
O cinema contemporâneo volta seus olhos para os dilemas mais íntimos e delicados da vida familiar com Morra, Amor, o novo drama psicológico estrelado por Jennifer Lawrence (Que Horas Eu Te Pego?, Jogos Vorazes e O Lado Bom da Vida) e Robert Pattinson (Mickey 17, The Batman e Crepúsculo).
Recentemente, o longa-metragem ganhou seu primeiro trailer, disponível logo abaixo, oferecendo ao público um primeiro olhar sobre a história intensa e emocional que marca esta produção. Dirigido por Lynne Ramsay, renomada por You Were Never Really Here (2017), e com roteiro assinado por Ramsay, Enda Walsh e Alice Birch, o filme trata de forma sensível temas como depressão pós-parto, isolamento emocional e as tensões de um relacionamento diante de grandes mudanças na vida.
Além de Lawrence e Pattinson, o elenco conta com nomes de peso como Sissy Spacek, LaKeith Stanfield e Nick Nolte, que adicionam camadas de profundidade e humanidade à narrativa. A história acompanha Grace (Jennifer Lawrence), uma jovem mãe que luta para manter sua sanidade após o nascimento do filho, e Jackson (Robert Pattinson), seu marido, que tenta apoiar a esposa enquanto enfrenta os próprios dilemas e frustrações.
O filme estreou mundialmente na competição principal do 78º Festival de Cinema de Cannes, em maio de 2025, recebendo uma ovação de pé de seis minutos — um reconhecimento à força emocional da história e à intensidade das performances. No Brasil, o público poderá assistir ao longa a partir de 27 de novembro, distribuído pela Paris Filmes. Nos Estados Unidos e Canadá, a estreia está marcada para 7 de novembro.

Uma adaptação que mergulha na mente humana
O filme é baseado no romance Die, My Love (2012), da escritora argentina Ariana Harwicz, uma obra conhecida por sua visão crua e intensa sobre a psicologia feminina em crise. Para a adaptação, a narrativa foi transferida da França para os Estados Unidos, o que permite uma conexão mais direta do público americano com os dilemas dos personagens e o cenário rural que marca o longa.
Jennifer Lawrence não apenas protagoniza, mas também assumiu o papel de produtora executiva, atuando junto à sua equipe da Excellent Cadaver. Lawrence esteve envolvida em todas as etapas da produção, desde a escolha da diretora até a adaptação do roteiro, garantindo que o filme mantivesse a força emocional da obra original e, ao mesmo tempo, oferecesse uma experiência cinematográfica autêntica e sensível.
O peso da maternidade e do isolamento
A trama acompanha Grace e Jackson, um jovem casal que decide deixar Nova York em busca de uma vida mais tranquila na zona rural de Montana, onde Jackson passou a infância. A mudança, inicialmente pensada como um recomeço, rapidamente se transforma em um desafio emocional.
À medida que enfrentam os primeiros dias como pais, Grace começa a lidar com sentimentos de solidão, ansiedade e sofrimento psicológico. A depressão pós-parto que se instala em sua vida começa a afetar seu casamento, criando uma dinâmica instável e imprevisível entre ela e Jackson.
O longa não apenas retrata os sintomas da depressão pós-parto, mas também a experiência emocional de uma mãe que se sente sozinha em meio à pressão de corresponder às expectativas familiares e sociais. Grace vive momentos de frustração, medo e vulnerabilidade, enquanto Jackson busca maneiras de apoiá-la sem saber exatamente como lidar com a situação. A história humaniza essas experiências, tornando-as reconhecíveis e comoventes para qualquer espectador que já tenha passado por momentos de fragilidade emocional.
Produção: entre cenários rurais e escolhas artísticas precisas
O projeto começou quando Martin Scorsese leu o romance de Harwicz e imaginou Jennifer Lawrence no papel principal. Scorsese enviou o livro à equipe da Excellent Cadaver, e Lawrence, encantada com a história, convidou Lynne Ramsay para dirigir. Ramsay trabalhou junto com Walsh e Birch para construir um roteiro que fosse ao mesmo tempo fiel ao romance e adaptável ao cinema, respeitando a sensibilidade dos personagens e a intensidade da narrativa.
As filmagens ocorreram entre agosto e outubro de 2024, em Calgary, Canadá. O cenário rural escolhido reforça o sentimento de isolamento e claustrofobia emocional vivido pelos personagens. O diretor de fotografia Seamus McGarvey utilizou 35 mm e a proporção Academy de 1,33:1, criando uma sensação de proximidade e intimidade com os personagens. Ramsay se inspirou em clássicos do suspense psicológico, como Repulsão (1965) e O Bebê de Rosemary (1968), para construir a atmosfera do filme.
Recepção em Cannes e impacto emocional
A estreia em Cannes destacou-se não apenas pelo talento do elenco, mas também pela coragem da direção em abordar um tema delicado com honestidade e sensibilidade. A ovação de pé de seis minutos refletiu a intensidade emocional do filme e o quanto ele consegue envolver o público em sua narrativa.
O trailer recém-lançado sugere que o filme continuará a gerar debates sobre saúde mental, maternidade e relações humanas. As cenas mostram Grace lidando com a rotina rural, momentos de tensão entre o casal e os efeitos da depressão pós-parto, sem recorrer a clichês ou soluções fáceis.
Temas universais com relevância social
O longa-metragem é uma reflexão sobre saúde mental, empatia e compreensão. A experiência de Grace permite ao público refletir sobre a pressão silenciosa que muitas mães enfrentam, especialmente em ambientes isolados. O filme humaniza essas experiências, mostrando que sofrimento psicológico não é fraqueza, mas uma condição que exige apoio e compreensão.





