
Após meses de silêncio em torno do polêmico desempenho de Hellboy e o Homem Torto, o ator Jack Kesy, que assumiu o papel-título no quarto longa da franquia, finalmente se pronunciou sobre o fracasso do projeto. Em entrevista concedida ao canal de YouTube Jack Wielding, o ator adotou um tom honesto e direto, reconhecendo as limitações da produção e o que, segundo ele, poderia ter sido diferente.
O filme, lançado discretamente em 2023, arrecadou apenas US$ 2 milhões nas bilheteiras globais e sequer chegou aos cinemas dos Estados Unidos, sendo disponibilizado diretamente no streaming — uma estratégia que, para muitos, selou o destino do projeto antes mesmo de sua estreia. Ainda assim, Kesy não parece carregar mágoas.
“Foi uma experiência incrível, eu não trocaria por nada”, afirmou. “É uma pena como o filme foi tratado. Mal gerido, mal posicionado… todo esse processo. Mas quer saber? Que se dane, isso não é mais meu problema.”
Uma produção de potencial desperdiçado
Baseado no conto The Crooked Man, criado por Mike Mignola, o filme pretendia ser um reboot mais sombrio e fiel às raízes góticas de Hellboy, com ambientação no interior dos Estados Unidos nos anos 1950. A direção de Brian Taylor apostava em efeitos práticos, atmosfera folclórica e um tom mais contido em comparação aos longas anteriores. A promessa era resgatar o espírito original dos quadrinhos — e Kesy, com sua postura física e interpretação crua, parecia ser a peça certa para isso.
No entanto, segundo o próprio ator, o projeto não teve o suporte necessário para atingir seu potencial: “Acho que, se o filme tivesse tido um pouco mais de espaço e de recursos, poderíamos ter feito algo realmente especial. Mas tudo bem. Merd@ acontece”, disse, em um tom mais resignado do que revoltado.
Um Hellboy ainda à espera de redenção?
Com três versões do personagem nos cinemas em pouco mais de 20 anos, o desafio de reinventar Hellboy se tornou cada vez mais delicado. Depois do carisma irreverente de Ron Perlman e da tentativa sombria com David Harbour em 2019, a abordagem de Kesy foi mais contida e visceral — mas talvez tarde demais para reconquistar o público.
Mesmo assim, o ator não descarta uma nova chance de interpretar o herói: “Eu adoro o personagem. Se me chamarem de novo, volto com gosto. Hellboy tem muito mais a oferecer do que já foi mostrado.”
A fala revela mais do que um simples apego profissional. Há ali o entendimento de que, por trás da maquiagem e do inferno simbólico que cerca Hellboy, existe uma figura cheia de contradições, feridas e humanidade — algo que Kesy parece ter compreendido e carregado para a tela, mesmo com as limitações do projeto.
Onde assistir
Para quem quiser conferir a produção, o filme está disponível na aba da Telecine no Globoplay. Apesar das críticas e da falta de visibilidade, a produção oferece uma visão diferente e mais intimista do personagem — o que, para os fãs mais dedicados, pode ser motivo suficiente para dar uma chance.
















