HERBIE ganha balde temático em estreia de novo Quarteto Fantástico: Primeiros Passos

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Foto: Reprodução/ Internet

Em um encontro preciso entre marketing afetuoso, memória afetiva e a redescoberta de ícones esquecidos, a rede de cinemas AMC revelou nesta semana uma peça que vai além do simples consumo de pipoca: um balde interativo inspirado em H.E.R.B.I.E., o simpático robô do Quarteto Fantástico. A ação faz parte da campanha de lançamento de Quarteto Fantástico: Primeiros Passos e sinaliza não apenas a reestreia da equipe nas telonas, mas também o zelo da Marvel Studios em se reconectar com sua própria história.

Sim, é só um balde de pipoca. Mas também é muito mais do que isso. Com rodinhas móveis, sensores de luz e uma cabeça giratória, HERBIE não apenas carrega pipoca — ele carrega consigo décadas de história da cultura pop, um carinho inesperado por personagens “secundários” e o símbolo de um novo momento criativo para o estúdio.

A volta triunfal da primeira família da Marvel

Criado por Stan Lee e Jack Kirby em 1961, o Quarteto Fantástico não foi apenas o ponto de partida do universo Marvel moderno — eles foram pioneiros ao humanizar super-heróis. Ao contrário dos semideuses que vieram antes, Reed, Sue, Johnny e Ben discutiam, amavam, erravam. Eram heróis, sim, mas também família. Essa dimensão íntima, tão inovadora nos anos 60, é o que o estúdio quer resgatar agora.

Após anos de tentativas frustradas — incluindo o reboot criticado de 2015 — e depois da aquisição da Fox pela Disney, o caminho estava aberto para uma reinterpretação definitiva. Kevin Feige, arquiteto do MCU, sabia o que tinha nas mãos: era preciso fazer justiça à primeira família da Marvel. E, ao que tudo indica, a aposta agora é certeira.

First Steps: muito além do título

O nome Quarteto Fantástico: Primeiros Passos não é apenas um indicativo de recomeço. É uma reverência direta à exploração espacial, às promessas tecnológicas do século XX e, claro, ao célebre “pequeno passo para o homem” dito por Neil Armstrong em 1969. O filme se ambienta em um universo alternativo retrofuturista, situado nos anos 1960 — um mundo visualmente inspirado por Stanley Kubrick, pelos Beatles, pela corrida espacial e pela estética elegante e industrial da época.

Segundo o diretor Matt Shakman, a proposta foi ousada: “E se, em vez de Armstrong e Aldrin, fossem os Storms, Ben Grimm e Reed Richards os primeiros humanos na Lua?”. A ideia ganha corpo em cenários práticos, figurinos meticulosamente desenhados e uma direção de arte que homenageia desde 2001: Uma Odisseia no Espaço até os anúncios de revistas Life da década de 60.

E, no centro disso tudo, está HERBIE — o robô que deveria ser coadjuvante, mas acabou roubando os holofotes.

HERBIE: de substituto animado a ícone de cultura pop

HERBIE nasceu da necessidade. Em 1978, por questões legais, o Tocha Humana não pôde ser usado na série animada do Quarteto. Para preencher a lacuna, surgiu o robô: branco, redondinho, inteligente e com uma pitada de sarcasmo. Era para ser provisório. Virou eterno.

Agora, em Primeiros Passos, HERBIE é reimaginado com tecnologia de ponta — uma fusão de animatrônicos e efeitos visuais, com a dublagem afiada de Matthew Wood, conhecido por dar vida ao General Grievous em Star Wars. Segundo Shakman, HERBIE é “abusado, mas adorável”. Ele não é apenas o alívio cômico da trama. É peça central da equipe — uma espécie de elo emocional entre os personagens. E, claro, o novo alvo do merchandising.

O balde temático lançado pela AMC nos Estados Unidos celebra isso com um carinho raro em ações promocionais. HERBIE se movimenta, acende luzes, gira a cabeça — e, inevitavelmente, vai conquistar fãs de todas as idades. É o “Baby Groot” do Quarteto. É o “Grogu” da nova geração Marvel.

Um elenco para reescrever a história

O filme reúne um elenco afiado, com nomes que transitam entre o prestígio dramático e a cultura pop.

