Nos olhos de Alexandre, um turbilhão de imagens começa a se formar, trazendo à tona memórias de uma vida passada. Ele vê claramente o ocorrido entre ele e Otávio, momentos que pertencem a uma encarnação anterior, mas que ainda vibram em sua alma com a força de algo inacabado. Cada emoção, cada decisão tomada, cada palavra dita ecoa em sua mente como um lembrete doloroso de um destino entrelaçado. Enquanto isso, em outro lugar, Otávio desperta lentamente, encontrando-se em um campo florido, onde o ar é leve e o perfume das flores preenche seus sentidos. A serenidade do lugar contrasta fortemente com a escuridão e o peso que Alexandre sente ao caminhar pelo Vale dos Suicidas, um lugar sombrio onde almas angustiadas vagam em um eterno tormento, presas no ciclo de dor e arrependimento.
Ainda no capítulo, Alberto, por outro lado, vive o seu próprio inferno na Terra. Ele chega ao local do acidente e, ao ver o corpo inerte de Otávio, sente o chão desaparecer sob seus pés. A dor é aguda, uma facada que atravessa seu coração. Otávio, seu amigo de longa data, se foi, e a sensação de impotência o domina. Com lágrimas nos olhos, Alberto acompanha o corpo até o Instituto Médico Legal (IML), cada passo mais difícil que o anterior. Ele se esforça para manter a compostura, mas por dentro, ele está em pedaços. Sabendo que precisa agir, mesmo em meio ao caos emocional, Alberto liga para Queiroz. Com a voz trêmula, ele pede ao amigo que cuide de todas as formalidades burocráticas, algo que ele não se sente capaz de enfrentar naquele momento.
O próximo desafio é ir até a casa de Otávio. Ao chegar, Alberto sente o peso da responsabilidade que recai sobre seus ombros. Tato e Dudu, os filhos de Otávio, correm para recebê-lo, alheios ao que está por vir. Alberto se ajoelha na frente deles, tentando encontrar as palavras certas. Com a voz embargada, ele finalmente conta sobre o acidente. O impacto da notícia é imediato—Tato e Dudu ficam paralisados, os olhos cheios de lágrimas, incapazes de entender completamente o que acaba de acontecer. A casa, antes cheia de vida, agora é dominada por um silêncio esmagador.
Enquanto isso, na fazenda, Dinah está inquieta. Algo dentro dela sabe que algo está errado, e a ausência de notícias de Otávio só aumenta sua ansiedade. Quando o telefone finalmente toca, ela corre para atender. Do outro lado da linha, a voz de Alberto é um misto de dor e resignação. Ele tenta ser forte, mas Dinah sente o peso da tragédia nas palavras dele. A notícia atinge-a como um raio, e ela quase desaba. Estela, que está ao lado dela, tenta confortá-la, mas ambas estão devastadas.
Alberto, sempre cuidadoso, pensa nos filhos de Otávio primeiro. Ele os leva para o velório, onde o silêncio e a dor pairam pesadamente no ar. Dudu e Tato estão visivelmente abalados, suas jovens mentes tentando processar a perda do pai. Logo depois, Alberto vai buscar Estela e Dinah. No carro, o clima é de luto e de uma tristeza silenciosa, onde cada um tenta encontrar algum consolo nos outros. Quando chegam ao velório, Dudu, Tato e Dinah se encontram em um abraço que parece querer unir as partes de seus corações partidos. Eles choram juntos, sentindo a ausência de Otávio em cada lágrima que cai.
Depois do velório, ao retornar para casa, Dinah está exausta emocionalmente. Ela pede a Alberto e Estela que a deixem sozinha por um momento. Ela precisa de espaço para processar sua dor, para tentar compreender o vazio que agora ocupa seu coração. Quando ela finalmente se encontra sozinha, a realidade da perda a atinge com toda a força. Alberto, antes de sair, compartilha com Dinah uma revelação dolorosa, mas que também traz algum conforto. Ele lhe diz que Otávio sabia que seu tempo estava chegando ao fim, e que cada ação sua nos últimos tempos foi movida por um profundo e inabalável amor por ela. Essas palavras ficam ecoando na mente de Dinah, trazendo lágrimas novas aos seus olhos, mas também um entendimento mais profundo do amor que Otávio sempre lhe dedicou, um amor que transcende até mesmo a morte.