Um caso assombroso ocorreu no ano de 2006 e permanece impune até os dias de hoje, enquanto a família da vítima aguarda ansiosamente por justiça. O episódio intitulado “Chat line” será o último da temporada do programa “Linha Direta” e será transmitido nesta quinta-feira, 06/07/2023. Este caso é, na verdade, a retomada de uma investigação que começou a ser gravada pelo próprio “Linha Direta” naquele ano e permanece inédita até o momento.
Há 17 anos, marcar encontros amorosos por meio de salas de bate-papo era uma novidade, e foi assim que Ricardo Luís Antunes da Silva e Anelize Matteoci Loperlogo se conheceram. A partir desse encontro virtual, eles iniciaram um relacionamento, que evoluiu rapidamente e tornou-se cada vez mais intenso.
Anelize Matteoci, uma jovem de 24 anos na época e filha de um Desembargador já falecido, era formada em Direito e estudante de Letras. Ela vivia em São Carlos, uma cidade do interior de São Paulo, juntamente com sua mãe, Maria Elizabeth Matteoci, uma oficial de justiça aposentada. No entanto, a história de terror envolvendo a vítima, Ricardo Antunes da Silva, um motorista de 32 anos, teve início na madrugada de 4 de abril de 2006. Ricardo foi sequestrado na cidade e levado a um canavial em uma área rural de São Carlos. Ali, ele foi submetido a terríveis agressões por três homens, que o queimaram e atropelaram, deixando-o gravemente ferido e abandonado no local.
Contra todas as expectativas, Ricardo conseguiu, com muita determinação, chegar à casa de um proprietário rural chamado Dagoberto Rossito para pedir ajuda. Despido, com marcas de queimaduras e violência por todo o corpo, ele foi acolhido por Dagoberto, que o levou até a delegacia e, posteriormente, à Santa Casa da cidade. Antes de desmaiar devido às intensas dores, Ricardo conseguiu comunicar que havia sido sequestrado e brutalmente agredido no canavial daquela fazenda.
Infelizmente, Ricardo já se encontrava inconsciente quando as investigações tiveram início, com o objetivo de descobrir a verdade por trás daquela fatídica noite. A dura realidade é que Ricardo Antunes da Silva foi cruelmente assassinado na cidade de São Carlos e acabaria falecendo 42 dias após ser internado em estado grave.
Ao longo das investigações policiais, a primeira descoberta significativa foi que Ricardo havia ido a São Carlos para encontrar-se com uma jovem que havia conhecido meses antes pela internet.
Durante seu depoimento à polícia, Anelize apresentou diferentes versões dos eventos e fez sérias acusações. Ela afirmou ter sido mantida em cativeiro e violentada por Ricardo. No entanto, as informações fornecidas por ela eram inconsistentes e não se sustentavam.
Em uma versão posterior de seu depoimento, Anelize alegou ter contratado um amigo de sua mãe chamado Daniel para assustar Ricardo erecuperar suas joias, que supostamente haviam ficado com ele.
Anelize e sua mãe, Elizabeth, compartilharam a história com os executores do crime: Daniel, Leandro e André. Esses homens foram contratados por elas com o objetivo de matar Ricardo, acreditando que estariam fazendo justiça com as próprias mãos.
Os depoimentos de Daniel, Leandro e André foram cruciais para revelar a verdade sobre o que realmente ocorreu naquela fatídica madrugada. Ficou claro que não se tratava apenas de um susto, mas sim de um assassinato encomendado pela mãe e pela filha: Elizabeth e Anelize. Elas buscavam vingança pelo suposto estupro.
Com a morte de Ricardo, o inquérito foi oficialmente transformado em um caso de homicídio. Os três executores foram levados a julgamento e condenados pelo júri popular, cumprindo suas respectivas penas. No entanto, Elizabeth e Anelize Matteoci foram denunciadas pelo Ministério Público de São Paulo, mas até o momento não foram levadas a julgamento.
Mãe e filha estão foragidas há 17 anos, o que resultou na suspensão do processo judicial, sem uma data marcada para o julgamento. O programa “Linha Direta” faz um apelo ao público, solicitando informações que possam levar à localização e captura de Maria Elizabeth e Anelize Matteoci, por meio do telefone 181.
O programa “Linha Direta” é apresentado por Pedro Bial, com direção artística de Monica Almeida, direção geral de Gian Carlo Bellotti e direção de gênero de Mariano Boni. A redação final é assinada por Pedro Bial e Marcel Souto Maior, e a produção fica a cargo de Anelise Franco. O programa vai ao ar às quintas-feiras, após “Cine Holliúdy”, na TV Globo. Além disso, o “Linha Direta Podcast”, a versão em áudio do programa original, está disponível no Globoplay e em plataformas de áudio, com episódios publicados semanalmente.