Pedro Pascal, queridinho do momento após brilhar em Quarteto Fantástico, interpreta Reed Richards, o Senhor Fantástico. Em entrevistas, Pascal revela que seu Reed é um gênio à beira da autossabotagem — uma mistura entre Einstein, Steve Jobs e Robert Moses. Inteligente, mas falho. Brilhante, mas solitário.

Vanessa Kirby dá vida a Sue Storm, a Mulher Invisível, agora grávida e mais complexa emocionalmente. Kirby explorou nuances da versão “Malice” da personagem nos quadrinhos, e seu retrato foge do estereótipo da “mãe protetora”. Ela é, de fato, a líder da Fundação Futuro.

Já Ebon Moss-Bachrach (reconhecido por The Bear) assume o papel de Ben Grimm, o Coisa, com humanidade comovente. Judeu como o personagem original, Moss-Bachrach incorpora a ancestralidade de Ben com respeito e profundidade. E sim, ele será trazido à vida por meio de captura de movimento, com inspiração visual em rochas do deserto americano.

Joseph Quinn — o Eddie de Stranger Things — fecha o time como Johnny Storm, o Tocha Humana. Sua versão abandona o arquétipo mulherengo e entrega um Johnny mais sensível, porém ainda impetuoso. Um jovem em busca de identidade, que brilha — literalmente e metaforicamente.

Galactus vem aí — e não está sozinho

O perigo em Primeiros Passos é proporcional à grandeza da equipe: Galactus. Interpretado por Ralph Ineson (A Bruxa), o devorador de mundos aparece em toda sua glória cósmica, com armadura roxa, voz cavernosa e presença que ecoa mais como uma força da natureza do que como vilão tradicional.

Mas ele não está sozinho. A Surfista Prateada também marca presença — e dessa vez, em versão feminina. Julia Garner (de Ozark) interpreta Shalla-Bal, a clássica parceira de Norrin Radd nos quadrinhos, aqui reimaginada como arauta de Galactus. A personagem traz uma sensibilidade melancólica que promete cenas arrebatadoras.

Bastidores e renascimento criativo

A trajetória até esse novo filme foi, no mínimo, turbulenta. Desde o fracasso do reboot de 2015, passando pela compra da Fox pela Disney, a franquia parecia esquecida num limbo criativo. Diversos projetos foram cogitados — incluindo um longa focado em Franklin e Valeria, filhos de Reed e Sue, e até um filme solo do Doutor Destino por Noah Hawley.

A escolha de Matt Shakman, que encantou o estúdio com seu trabalho em WandaVision, mudou o jogo. Ao apresentar sua filha recém-nascida numa reunião com executivos da Marvel, Shakman mostrou que queria contar uma história sobre família, legado, pertencimento. Não apenas uma aventura espacial — mas um drama humano com capas e raios cósmicos.

O roteiro passou pelas mãos de Jeff Kaplan, Ian Springer, Josh Friedman, Eric Pearson e Peter Cameron. A ideia foi unir ficção científica com emoção sincera, e humor com relevância temática. A Marvel, neste projeto, quer emocionar — não apenas entreter.

O impacto que está por vir

Primeiros Passos não é só mais um capítulo. Ele é o prólogo da nova fase do MCU. A equipe já está confirmada nos vindouros Avengers: Doomsday (2026) e Avengers: Secret Wars (2027). E, segundo rumores persistentes, Victor von Doom — o lendário Doutor Destino — aparecerá discretamente numa cena pós-créditos, interpretado por ninguém menos que Robert Downey Jr.

Isso mesmo: Tony Stark pode voltar, agora não como herói, mas como ameaça. Uma inversão ousada que pode redefinir o futuro da franquia.

O merchandising como afeto

Além do balde interativo de HERBIE, a campanha promocional inclui copos colecionáveis com cada membro do Quarteto, roupas com visual retrô, action figures e uma linha de brinquedos licenciados que miram tanto em crianças quanto em adultos nostálgicos.

E HERBIE, ao que tudo indica, é o novo fenômeno em potencial. Um robô de olhos grandes, falas sarcásticas e design que parece saído de um museu do futuro. Não seria surpresa vê-lo estampando camisetas, mochilas, cadernos — e, claro, prateleiras de colecionadores mundo afora.

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