A A24 acaba de alcançar um marco histórico no cinema independente. Marty Supreme, novo filme dirigido por Josh Safdie e estrelado por Timothée Chalamet, estreou com impressionantes US$ 28,3 milhões em seu primeiro fim de semana nos Estados Unidos, tornando-se a maior bilheteria de abertura da história do estúdio. O feito é ainda mais simbólico quando se considera o catálogo da A24, que abriga alguns dos filmes mais celebrados e influentes da última década. As informações são do Omelete.

Com esse resultado, Marty Supreme superou a estreia de títulos que ajudaram a construir a identidade do estúdio no mercado americano, como Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, Guerra Civil, Joias Brutas e Lady Bird: A Hora de Voar. Não se trata apenas de números: o filme consolida a A24 em um novo patamar comercial, sem abrir mão da ousadia estética e narrativa que virou sua marca registrada.

Dirigido por Josh Safdie, que assina o roteiro ao lado de Ronald Bronstein, Marty Supreme é uma comédia dramática esportiva ambientada nos anos 1950 e vagamente inspirada na vida do lendário jogador americano de tênis de mesa Marty Reisman. O longa mistura esporte, ambição, ego, decadência e humanidade em uma narrativa caótica e vibrante, típica do cinema de Safdie, agora apresentada em uma escala maior e com forte apelo popular.

O grande destaque do filme é Timothée Chalamet, que também atua como coprodutor. Segundo a crítica especializada, esta pode ser a atuação mais intensa, complexa e memorável de sua carreira até agora. Chalamet interpreta Marty Mauser, um vendedor de sapatos em Nova York que leva uma vida dupla como jogador profissional de pingue-pongue, sonhando em transformar o esporte em um verdadeiro espetáculo para o público americano.

A história começa em 1952, quando Marty decide que precisa vencer o Aberto Britânico para chamar atenção para o tênis de mesa nos Estados Unidos. Sem recursos, ele se envolve em situações moralmente duvidosas para financiar sua viagem, dando início a uma jornada marcada por escolhas impulsivas, relações instáveis e uma busca quase obsessiva por reconhecimento. O roteiro não tenta transformar Marty em herói, mas em alguém profundamente falho, ambicioso e humano.

Em Londres, o filme ganha novos contornos com a entrada de Kay Stone, uma ex-atriz vivida por Gwyneth Paltrow, e de seu marido, o empresário Milton Rockwell. A relação entre Marty e Kay é intensa, desequilibrada e cheia de interesses cruzados, refletindo o espírito do protagonista, sempre em busca de atalhos para alcançar o sucesso. O roteiro transita com naturalidade entre o humor ácido, o drama e o desconforto, mantendo o espectador constantemente em alerta.

A virada esportiva acontece quando Marty é derrotado por Koto Endo, um jogador japonês que utiliza uma inovadora raquete de esponja, simbolizando o choque entre tradição e modernidade. A partir daí, o filme se transforma em uma espécie de road movie caótico, com Marty viajando pelo mundo, se envolvendo em negócios questionáveis e se afastando cada vez mais de qualquer senso de estabilidade.

O segundo ato mergulha ainda mais fundo no caos emocional do personagem. De volta a Nova York, Marty enfrenta problemas com a justiça, reencontros mal resolvidos com pessoas do passado e uma sequência de eventos absurdos que beiram o surreal, mas nunca perdem o pé na realidade. Josh Safdie conduz tudo com uma edição frenética e uma trilha sonora pulsante, elementos que foram amplamente elogiados pela crítica.

Apesar do tom muitas vezes excessivo, Marty Supreme encontra seu equilíbrio ao mostrar as consequências das escolhas de seu protagonista. O filme não glamouriza a autodestruição, mas também não a julga. Ele observa Marty de perto, deixando que o público tire suas próprias conclusões sobre ambição, ego e o preço do sucesso.

A recepção crítica foi extremamente positiva desde sua estreia no Festival de Cinema de Nova York, em 6 de outubro de 2025. Muitos veículos destacaram a maturidade do roteiro, a ousadia da direção e a forma como o filme transforma um esporte pouco explorado no cinema em palco para uma história universal. Não à toa, o longa foi eleito um dos dez melhores filmes de 2025 pelo National Board of Review e pelo American Film Institute.

O reconhecimento também chegou às premiações. Marty Supreme recebeu três indicações ao 83º Globo de Ouro: Melhor Filme – Musical ou Comédia, Melhor Ator para Timothée Chalamet e Melhor Roteiro para Josh Safdie e Ronald Bronstein. As indicações reforçam a sensação de que o filme não é apenas um sucesso comercial, mas também um forte candidato a marcar presença na temporada de prêmios.

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Esdras Ribeiro
Além de fundador e editor-chefe do Almanaque Geek, Esdras também atua como administrador da agência de marketing digital Almanaque SEO. É graduado em Publicidade pela Estácio e possui formação técnica em Design Gráfico e Webdesign, reunindo experiência nas áreas de comunicação, criação visual e estratégias digitais.

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