
O terror sobrenatural O Telefone Preto 2 continua arrasando nas bilheterias brasileiras, mesmo em sua segunda semana de exibição. A produção estrelada por Ethan Hawke já acumula uma arrecadação impressionante de R$ 12,53 milhões no país, com aproximadamente 616 mil espectadores conferindo o longa nas salas de cinema. Somente entre os dias 23 e 26 de outubro, o filme faturou R$ 4,02 milhões, garantindo o título de produção mais vista no Brasil durante o último fim de semana.
Dirigido por Scott Derrickson, responsável pelo sucesso do primeiro filme, e escrito por Derrickson e C. Robert Cargill, o longa mantém a parceria com Jason Blum, produtor consagrado no gênero terror. Trata-se da sequência de The Black Phone (2021), adaptação do conto homônimo de Joe Hill, filho do famoso escritor Stephen King. A sequência retoma os papéis principais de Mason Thames, Madeleine McGraw, Jeremy Davies e Ethan Hawke, mantendo a continuidade narrativa do universo estabelecido em 2021. No Brasil e em Portugal, o filme chegou aos cinemas em 16 de outubro de 2025, um dia antes de estrear nos Estados Unidos.
O sucesso da bilheteria
O desempenho de O Telefone Preto 2 reflete uma tendência crescente do público brasileiro por produções de terror que combinam suspense, elementos sobrenaturais e narrativa envolvente. Além de manter a liderança em salas de cinema, o longa se destaca pelo ticket médio elevado, indicando que o público não apenas comparece, mas também prioriza sessões de qualidade, muitas vezes em horários premium.
O primeiro filme já havia causado impacto significativo, arrecadando milhões globalmente, e a continuação parece consolidar o interesse por histórias de terror psicológico com toques sobrenaturais. No contexto brasileiro, essa performance coloca o filme entre os lançamentos mais bem-sucedidos do gênero nos últimos anos, especialmente em um período em que blockbusters internacionais dividem espaço com produções nacionais e franquias consolidadas.
Enredo: sonhos, pesadelos e um passado sombrio
A história do filme se passa em outubro de 1982, quatro anos após Finney Blake derrotar o infame Sequestrador. Desta vez, o foco está em Gwen, irmã de Finney, que começa a ter sonhos perturbadores nos quais presencia assassinatos ocorridos décadas antes no Alpine Lake Camp, um acampamento juvenil cristão com um passado sombrio. Durante esses sonhos, Gwen recebe ligações de sua mãe, Hope, que também havia experienciado sonhos semelhantes na época em que trabalhava no acampamento.
Determinada a entender os eventos misteriosos, Gwen convence Finney e Ernesto, irmão de uma das vítimas, a acompanhá-la até o acampamento. No local, uma forte nevasca os impede de deixar o acampamento, e eles ficam presos junto a algumas pessoas: o supervisor Armando, sua sobrinha Mustang, e os funcionários Kenneth e Barbara. Juntos, o grupo começa a investigar os sonhos de Gwen, tentando compreender a ligação entre passado e presente.
A tensão aumenta quando Finney recebe uma ligação no telefone público do acampamento, desta vez do próprio Sequestrador. Ele promete vingança, culpando Finney pelos acontecimentos que levaram à sua derrota e pela morte de seu irmão. Gwen é atacada em seu sonho, e os ferimentos começam a se refletir na realidade. Com coragem, Finney, Ernesto e Mustang conseguem resgatá-la, mas a ameaça permanece.
O grupo descobre que os corpos das vítimas estão enterrados sob o Lago Maru, e que Armando, Hope e o Sequestrador têm uma história antiga no acampamento, revelando segredos que intensificam o clima de suspense. Conforme os sonhos e a realidade se cruzam, Gwen percebe que precisa enfrentar o Sequestrador diretamente para proteger a si mesma e aos amigos, revelando seu crescimento emocional e coragem.
Elementos que conquistam o público
O sucesso do longa não se deve apenas à trama envolvente. Scott Derrickson consegue equilibrar momentos de terror explícito com suspense psicológico, criando cenas que mexem com a imaginação do espectador. O uso de elementos sobrenaturais, como ligações de telefones que atravessam o tempo e o espaço, conecta passado e presente de forma inovadora, dando ao filme uma identidade própria.
Além disso, o elenco entrega atuações consistentes, especialmente Ethan Hawke, que repete seu papel como mentor e figura de proteção, e Madeleine McGraw, que encarna Gwen com intensidade e vulnerabilidade, tornando-a uma protagonista memorável. O jovem Mason Thames, que retorna como Finney, mantém a credibilidade e a empatia conquistadas no primeiro filme, criando um vínculo emocional com o público.
Outro ponto forte é a ambientação do Alpine Lake Camp, que mistura a atmosfera típica de acampamentos juvenis com elementos sinistros, como a nevasca, os bosques isolados e o lago congelado. A direção de arte e a cinematografia contribuem para a imersão, fazendo com que o espectador sinta tanto a beleza quanto a ameaça do local.
Uma narrativa de superação e coragem
Mais do que um terror sobrenatural, O Telefone Preto 2 aborda temas como trauma, superação e laços familiares. Gwen enfrenta não apenas o perigo do Sequestrador, mas também os desafios internos relacionados à perda da mãe e aos traumas passados de Finney e Ernesto. A narrativa mistura ação e suspense com momentos de introspecção, tornando o filme mais profundo do que uma simples história de assassinatos.





