
Em um cenário cinematográfico cada vez mais marcado por remakes, reinterpretações e adaptações literárias de sucesso, poucas notícias conseguiram despertar tanto interesse quanto a de que Edgar Wright, o aclamado diretor por trás de obras como Em Ritmo de Fuga (Baby Driver) e Todo Mundo Quase Morto, iria assumir a missão de dar nova vida a O Concorrente, clássico distópico de Stephen King publicado originalmente em 1982.
O projeto, que promete resgatar o tom sombrio e político da obra original, ganhou ainda mais atenção ao anunciar Glen Powell — ator em ascensão, conhecido por Top Gun: Maverick e Hit Man: O Assassino Perfeito — como protagonista. Ao lado dele, a talentosa Katy O’Brian também integra o elenco.
No entanto, nesta semana, fãs e cinéfilos receberam uma notícia que mistura expectativa e frustração: a Paramount Pictures confirmou que a estreia nos cinemas norte-americanos, antes marcada para 7 de novembro de 2025, será adiada para 14 de novembro do mesmo ano.
No Brasil, ainda não há confirmação oficial se a nova data será mantida ou se o filme seguirá o calendário original. O que se sabe é que a mudança nos EUA coloca o lançamento em uma nova configuração de disputas de bilheteria — especialmente porque a estreia inicial coincidiria com Predador: Terras Selvagens, produção de ação que também mira o público fã de thrillers e ficção científica.
Um retorno às raízes do livro
A primeira adaptação de The Running Man chegou aos cinemas em 1987, estrelada por Arnold Schwarzenegger, em plena era de ouro dos filmes de ação exagerados. Embora divertido e icônico por seu visual futurista kitsch e frases de efeito típicas dos anos 80, o filme se distanciava bastante do material original de Stephen King, que escreveu o romance sob o pseudônimo Richard Bachman.
Na obra, King constrói um futuro opressor, onde desigualdade social e autoritarismo andam lado a lado, e onde a televisão se torna a principal arma de manipulação das massas. O protagonista, Ben Richards, é um homem comum empurrado para participar de um jogo mortal televisionado, onde precisa fugir de “caçadores” enviados para matá-lo enquanto o público acompanha tudo como entretenimento.
A grande promessa de Wright é justamente resgatar o espírito sombrio e crítico do livro, algo que foi suavizado na versão de 1987 em favor de um espetáculo de ação. Em entrevistas passadas, o diretor já havia declarado que sempre considerou O Concorrente uma obra subestimada de King, com potencial para um thriller socialmente relevante — especialmente nos tempos atuais.
Edgar Wright no comando: expectativa alta
A escolha de Edgar Wright para liderar o projeto gerou empolgação imediata. Conhecido por seu estilo visual inventivo, sua habilidade para misturar humor e tensão e seu domínio da montagem acelerada, Wright também sabe criar atmosferas únicas, algo que será crucial para transformar O Concorrente em uma experiência cinematográfica memorável.
Seus trabalhos anteriores mostram versatilidade: a comédia zumbi Todo Mundo Quase Morto (2004), a sátira policial Chumbo Grosso (2007), o eletrizante Em Ritmo de Fuga (2017) e o estilizado Noite Passada em Soho (2021). Em todos, ele equilibra entretenimento com comentários sutis — ou nem tão sutis — sobre cultura pop, violência e relações humanas.
Dessa vez, Wright também assina o roteiro, em parceria com Michael Bacall, com quem já colaborou em Scott Pilgrim Contra o Mundo. A dupla promete mergulhar fundo no clima distópico, evitando a abordagem “videogame” do filme dos anos 80.
Glen Powell: de galã a fugitivo em um mundo mortal
Se Edgar Wright é o cérebro por trás da visão do novo filme, Glen Powell será a alma da produção. O ator, que nos últimos anos se consolidou como um dos rostos mais versáteis de Hollywood, encara aqui um papel muito mais sombrio e fisicamente exigente do que seus trabalhos recentes.
Powell conquistou o grande público em Top Gun: Maverick (2022), no papel de Hangman, e logo depois surpreendeu com sua performance carismática em Hit Man: O Assassino Perfeito (2023), onde mostrou habilidade para equilibrar charme, timing cômico e momentos dramáticos.
Interpretar Ben Richards, um homem desesperado tentando sobreviver em um reality show mortal, exigirá uma abordagem mais crua. Wright já afirmou que quer apresentar Richards não como um herói invencível, mas como alguém vulnerável, cansado e ao mesmo tempo engenhoso — algo mais próximo da criação de Stephen King.
Katy O’Brian: uma presença marcante
A presença de Katy O’Brian no elenco adiciona mais uma camada de interesse. A atriz, que brilhou em The Mandalorian e Ant-Man e a Vespa: Quantumania, vem se destacando por interpretar personagens fortes e determinadas. Embora seu papel em O Concorrente ainda não tenha sido revelado, há especulações de que possa assumir a função de uma aliada improvável — ou até mesmo de uma das caçadoras, o que a colocaria em rota direta de colisão com o protagonista.
Produção e bastidores
O anúncio oficial da Paramount Pictures aconteceu em 19 de fevereiro de 2021, com a promessa de que o remake seria mais fiel ao livro de 1982. Além de Wright e Bacall no roteiro, o time de produção conta com nomes de peso como Simon Kinberg (X-Men: Dias de um Futuro Esquecido), Audrey Chon (Invasão), e Nira Park, colaboradora frequente de Wright. Em abril de 2024, Glen Powell foi confirmado como protagonista, e em outubro do mesmo ano Katy O’Brian foi anunciada no elenco.
















