Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desencadeou uma consulta pública abordando a possível liberação do uso de cigarros eletrônicos no Brasil. Esse movimento gerou debates fervorosos em torno dos riscos associados a esses dispositivos. A popularidade crescente dos cigarros eletrônicos, conhecidos como vape ou pod, tem sido notável entre os jovens, apresentando um aumento significativo no consumo no país nos últimos quatro anos, mesmo sob a proibição da Anvisa desde 2009. Vale destacar que, apesar da proibição, a venda desses produtos floresce livremente, especialmente nas proximidades de locais de entretenimento noturno.
Uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, revelou que quase 20% dos jovens entre 18 e 24 anos já experimentaram cigarros eletrônicos. O programa de jornalismo investigativo “Profissão Repórter” irá abordar, nesta terça-feira, dia 19/12/2023, os potenciais riscos associados a esse aumento no consumo. O repórter Caco Barcellos, ao visitar o interior de Pernambuco, encontrou a família de Crisleide Tavares, uma mulher de 34 anos que faleceu devido a EVALI, uma grave lesão pulmonar vinculada ao uso de cigarros eletrônicos.
A cardiologista Jaqueline Scholz, com 30 anos de experiência em tratamentos contra o tabagismo no Instituto do Coração (InCor), alerta para os sérios problemas à saúde associados ao uso desses dispositivos. O acúmulo de nicotina e outras substâncias desconhecidas presentes nos cigarros eletrônicos pode desencadear complicações como infarto, AVC e doenças pulmonares.
A repórter Danielle Zampollo percorreu bares e baladas na noite paulistana, documentando o alto consumo na cidade. Além disso, visitou uma residência em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, habitada por 12 influenciadores digitais, a maioria dos quais faz uso de cigarros eletrônicos com nicotina. Os relatos dos consumidores refletem a facilidade de acesso aos dispositivos, mesmo diante da proibição, e os desafios enfrentados por pais, como o depoimento de Adriana da Silva Rodrigues, mãe de um usuário.
A Rua 25 de Março, no Centro da capital paulista, emerge como o principal ponto de venda desses produtos no país, alimentando um mercado informal e extenso. Vendedores, apesar de enfrentarem penalidades severas, relatam a demanda crescente e a comercialização expressiva desses dispositivos. A fiscalização recai sobre a possibilidade de fechamento de comércios e multas substanciais, com fornecedores sujeitos a processos criminais por contrabando, acarretando penas de dois a cinco anos de prisão.
Horário de exibição do Profissão Repórter
O programa “Profissão Repórter” promete lançar luz sobre essas questões e oferecer uma visão aprofundada dos desafios associados ao crescente consumo de cigarros eletrônicos, apresentando histórias reais e dados que destacam a complexidade desse fenômeno. A iniciativa visa informar e conscientizar a sociedade sobre os potenciais impactos à saúde e sociais dessa crescente tendência, destacando a necessidade de uma abordagem cautelosa e regulamentações eficazes.
As informações são da TV Globo.
