O Retorno | Épico moderno com Ralph Fiennes e Juliette Binoche ganha trailer

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Vinte anos após partir para a Guerra de Troia, Odisseu retorna ao seu lar em Ítaca, mas o que encontra não é apenas seu reino, e sim um cenário marcado pelo caos, pela desordem e pelo peso do tempo. É nesse contexto que chega aos cinemas brasileiros O Retorno, dirigido por Uberto Pasolini, cineasta reconhecido por filmes como Ou Tudo ou Nada e Uma Vida Comum. O longa promete não apenas recontar a história clássica de Homero, mas também dar uma dimensão humana às feridas físicas e emocionais deixadas pela guerra. A estreia está marcada para 4 de setembro, com versões dubladas e legendadas, uma primeira iniciativa da O2 Play em lançamentos internacionais.

O trailer dublado do épico moderno já está disponível e traz um vislumbre intenso do longa-metragem. As imagens mostram Odisseu chegando a Ítaca marcado pela guerra, o reino em desordem e Penélope cercada por pretendentes gananciosos, enquanto Telêmaco enfrenta o peso de assumir responsabilidades cedo demais. Abaixo, assista ao trailer:

O que chama atenção logo de início é o reencontro de Ralph Fiennes e Juliette Binoche. A dupla, que conquistou o público mundial em O Paciente Inglês (1996), retorna às telas quase 30 anos depois. Em O Paciente Inglês, a química entre os atores rendeu a Binoche o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Antes disso, já haviam trabalhado juntos em O Morro dos Ventos Uivantes, mas foi na história do enfermeiro e da aristocrata que o público se apaixonou pela intensidade de suas interpretações.

Agora, Fiennes e Binoche exploram Odisseu e Penélope em uma fase madura, trazendo não apenas a habilidade técnica, mas também uma carga emocional construída ao longo de décadas de carreira. “Foi como revisitar velhos amigos, mas com personagens completamente diferentes, mais complexos e cheios de cicatrizes”, afirmou Binoche em entrevista recente. Fiennes complementa: “O que nos atraiu foi a possibilidade de mostrar o impacto humano de uma guerra, a ausência prolongada e as escolhas que moldam um lar e uma família.”

Humanizando a mitologia

Diferente de outras adaptações da Odisseia, o filme não inclui deuses, monstros ou intervenções sobrenaturais. Pasolini e os roteiristas John Collee e Edward Bond decidiram concentrar-se na dimensão humana da história, explorando as consequências da guerra sobre o corpo e a mente de Odisseu. “Nosso foco foi a vulnerabilidade e a força de um homem que, mesmo depois de vinte anos longe, precisa reencontrar seu lugar no mundo”, explica Pasolini.

O filme se destaca ao mostrar que os verdadeiros desafios de Odisseu não são enfrentados no campo de batalha, mas dentro de casa. Ele retorna para um reino em desordem, uma esposa cercada por pretendentes e um filho que precisa crescer rápido diante das ameaças de quem deseja usurpar o poder. A narrativa transforma o mito em algo palpável, próximo da experiência contemporânea de qualquer espectador que já enfrentou conflitos, perdas ou desafios familiares.

Sinopse oficial

Em O Retorno, Odisseu chega a Ítaca abatido, irreconhecível, e é recebido por Eumeu e Iias, que o ajudam a se recuperar. A guerra deixou marcas profundas, não apenas em seu corpo, mas também em sua mente. Penélope, esposa fiel, enfrenta a pressão de pretendentes gananciosos que acreditam que Odisseu está morto. Seu filho, Telêmaco, interpretado por Charlie Plummer, se vê diante de escolhas difíceis, tentando proteger a mãe e a integridade do reino.

Enquanto Penélope mantém sua estratégia de tecer a mortalha do sogro, ganhando tempo para decidir sobre um pretendente, Odisseu se disfarça de velho soldado e enfrenta humilhações e lutas forçadas pelos invasores. Em um dos momentos mais emocionantes, seu cão Argos o reconhece após anos de espera, simbolizando lealdade e a espera do lar perdido.

A descoberta de sua identidade por Euricléia, antiga ama, marca o ponto de virada da narrativa, enquanto a batalha final com os pretendentes evidencia a coragem, a estratégia e a determinação de Odisseu. Telêmaco, inicialmente ressentido com o abandono do pai, finalmente compreende a complexidade de sua experiência e ajuda a restabelecer a ordem em Ítaca. O filme culmina na reconciliação entre Odisseu e Penélope, trazendo à tona os temas universais do amor, da paciência e da reconstrução da família.

Produção e locações

As filmagens começaram na Grécia, nas regiões históricas de Corfu e Peloponeso, capturando a beleza natural e a autenticidade da ambientação. Depois, a equipe seguiu para locações na Itália, onde cenas complementares ajudaram a criar o cenário do reino em crise. As gravações principais se encerraram em junho de 2023.

Com um orçamento de US$ 20 milhões, O Retorno é uma produção relativamente modesta em comparação a outros épicos do mesmo gênero, como a adaptação de Christopher Nolan em 2026, que custou US$ 250 milhões. No entanto, a economia não compromete a grandiosidade emocional do filme, que se apoia em performances sólidas e narrativa intensa, em vez de efeitos visuais exuberantes.

Estreia internacional e recepção

O filme teve sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF) em setembro de 2024, recebendo elogios da crítica por sua abordagem humanizada e inovadora da Odisseia. Nos Estados Unidos, foi lançado em dezembro de 2024 pela Bleecker Street, seguido por estreias no Reino Unido e Irlanda em abril de 2025, com exibições especiais no Museu Britânico e no Curzon Mayfair.

Críticos destacaram a profundidade das interpretações e a capacidade do filme de transformar uma narrativa épica em um drama intimista. Como afirmou uma crítica do The Guardian, “O Retorno nos lembra que, mesmo nas histórias mais antigas, o maior conflito é humano e emocional.”

Lançamento no Brasil

A estreia nos cinemas nacionais em 4 de setembro promete reunir fãs de adaptações clássicas e espectadores interessados em dramas familiares e épicos modernos. O lançamento dublado amplia o alcance da produção e permite que o público jovem se conecte mais facilmente com a narrativa.

Temas universais

Apesar de ambientado há milênios, o filme aborda questões que continuam relevantes: a ausência prolongada, o impacto da guerra, a reconstrução de laços familiares e a responsabilidade de retomar o controle de uma vida desorganizada. Odisseu não enfrenta monstros mitológicos, mas as feridas da própria humanidade, mostrando que coragem, paciência e resiliência são universais.

Pasolini reforça: “O que nos interessa é a experiência humana. Odisseu pode ser uma figura épica, mas suas dores, perdas e escolhas são próximas de qualquer pessoa que luta para reconquistar seu lugar no mundo.”

Elenco e personagens

Além de Ralph Fiennes (Odisseu), Juliette Binoche (Penélope) e Charlie Plummer (Telêmaco), o filme conta com personagens como Eumeu e Iias, que representam lealdade e amizade, e Antínoo, símbolo da ambição e da corrupção. A interação entre os personagens é marcada por diálogos densos e cenas carregadas de emoção, que equilibram ação e reflexão.

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