Profissão Repórter de hoje (19) revela histórias inéditas de maternidade, acolhimento e superação

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Na noite desta terça, 19 de agosto de 2025, o Profissão Repórter volta à tela da TV Globo com um episódio que promete emocionar e provocar reflexão. Sob o comando de Caco Barcellos, a equipe do programa se debruça sobre diferentes experiências de maternidade e acolhimento no Brasil. As histórias, ainda inéditas na TV, trazem um retrato comovente de como o amor e o cuidado podem atravessar barreiras sociais, jurídicas e até biológicas, transformando destinos que pareciam já definidos.

O episódio reúne narrativas que não se limitam a mostrar desafios pessoais, mas apontam para um retrato maior da sociedade: mulheres que encontram na maternidade novas formas de existência, famílias que abrem espaço em suas casas para acolher temporariamente crianças em vulnerabilidade e avós que se tornam mães pela segunda vez. É uma edição que promete mexer com sentimentos e também levantar debates urgentes sobre infância e proteção social.

Uma avó que decidiu gerar a própria neta

Entre os relatos mais marcantes está o de Jéssica Bernardes, engenheira de 29 anos diagnosticada ainda jovem com esclerodermia sistêmica, doença rara que compromete órgãos internos e impede a gravidez. Apesar das limitações impostas pela condição, ela nunca deixou de sonhar em ser mãe. O que Jéssica não esperava era que esse desejo se tornaria possível graças à coragem de sua própria mãe, Luciani Mendonça, de 48 anos.

Luciani decidiu ser barriga solidária e gerar a neta, um gesto que uniu amor, generosidade e resiliência. Após meses de preparação médica e jurídica, apenas um embrião foi implantado, e a tentativa foi bem-sucedida. Grávida da própria neta, ela enfrentou olhares desconfiados e perguntas difíceis, mas nunca hesitou em seu propósito. “Estou dando à minha filha algo que a vida tentou negar: a chance de realizar seu sonho”, disse durante as gravações.

A repórter Nathalia Tavolieri e os técnicos Carlos de Oliveira e Ibrahim Damasceno acompanharam essa história em Birigui (SP), registrando desde consultas até conversas íntimas entre mãe e filha. A jornada de Luciani e Jéssica mostra como a maternidade pode nascer também de um pacto familiar, rompendo gerações e reinventando papéis.

Márcia, uma vida dedicada às crianças

Outra protagonista da edição é Márcia Guedes, de 66 anos, que encontrou uma nova razão para viver ao se tornar Mãe Social em uma casa-lar da organização Aldeias Infantis SOS, em São Paulo. Após o fim de um casamento de 35 anos, ela decidiu que queria dedicar seu tempo e energia a algo que fizesse sentido — e encontrou no cuidado coletivo sua missão.

Hoje, Márcia é responsável por nove crianças vítimas de abandono e maus-tratos. Sua rotina vai muito além das tarefas domésticas: ela cozinha, leva à escola, ajuda nos deveres de casa, acompanha consultas médicas e, acima de tudo, oferece afeto. “O maior desafio não é a quantidade de tarefas, mas fazer essas crianças acreditarem que merecem ser amadas. Às vezes, basta um ‘eu te amo’ para mudar tudo”, diz.

Regulamentada desde 1987, a função de Mãe Social exige dedicação integral. As cuidadoras vivem nas casas-lar e compartilham cada momento com as crianças. A história de Márcia mostra não apenas a importância do trabalho, mas também o pouco reconhecimento dado a essas mulheres, que sustentam silenciosamente uma das frentes mais importantes da proteção à infância no país.

O amor temporário das famílias acolhedoras

O episódio também aborda o papel das famílias acolhedoras, que recebem crianças em situação de vulnerabilidade de forma temporária, até que a Justiça defina se elas retornarão à família de origem ou serão encaminhadas para adoção. Embora seja previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) como modelo prioritário, esse tipo de acolhimento ainda é pouco difundido no Brasil.

Atualmente, cerca de 35 mil crianças e adolescentes vivem em abrigos ou instituições, mas apenas 6,2% estão em lares acolhedores. Em São Paulo, o Instituto Fazendo História atua há mais de 20 anos capacitando e acompanhando famílias dispostas a abrir espaço em suas casas e corações.

Os repórteres Pedro Marum e Danielle Zampollo acompanharam de perto esse processo, registrando tanto o calor das relações construídas quanto a dor das despedidas. Uma das mães acolhedoras entrevistadas resumiu a experiência de forma emocionante: “Eu sabia que não seria para sempre, mas isso nunca me impediu de cuidar como se fosse. Amar é sempre arriscado, mas vale cada segundo”.

O reencontro de Rhuan Miguel com a avó

Entre os casos acompanhados pela equipe ao longo dos últimos meses, o do bebê Rhuan Miguel ganha destaque especial no episódio. Após passar quatro meses em uma família acolhedora, ele finalmente reencontrou a avó, Dona Lourdes, que conquistou na Justiça a guarda definitiva do neto.

O reencontro foi marcado por lágrimas e abraços apertados. “Rezei todos os dias para que ele voltasse para mim. Hoje sinto que minha vida está completa outra vez”, afirmou a avó emocionada.

A história chama atenção também porque a mãe do bebê, Lilian, já havia sido mostrada em uma edição anterior do programa, que retratou a dura realidade da Cracolândia em São Paulo. Agora, a trama encontra um desfecho mais esperançoso, reforçando a importância do vínculo familiar na vida de uma criança.

A maternidade como força coletiva

Ao unir histórias tão diferentes, o Profissão Repórter desta terça vai além do registro de experiências individuais. O programa coloca em debate a própria ideia de maternidade, mostrando que ela não se resume ao ato biológico de gerar uma vida. Ser mãe pode significar oferecer o corpo como barriga solidária, dedicar-se integralmente a crianças de outras famílias, acolher temporariamente quem precisa de cuidado ou assumir novamente o papel diante da ausência dos pais.

Em todos os casos, o que sustenta essas mulheres é a mesma força: o amor como ferramenta de resistência e transformação. A edição promete emocionar, mas também provocar reflexões sobre como a sociedade brasileira valoriza — ou negligencia — essas práticas de cuidado.

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