
Nesta sexta-feira, 29 de agosto, o Conversa com Bial recebe Ivan Lins, um dos maiores nomes da música brasileira, que comemora seus 80 anos. O cantor e compositor compartilha com Pedro Bial histórias de uma carreira que atravessa décadas, marcada por sucessos, parcerias memoráveis e um compromisso inabalável com a música popular brasileira. A entrevista promete um mergulho na trajetória do artista, mostrando tanto os momentos de glória quanto os bastidores de uma vida dedicada à arte.
As primeiras influências e a paixão pela música
Filho do militar Geraldo Lins, Ivan cresceu em um lar onde a disciplina se unia à liberdade de expressão. Desde jovem, demonstrou interesse por diferentes estilos musicais, transitando pelo jazz, bossa nova e soul, e logo encontrou no piano seu instrumento principal, que passou a dominar a partir dos 18 anos.
Embora tenha se formado em química industrial no final dos anos 1960, a música sempre foi sua verdadeira vocação. Foi nesse período que começou a participar de festivais, destacando-se com a composição “O Amor É O Meu País”, que conquistou o segundo lugar no V Festival Internacional da Canção, mesmo sendo erroneamente criticada como ufanista. Seu primeiro grande sucesso como compositor, “Madalena”, imortalizado na voz de Elis Regina, consolidou Ivan Lins como um nome promissor na música brasileira.

Gravadoras e parcerias: construindo um legado
O talento de Ivan chamou a atenção de grandes gravadoras. Contratado pelo selo Forma/Philips, gravou álbuns como Agora, Deixa o trem seguir e Quem sou eu?, trabalhando inicialmente com Ronaldo Monteiro de Souza. Mas foi com Vítor Martins que encontrou sua parceria mais duradoura, iniciada com o quarto LP, Modo Livre. Juntos, lançaram também o álbum Chama Acesa, criando clássicos que atravessam gerações.
A trajetória do artista passou ainda por outras gravadoras, como RCA, BMG e Sony Music, sempre com produções que equilibravam inovação e tradição, garantindo reconhecimento nacional e, mais tarde, internacional.
Sucessos que marcaram a MPB
A obra de Ivan Lins é marcada por hits que se tornaram verdadeiros símbolos da música brasileira. Canções como “Abre Alas”, “Somos Todos Iguais Nesta Noite” e “Começar de Novo” alcançaram enorme sucesso, especialmente esta última, interpretada por Simone e utilizada como tema de abertura da série Malu Mulher. O trabalho do artista combina emoção, técnica e sensibilidade, características que o consolidaram como uma referência da MPB.
Reconhecimento internacional
A carreira de Ivan Lins também ultrapassou fronteiras. Suas composições foram regravadas por grandes nomes internacionais, como Quincy Jones, George Benson, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan e Barbra Streisand. Essa projeção global reafirma a importância de seu trabalho, levando a riqueza da MPB a públicos de todo o mundo.
Trilha sonora para TV e cinema
Ivan Lins também marcou presença na televisão e no cinema. Destaca-se a canção “Ai Ai Ai Ai Ai”, tema do remake da novela Mulheres de Areia (1993), interpretada na trama pela gêmea Raquel, personagem de Gloria Pires. Além disso, compôs trilhas para filmes como Dois Córregos e Bens Confiscados, de Carlos Reichenbach, recebendo reconhecimento e prêmios por sua capacidade de traduzir emoções em música.
Tributos e projetos especiais
Entre seus projetos, destaca-se o tributo a Noel Rosa, Viva Noel (1997), e álbuns temáticos como Um Novo Tempo (1999), com canções natalinas. Ivan Lins também lançou Cantando Histórias, reunindo regravações de clássicos, e Acariocando (2006), com músicas inéditas. Em 2007, lançou Saudades de Casa, em CD e DVD, com diversas participações especiais.
O espetáculo musical 4 Faces do Amor (2011 e 2016), inspirado em suas composições, recebeu elogios da crítica, mostrando a capacidade de sua música de se reinventar e se conectar com diferentes gerações.
O legado de Ivan Lins
Ao completar 80 anos, Ivan Lins se consolidou como uma figura central na MPB, reconhecido tanto por suas composições quanto por sua interpretação e visão musical. No Conversa com Bial, ele revisita sua carreira, compartilha memórias e reflete sobre a influência de sua obra, mostrando que sua música continua viva e inspiradora.





