
Neste domingo, 18 de maio, o tapete vermelho do Festival de Cannes 2025 será tingido com as cores do cinema brasileiro. O aguardado novo longa do pernambucano Kleber Mendonça Filho, intitulado “O Agente Secreto”, será exibido em sessão de gala no icônico Grand Théâtre Lumière, às 15h (horário local) — ou 10h da manhã, no horário de Brasília — dentro da Competição Oficial do festival, concorrendo à cobiçada Palma de Ouro.
A atmosfera é de expectativa máxima. Cannes já foi palco de ovacionadas estreias do cineasta — como “Aquarius” e “Bacurau” —, mas esta é sua primeira vez competindo com um thriller político ambientado nos anos de chumbo do Brasil, em plena ditadura militar. “O Agente Secreto” mergulha num tempo onde o silêncio era regra, a vigilância constante e a liberdade, um risco calculado.
Tapete vermelho estrelado
A première contará com um elenco numeroso e estrelado, reunindo mais de 25 artistas brasileiros que viajaram à França para representar o filme. Entre eles, estão Wagner Moura (protagonista), Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Alice Carvalho, Hermila Guedes, Carlos Francisco, Roney Villela e muitos outros. O diretor Kleber Mendonça Filho e a produtora Emilie Lesclaux também estarão presentes, reafirmando a força do cinema pernambucano no cenário global.
O desfile no tapete vermelho promete ser um dos momentos mais marcantes do festival, tanto pelo peso artístico do elenco quanto pela simbologia de um filme brasileiro sobre repressão e resistência ser exibido em um dos maiores palcos do mundo.
Um thriller que dialoga com o presente
No centro da trama está Marcelo, interpretado por Wagner Moura, um especialista em tecnologia que retorna ao Recife em 1977, após anos afastado. Sua intenção era encontrar paz, mas o que ele descobre é uma cidade tomada por desconfianças, segredos e um clima opressor, onde nada é o que parece. Aos poucos, ele se vê envolvido em uma rede de vigilância, controle e perseguições políticas — um reflexo sombrio de uma nação à beira do colapso.
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Kleber constrói um suspense que pulsa com atualidade, mesmo situado no passado. A trilha sonora, a ambientação nostálgica e os silêncios carregados de tensão transformam “O Agente Secreto” em uma espécie de espelho distorcido do Brasil contemporâneo, provocando o espectador a olhar para a história com olhos abertos e senso crítico aguçado.
Produção internacional, alma brasileira
Com roteiro e direção de Kleber Mendonça Filho, e produção de Emilie Lesclaux, o longa é uma coprodução entre Brasil (CinemaScópio), França (MK Productions), Holanda (Lemming) e Alemanha (One Two Films). No Brasil, a distribuição será feita pela Vitrine Filmes, mas a estreia nos cinemas nacionais ainda não teve sua data confirmada.
Antes mesmo de sua chegada às telonas brasileiras, o filme já segue sua jornada internacional: após Cannes, “O Agente Secreto” integra a Competição Oficial do Sydney Film Festival, que acontece de 4 a 15 de junho, na Austrália. O diretor já tem história por lá — venceu o Sydney Film Prize em 2015 com “Aquarius” — e agora retorna com ainda mais bagagem e ousadia.
Representatividade e potência coletiva
Além da força narrativa, o filme também celebra a diversidade do talento nacional. Estarão presentes em Cannes artistas como Roberio Diógenes, Laura Lufési, Fafá Dantas, Isadora Ruppert, Ítalo Martins, Kaiony Venâncio, João Vitor Silva, Geane Albuquerque, Isabél Zuaa, Nivaldo Nascimento, Cely Farias, Albert Tenório, Ane Oliva, Buda Lira e muitos outros nomes que refletem a pluralidade do Brasil em cena. É um recado forte: o cinema brasileiro não só resiste, como se reinventa e se projeta com voz própria no circuito internacional.
Kleber, Cannes e o cinema como manifesto
Kleber Mendonça Filho é conhecido por transformar suas obras em atos políticos e estéticos. Em “O Som ao Redor”, “Aquarius” e “Bacurau”, ele já havia construído uma assinatura autoral que mescla denúncia, lirismo e crítica social com sofisticação visual. Agora, com “O Agente Secreto”, o cineasta parece dar um passo além — não apenas revisitando o passado, mas propondo um diálogo direto com o presente e o futuro do país.