Foto: Reprodução/ Internet

O episódio do Profissão Repórter desta terça-feira, 26/09/2023, lançou uma luz intensa sobre uma questão de extrema importância que continua a afligir o Brasil: o atendimento às mulheres vítimas de violência. Em 2022, o país enfrentou uma triste estatística, com um recorde alarmante de feminicídios, onde uma mulher se tornava vítima a cada seis horas. Esse número assustador representa o nível mais alto registrado desde a promulgação da lei do feminicídio em 2015.

No programa de hoje, o “Profissão Repórter” nos transportou para uma jornada reveladora, mostrando em detalhes como funcionam os serviços de apoio às mulheres vítimas de violência em dois lugares cruciais do país. No Mato Grosso do Sul, um estado que lidera as estatísticas de feminicídio de acordo com o Monitor da Violência, as repórteres Nathalia Tavolieri e Gabi Villaça nos levaram a explorar a cidade de Corumbá, onde quase duas mil mulheres vivem sob medidas protetivas. Lá, a Patrulha Maria da Penha, composta por guardas civis, presta assistência inestimável a essas mulheres por meio de visitas regulares e está pronta para agir imediatamente em caso de aproximação dos agressores. Além disso, a Patrulha acompanha de perto a entrega das medidas protetivas aos agressores, garantindo a segurança das vítimas. Esse é um serviço que tem se mostrado incrivelmente eficaz, pois, desde sua criação em 2011, nenhuma mulher com medida protetiva ativa foi assassinada pelo agressor.

Em 2022, o Mato Grosso do Sul enfrentou um recorde histórico de 43 casos de feminicídio, uma situação alarmante que exige atenção contínua. Na comunidade ribeirinha de Porto Esperança, Elisa da Silva, uma pescadora valente, compartilhou sua dolorosa experiência de 11 anos de violência doméstica. Sua história serve como um apelo desesperado para que outras mulheres não enfrentem o mesmo sofrimento. Nessa região, todas as mulheres com medidas protetivas têm acesso a apoio psicológico e jurídico oferecido pelo Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM), que já auxiliou mais de 11 mil corumbaenses desde 2022.

Já na zona sul de São Paulo, a repórter Danielle Zampollo nos levou a acompanhar a rotina da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, que infelizmente é a que mais registra ocorrências na América Latina. Os casos mais comuns envolvem lesões corporais, ameaças, injúrias e estupros. A delegada titular, Monique Ferreira, enfatizou a importância crucial de as vítimas solicitarem medidas protetivas para tentar conter a escalada desses números perturbadores. Infelizmente, os dados de feminicídio no Brasil são motivo de grande preocupação, com um recorde de 1.437 vítimas em 2022, representando um aumento de 6,1% em relação ao ano anterior. Em São Paulo, apenas 7,4% das mulheres vítimas de feminicídio tinham medida protetiva.

Que horas vai passar o Profissão Repórter?

Este episódio do “Profissão Repórter” se revela como uma oportunidade crucial para conscientizar e mobilizar a sociedade sobre a urgente necessidade de enfrentar e combater a violência contra as mulheres. Não perca este programa que, após mais um capítulo da novela “Todas As Flores,” oferece uma visão impactante e necessária sobre uma questão que não pode ser mais ignorada. É hora de unir forças para proteger e empoderar as mulheres em nossa sociedade.

Denunciar e buscar ajuda a vítimas de violência contra mulheres

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 desempenha um papel fundamental na promoção da segurança e proteção das mulheres que enfrentam situações de violência. Este serviço oferece muito mais do que apenas uma escuta atenta; ele proporciona um acolhimento qualificado e um canal essencial para denúncias e suporte.

Um dos aspectos mais importantes do Ligue 180 é sua capacidade de registrar e encaminhar denúncias de violência contra a mulher às autoridades competentes. Isso inclui não apenas relatos de agressões físicas, mas também reclamações, sugestões e até elogios relacionados ao funcionamento dos serviços de atendimento. Isso significa que o Ligue 180 atua como uma ponte crucial entre as vítimas de violência e as instituições que podem fornecer ajuda e proteção.

Além disso, o serviço não se limita apenas a receber denúncias. Ele também oferece informações valiosas sobre os direitos das mulheres, incluindo orientações sobre os locais de atendimento mais próximos e adequados para cada situação específica. Isso abrange uma variedade de recursos, como a Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referência, Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres e muitos outros. O objetivo é garantir que as mulheres saibam onde encontrar ajuda e suporte quando mais precisam.

Um aspecto notável do Ligue 180 é que a ligação é totalmente gratuita, tornando-o acessível a todas as mulheres em situação de violência, independentemente de sua situação financeira. Além disso, o serviço opera incansavelmente, 24 horas por dia, sete dias por semana, para garantir que ajuda e orientação estejam sempre disponíveis quando necessário.

Vale ressaltar que o Ligue 180 não se limita ao território nacional; ele estende suas mãos solidárias a mulheres em outros países também. Isso significa que qualquer mulher, independentemente de sua localização geográfica, pode contar com esse serviço para obter auxílio em situações de violência.

Em resumo, a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é uma valiosa ferramenta que oferece apoio, informação e um canal essencial para denúncias, desempenhando um papel significativo na luta contra a violência de gênero e na promoção dos direitos das mulheres. É um recurso essencial que está disponível para todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher, e seu compromisso com a segurança e o bem-estar das mulheres é inabalável.

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