
O Campeonato Brasileiro da Série D 2025 chega à sua fase mais decisiva, e neste sábado (30), às 16h, o Maranhão Atlético Clube e o ASA de Arapiraca se enfrentam no Estádio Castelão, em São Luís, pelo jogo de ida das quartas de final. Mais do que uma simples partida, o confronto representa o sonho de dois clubes tradicionais do Nordeste de conquistar acesso e escrever um novo capítulo em suas histórias.
De um lado, o Maranhão, o popular “Bode Gregório”, busca reafirmar sua força diante da torcida, que tem sido combustível fundamental em toda a campanha. Do outro, o ASA, clube acostumado a grandes disputas no cenário nacional, chega embalado pela melhor campanha da competição e pela confiança de decidir a vaga dentro de seus domínios no jogo de volta.
Neste especial, vamos mergulhar no cenário do confronto, analisando o momento das equipes, os personagens que podem ser decisivos, o peso histórico da partida e tudo o que está em jogo para Maranhão e ASA.
O contexto da Série D 2025
A Série D do Campeonato Brasileiro, frequentemente chamada de “a mais democrática das competições”, reúne clubes de diferentes regiões do país e oferece a oportunidade de ascensão a quatro equipes que chegam às semifinais. Para Maranhão e ASA, chegar às quartas já é um feito que mostra consistência, mas o acesso à Série C é o grande objetivo.
A edição de 2025 tem se destacado pelo equilíbrio e pelas surpresas. Clubes tradicionais ficaram pelo caminho, enquanto outros despontaram com campanhas sólidas. O ASA, com 41 pontos, terminou entre os melhores classificados da fase inicial e manteve regularidade nos mata-matas. Já o Maranhão, embora não tenha feito uma campanha tão avassaladora na primeira fase, cresceu no momento certo e se mostrou imbatível no Castelão, algo que pode pesar neste duelo.
O peso histórico do confronto
Maranhão e ASA carregam tradições regionais que reforçam a importância deste encontro. O time maranhense, fundado em 1932, é um dos mais antigos e tradicionais do estado, com títulos estaduais e passagens importantes em competições nacionais. A torcida, apaixonada e sempre presente, vê na Série D a chance de recolocar o clube em evidência no cenário nacional.
O ASA, por sua vez, tem uma trajetória marcada por momentos de glória no início dos anos 2000 e por presenças marcantes na Série B. A equipe de Arapiraca já viveu noites históricas no Coaracy da Mata Fonseca, o popular “Fumeirão”, e busca o retorno às divisões superiores do futebol brasileiro para resgatar o prestígio de outrora.
Esse duelo, portanto, não é apenas uma partida de quartas de final: é o encontro de duas camisas pesadas, que carregam a esperança de torcedores apaixonados e de cidades inteiras que respiram futebol.
Maranhão: a força do Castelão e o apoio da torcida
Se há um trunfo que o Maranhão aposta neste primeiro jogo é o fator casa. No Castelão, o “Quadricolor” tem sido praticamente intransponível. As vitórias sobre Tuna Luso e Central, nas fases anteriores, reforçaram a confiança de jogadores e torcedores de que o estádio pode ser o diferencial para conquistar uma vantagem no jogo de ida.
O técnico Marcinho Guerreiro, ex-jogador e ídolo do clube, conhece como poucos a alma do Maranhão. Ele sabe que a torcida empurra o time e que a entrega em campo precisa ser proporcional ao barulho das arquibancadas. “Aqui, o Castelão é a nossa fortaleza. O torcedor é o nosso combustível, e temos que jogar por eles”, afirmou o treinador em coletiva.
Com nomes como Clessione, responsável por jogadas rápidas pelo lado, e Rafael, atacante de boa movimentação, o Maranhão aposta em velocidade e intensidade para quebrar a sólida defesa do ASA. No meio, a entrada de Rosivan pode dar mais equilíbrio e capacidade de criação.
ASA: a melhor campanha e a confiança da regularidade
Se o Maranhão confia na força de seu estádio, o ASA aposta na regularidade e no peso da camisa em mata-matas. O time de Arapiraca terminou a primeira fase como o clube de melhor campanha, somando pontos importantes tanto em casa quanto fora. Isso dá à equipe a confiança de que pode surpreender mesmo no Castelão lotado.
O técnico Ranielle Ribeiro, conhecido por sua organização tática e disciplina em campo, tem procurado manter a concentração do grupo. “Fizemos a melhor campanha, mas isso não entra em campo agora. O que vale é jogar cada minuto como se fosse o último, porque um detalhe pode decidir”, declarou.
Mesmo com os desfalques de Zulu e Charles, peças importantes no setor defensivo, o ASA mantém um elenco experiente e acostumado a decisões. O atacante Marcelo Toscano, referência no ataque, é o nome mais aguardado para desequilibrar. Além dele, jogadores como Will e Keliton podem explorar os contra-ataques.
O duelo tático
O jogo promete um choque de estilos. O Maranhão deve propor o ataque, empurrado pela torcida, apostando em triangulações rápidas e na pressão inicial para abrir o marcador. Já o ASA deve atuar com cautela, buscando neutralizar os espaços e aproveitar os erros do adversário em contra-ataques letais.
Marcinho Guerreiro sabe que não pode se expor demais, já que o ASA tem velocidade na transição. Por outro lado, Ranielle Ribeiro entende que não pode apenas se defender, pois permitir pressão constante pode ser fatal no Castelão. O equilíbrio entre ousadia e cautela será determinante.
Onde assistir e acompanhar
Para quem não poderá estar no Castelão, a boa notícia é que a partida terá transmissão ao vivo no YouTube, pelo canal Metrópoles TV, que vem investindo em levar o futebol nordestino a torcedores de todo o país. Além disso, sites especializados como o ge farão tempo real, garantindo que nenhum detalhe passe despercebido.
Prováveis escalações
Maranhão – Técnico: Marcinho Guerreiro
Jean; Igor Nunes, Júlio Nascimento, Keven e André Radija; Dudu, Rosivan e Vagalume; Ryan, Rafael e Clessione.
Desfalques: nenhum.
ASA – Técnico: Ranielle Ribeiro
Matheus Vinícius; Paulinho, Cristian Lucca, Thiago Papel (Flávio) e Mattheus Silva; Guilherme Borges, Fabrício Bigode e Sammuel; Keliton (Thiago Alagoano), Will e Marcelo Toscano.
Desfalques: Zulu (lesionado) e Charles (suspenso).
A arbitragem
A responsabilidade de conduzir o jogo será do árbitro Bruno Arleu de Araújo (RJ), com a assistência de Luiz Cláudio Regazone (RJ) e Carlos Henrique Alves de Lima Filho (RJ). No VAR, estará Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP), árbitro experiente em competições nacionais.
O que está em jogo
Mais do que um lugar nas semifinais, o que está em jogo é o sonho do acesso. Chegar entre os quatro significa não apenas subir para a Série C, mas também garantir calendário nacional em 2026, maior visibilidade e mais receitas. Para clubes que lutam diariamente com limitações financeiras, esse salto pode significar transformação.
Para o Maranhão, voltar a figurar entre os grandes do futebol nacional seria um marco para a retomada de protagonismo do futebol maranhense. Para o ASA, seria o reencontro com uma tradição que já o colocou em destaque no cenário brasileiro.





