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Na noite de hoje, 1º de setembro, a TV Globo traz para sua tela o intrigante longa-metragem, que será exibido às 00h10, logo após o reality show Estrela da Casa. Dirigido por Robert Budreau (Born To Be Blue e Queen of Bones) e lançado em 2019 sob o título original “Stockholm”, a comédia norte-americana promete uma noite de reflexões e intensidade.

A produção é estrelada por um elenco notável, incluindo Ethan Hawke (conhecido por seus papéis em O Predador e Boyhood), Noomi Rapace (destacada em Os Homens que Não Amavam as Mulheres e Prometheus), Mark Strong (de Kingsman: Serviço Secreto e Shazam!), Christopher Heyerdahl (visto em The Scorpion King 3 e Penny Dreadful) e Bea Santos (de The Shape of Water e The Republic of Doyle). A dublagem do filme conta com Alexandre Marconato, Leonardo Camillo, Luiz Carlos De Moraes, Samira Fernandes e Tatiane Keplmair.

A trama é baseada em um notório evento de 1973, que marcou a história da psicologia e da criminologia com a criação de um novo conceito: a “síndrome de Estocolmo”. O caso envolveu um audacioso assalto a banco na cidade de Estocolmo, Suécia, que rapidamente se transformou em um fenômeno global de interesse e estudo.

Durante o assalto ao Banco da Suécia, os criminosos, armados e determinados, tomaram os funcionários e clientes do banco como reféns. O cerco policial se arrastou por vários dias, e as negociações para a liberação dos reféns se mostraram cada vez mais complexas. O que tornou o caso ainda mais intrigante foi a resposta emocional das vítimas. Em vez de demonstrar apenas medo e hostilidade em relação aos seus captores, algumas das vítimas começaram a demonstrar uma notável simpatia e apoio pelos assaltantes.

Esse comportamento surpreendente se manifestou de diversas formas. Algumas das vítimas até mesmo começaram a defender os criminosos publicamente, opondo-se às autoridades e exigindo a libertação dos sequestradores. Esse fenômeno psicológico foi tão incomum e inesperado que chamou a atenção de psicólogos e criminologistas ao redor do mundo.

O termo “síndrome de Estocolmo” foi cunhado para descrever essa condição peculiar, na qual uma vítima desenvolve uma ligação emocional com seus sequestradores. Esse comportamento pode envolver sentimentos de afeição, empatia e até mesmo lealdade para com os agressores. A síndrome desafiou as percepções tradicionais sobre as dinâmicas de poder e medo em situações de cativeiro e se tornou um conceito amplamente estudado na psicologia, sociologia e criminologia.

O caso não só influenciou a forma como entendemos o comportamento humano em situações extremas, mas também se tornou um marco na literatura de criminologia e psicologia, refletindo a complexidade das respostas emocionais humanas diante do perigo e da coerção. A história continua a ser uma fonte de estudo e debate sobre as profundezas da psique humana e as maneiras inesperadas como as pessoas reagem sob pressão.

Embora o longa não se aprofunde extensivamente nas teorias psicológicas, ele se destaca por sua abordagem única e pelos eventos surpreendentes que retrata. A colaboração entre Robert Budreau e Ethan Hawke, que já trabalharam juntos em Chet Baker: A Lenda do Jazz, oferece uma perspectiva envolvente sobre a complexidade e a imprevisibilidade do comportamento humano.

Entenda o caso real que originou o termo e também o filme

Em um evento que mudaria para sempre nossa compreensão sobre a psicologia do cativeiro, o centro da cidade da Suécia tornou-se o cenário de um drama humano de proporções inesperadas. No dia 23 de agosto de 1973, Jan-Erik Olsson, um criminoso sueco armado e sob a influência de drogas, invadiu uma agência do Banco da Suécia. O que começou como um assalto tradicional rapidamente evoluiu para uma tomada de reféns que durou seis dias e culminou na criação do conceito psicológico conhecido como “síndrome de Estocolmo.” As informações são do Aventuras na História.

Olsson, com uma submetralhadora em mãos, fez quatro funcionários do banco reféns, utilizando dois deles como escudos humanos e ameaçando suas vidas caso suas exigências não fossem atendidas. Suas demandas eram claras: 3 milhões de coroas suecas e a presença de Clark Olofsson, um notório criminoso sueco, na agência. A pressão sobre o governo sueco foi intensa, e para evitar uma escalada violenta, as autoridades concordaram em atender às exigências de Olsson, inclusive trazendo Olofsson para o local.

A chegada de Olofsson adicionou uma complexidade inesperada ao caso. Enquanto o governo negociava e o drama se desenrolava, o comportamento dos reféns começou a demonstrar um padrão psicológico intrigante e perturbador. Kristin Enmark, uma das reféns, exemplificou essa mudança de atitude de forma dramática. Em vez de nutrir ódio ou medo, Enmark começou a ver Olofsson e Olsson de forma positiva. Ela os viu como heróis e acreditava em sua promessa de proteção. Durante as negociações com as autoridades, Enmark surpreendeu a todos ao defender os sequestradores, um comportamento que contrastava fortemente com a expectativa de antagonismo.

O fenômeno observado foi posteriormente nomeado “síndrome de Estocolmo” – uma condição psicológica em que vítimas de sequestro ou cativeiro desenvolvem uma relação de empatia e até mesmo afeição por seus sequestradores. O caso teve uma cobertura midiática extensiva e gerou um grande interesse acadêmico, oferecendo novos insights sobre a dinâmica emocional entre vítimas e agressores.

Em seu livro “I Became the Stockholm Syndrome” (“Eu me Tornei a Síndrome de Estocolmo”, em tradução livre), Kristin Enmark revisita os eventos e reflete sobre o impacto duradouro da experiência. Ela explora como esse episódio moldou sua compreensão do trauma e da empatia, fornecendo uma perspectiva pessoal sobre a complexidade do comportamento humano em situações extremas.

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