Situada como o epicentro financeiro do Brasil, a cidade de São Paulo não apenas se destaca como um polo econômico, mas também desempenha um papel central na história migratória do país, desde os primórdios até os dias atuais. Nas últimas décadas, uma nova onda de imigrantes tem buscado refúgio e oportunidades nos confins urbanos da metrópole paulista, contribuindo para a riqueza cultural e social da cidade. Neste contexto, o episódio do programa ‘Profissão Repórter’, marcado para esta terça-feira, dia 19/03/2024, mergulha profundamente na narrativa dessas famílias afegãs, haitianas e africanas que escolheram o Brasil como destino em busca de um novo começo.
O fenômeno migratório tem sido marcado por um aumento significativo nos pedidos de refúgio no Brasil, conforme indicam os dados do Observatório das Migrações Internacionais (OBmigra), que registraram um aumento de 73% entre 2021 e 2022, com uma notável presença de mulheres e crianças. A repórter Nathalia Tavolieri revisita o Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, onde mais de seis mil afegãos encontraram temporariamente abrigo enquanto aguardavam realocação em abrigos. É notável o papel desempenhado por organizações como a Aldeias Infantis SOS, localizada em Poá, que acolheu as primeiras famílias com crianças que desembarcaram no Brasil.
No programa, Nathalia acompanha a rotina de uma jovem afegã de apenas 7 anos, residente no abrigo há mais de um ano com seus pais e irmãs. A mãe, que chegou ao Brasil grávida de 8 meses, deu à luz a caçula da família em solo brasileiro. A integração dessas famílias à sociedade brasileira é impulsionada em grande parte pelo papel crucial desempenhado pelas crianças, que atuam como intermediárias linguísticas e se destacam na jornada educacional, como no caso das irmãs Husna e Asma.
A migração haitiana para o Brasil, iniciada em 2010 após um devastador terremoto, trouxe desafios significativos, especialmente na reunificação familiar. A repórter Mayara Teixeira destaca o papel vital de instituições como uma igreja que tem sido um ponto de apoio crucial para a comunidade haitiana, oferecendo assistência e orientação em diversas áreas. No entanto, muitos ainda enfrentam obstáculos na tentativa de reunir suas famílias no Brasil, como evidenciado pelo caso de Jean Poncey.
No bairro do Brás, Guilherme Belarmino encontra comunidades africanas que elegeram São Paulo como um novo lar, buscando oportunidades através do comércio local. A presença desses imigrantes, senegaleses, guineenses, nigerianos, angolanos, entre outros, é uma expressão viva da diversidade da cidade. A reportagem destaca como, em muitos casos, os homens africanos chegam primeiro ao Brasil para trabalhar, enviando remessas financeiras para suas famílias e enfrentando desafios na reunificação familiar.
Os dados do Comitê Nacional para Refugiados (Conare) revelam um número significativo de crianças e adolescentes africanos solicitando refúgio no Brasil, destacando sua importância na integração à cultura brasileira e na busca por uma vida melhor através da educação. No entanto, esse percurso não está isento de desafios, como o enfrentamento ao racismo, como evidenciado pelas experiências das irmãs angolanas no Brás.
A participação especial da jornalista congolesa Claudine Shindany, que encontrou refúgio no Brasil após denunciar situações de conflito em seu país, acrescenta uma dimensão pessoal e inspiradora à reportagem. Suas lutas pessoais e sua resiliência ecoam nas histórias compartilhadas nas ruas do Brás.
O programa ‘Profissão Repórter’ promete oferecer uma visão profunda e emocionante das experiências dos imigrantes em São Paulo, mostrando como as crianças e suas famílias estão contribuindo para moldar o futuro da cidade. Não perca este episódio que promete ser uma reflexão sobre a diversidade e as lutas compartilhadas na busca por uma vida melhor.
As informações são da TV Globo.