeiro homem negro a protagonizar uma grande campanha publicitária nacional. Seu personagem, alegre e carismático, marcou época, mostrando que a publicidade também pode desafiar preconceitos e ampliar a representatividade.
Outro exemplo é Carlos Moreno, que durante mais de três décadas deu vida a um personagem icônico de uma marca de produtos de limpeza, tornando-se um símbolo da publicidade nacional. Em 1994, entrou para o Guinness Book por protagonizar a campanha publicitária contínua mais longa da história. Esses cases demonstram como a publicidade pode criar vínculos afetivos duradouros entre público e marca, transformando profissionais em ícones culturais.
Tecnologia e inovação: o futuro da propaganda
O episódio do Globo Repórter também olha para o futuro da publicidade. Com a chegada da TV 3.0 e da DTV+, os comerciais e conteúdos se tornam mais interativos e personalizados. Novas ferramentas permitem experiências imersivas, com realidade aumentada, inteligência artificial e narrativas digitais, ampliando o engajamento do público.
Um exemplo emocionante é a utilização de inteligência artificial em campanhas que recriam artistas ou ícones do passado, gerando reencontros emocionantes e despertando nostalgia. Esses recursos tecnológicos demonstram como a publicidade evolui sem perder seu poder de conectar pessoas e criar memórias.
A propaganda como memória afetiva e cultural
Mais do que promover produtos, a publicidade brasileira construiu histórias, bordões e jingles que se tornaram parte da vida dos espectadores. Cada campanha marcante representa um capítulo da memória coletiva, refletindo mudanças sociais, comportamentais e culturais. Ela influencia hábitos de consumo, mas também reforça identidade e pertencimento.
O programa mostra que a publicidade é uma força transformadora: conecta artistas, empresas e público, gera oportunidades e inspira criatividade. É uma forma de arte que atravessa gerações, emocionando e ensinando ao mesmo tempo.





