Jason retorna às origens em novo “Sexta-Feira 13”, revelado na San Diego Comic-Con 2025

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Foto: Reprodução/ Internet

A neblina sobre o Lago Crystal nunca se dissipou totalmente. Décadas após o primeiro grito ecoar na floresta, Jason Voorhees volta à cena, não em um reboot ou uma série milionária, mas num curta-metragem violento, direto e brutal, como o personagem exige. Intitulado “Sweet Revenge”, o novo capítulo da franquia Sexta-Feira 13 foi revelado durante o aguardado painel na San Diego Comic-Con 2025 e levou os fãs à loucura — tanto os veteranos que viram o original em VHS quanto os jovens que descobriram o assassino mascarado nas plataformas de streaming.

Dirigido por Mike P. Nelson, conhecido por seu olhar cru e sem concessões no reboot de O Massacre da Serra Elétrica, Sweet Revenge chega como um lembrete de que o terror pode ser curto, mas impactante — e que Jason nunca dorme por muito tempo.

Jason não precisa de muito para assustar

Diferente de grandes produções que se perdem em explicações ou backstories desnecessários, Sweet Revenge opta pela simplicidade e pelo instinto, entregando 15 minutos de tensão crescente, violência gráfica e homenagens diretas ao filme que deu origem a tudo, em 1980.

O trailer exibido na Comic-Con já deixa claro que não há tempo a perder: um grupo de jovens se isola em uma cabana na floresta. É o tipo de premissa que qualquer fã de slasher reconhece à primeira vista — e é exatamente isso que o curta quer. A ação começa com uma garota remando sozinha em um pequeno barco, quando ouve um som estranho vindo debaixo d’água. Um segundo depois, ela desaparece, puxada por algo invisível. O que se segue é um colapso emocional, uma tensão crescente entre os amigos e, claro, o surgimento do assassino que transforma o lugar em um matadouro a céu aberto.

O que surpreende não é o “quê”, mas o “como”. Jason não aparece como uma sombra mítica ou uma figura em CGI — ele é palpável, bruto, humano e monstruoso ao mesmo tempo. Interpretado por um ator ainda não revelado, o vilão ressurge com sua clássica máscara de hóquei, sua postura ameaçadora e suas mortes criativas, rápidas e dolorosas.

Um projeto nascido da paixão e da espera

Sweet Revenge não foi feito para lucrar, nem para iniciar uma nova cronologia. Ele nasceu de uma vontade genuína de homenagear o original. Com a série Crystal Lake adiada indefinidamente por problemas nos bastidores e disputas criativas, o diretor Mike P. Nelson viu uma brecha e propôs à equipe detentora dos direitos da franquia algo menor — mas cheio de alma.

Durante o painel, Nelson explicou: “Queríamos mostrar que Jason ainda funciona. Sem precisar de um filme de duas horas, sem tentar ser moderno demais. Voltar ao básico. Floresta, escuridão, juventude e sangue. Jason é isso.”

E ele não está errado. Em tempos onde o terror caminha entre o elevado e o autoral, ver uma produção que abraça o slasher puro como forma de entretenimento é quase um ato de rebeldia — e de saudade.

O terror que não morre

Lançado originalmente em 1980, o primeiro Sexta-Feira 13 não nasceu com a intenção de se tornar o império de máscaras, facões e gritos que conhecemos hoje. Dirigido por Sean S. Cunningham e escrito por Victor Miller, o longa foi claramente inspirado pelo sucesso de Halloween (1978), mas com mais sangue e uma reviravolta inesperada: o assassino era a mãe de Jason, Pamela Voorhees.

O filme fez história: arrecadou quase 60 milhões de dólares com um orçamento de 500 mil e inaugurou uma franquia que, mesmo com altos e baixos, definiu o gênero slasher ao lado de Freddy Krueger e Michael Myers. Jason, que sequer era o assassino no original, assumiu o manto a partir do segundo filme e tornou-se um dos vilões mais reconhecíveis do cinema de horror.

Ao longo de doze filmes, um crossover com A Hora do Pesadelo e um reboot em 2009, a franquia se reinventou, flertou com o sci-fi (Jason X, alguém?), foi ao inferno, voltou e até viajou no tempo. Mas uma coisa permaneceu constante: Jason sempre volta. Como um pesadelo coletivo que atravessa gerações.

O retorno aos efeitos práticos

Um dos elementos mais celebrados do curta Sweet Revenge é seu uso exclusivo de efeitos práticos. Nada de sangue digital, mortes em CGI ou ambientações sintéticas. Tudo foi feito como nos velhos tempos: maquiagem, próteses, litros de sangue cenográfico e muito trabalho artesanal.

Essa escolha não é apenas estética, mas simbólica. É um sinal de respeito aos filmes originais, que conquistaram o público pelo choque físico e não por ilusões digitais. Os fãs, sempre atentos aos detalhes, já classificam o curta como “um verdadeiro respiro” num mercado saturado por efeitos artificiais.

E onde está a série Crystal Lake?

A grande expectativa dos últimos anos era a chegada da série Crystal Lake, planejada como uma prequel focada em Pamela e o jovem Jason. Produzida pelo Peacock com envolvimento de Bryan Fuller (Hannibal), o projeto teve diversas reviravoltas, incluindo a saída de Fuller, e segue sem previsão de estreia.

A indecisão em torno da série abriu espaço para que Sweet Revenge surgisse como um interlúdio violento e bem-vindo, capaz de manter o nome da franquia pulsando enquanto o futuro não se decide. Ao que tudo indica, o curta não faz parte de nenhuma cronologia específica, mas também não contradiz nada que já foi feito — o que permite que ele funcione tanto como tributo quanto como peça isolada.

A importância cultural de Jason Voorhees

Jason é mais do que um vilão de cinema. Ele é uma entidade cultural, uma espécie de símbolo do medo coletivo. A máscara de hóquei, o facão, os passos lentos e silenciosos, o ambiente do acampamento — tudo isso ultrapassou o cinema e se tornou ícone do imaginário pop.

Durante a Comic-Con, os corredores estavam repletos de fãs usando camisetas com estampa da Camp Crystal Lake, máscaras de papelão e até bonecos personalizados. O curta Sweet Revenge foi recebido com aplausos de pé por boa parte do público presente, que parecia ver ali um renascimento do que o slasher tem de melhor: tensão, criatividade, e a doce (ou amarga) expectativa de que ninguém está seguro.

O que o futuro reserva?

Com o sucesso do curta e a reação positiva dos fãs, é possível que Sweet Revenge funcione como um termômetro para novos projetos. Mike P. Nelson já declarou interesse em dirigir algo maior no universo da franquia. Mas, por enquanto, o curta cumpre seu papel: reacender o nome de Jason com o peso que ele merece.

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