
Nesta sexta-feira, 8 de agosto, às 22h45, o reality show Quilos Mortais traz ao público uma narrativa que ultrapassa os números da balança para alcançar as profundezas do ser humano. O episódio inédito acompanha Bethany, uma psicóloga de 42 anos que enfrenta um desafio colossal: conviver com seus 276 quilos e, ao mesmo tempo, lidar com feridas emocionais antigas e barreiras internas que dificultam sua transformação. As informações são da Record TV.
Leia também:
Confira como está Bethany, participante do programa Quilos Mortais da Record TV
A vida por trás dos números: conhecendo Bethany
Bethany não é uma paciente comum. Com formação em psicologia, ela conhece bem os labirintos da mente humana e compreende, em teoria, a importância de cuidar da saúde emocional. Mas quando o olhar precisa se voltar para si mesma, sua história se mostra complexa e carregada de nuances.
Mãe dedicada de duas filhas — Isabella, de 18 anos, e Zowie, de 10 — Bethany vive um cotidiano marcado pelas limitações que o excesso de peso lhe impõe. São tarefas simples do dia a dia que se tornam desafios gigantescos, como acompanhar as filhas em momentos importantes, brincar no parque ou mesmo atividades corriqueiras dentro de casa. A culpa por não poder estar mais presente e ativa na vida das meninas acompanha seus dias silenciosamente.
A dinâmica familiar tem suas tensões. Isabella, ainda muito jovem, assumiu cedo um papel de cuidadora, tentando equilibrar o suporte à mãe com a construção de sua própria identidade. Já o marido, figura central na história, é um parceiro constante que divide a carga física e emocional de um lar onde a saúde de Bethany muitas vezes é o eixo principal das preocupações.
Cicatrizes que o tempo não cura: feridas emocionais e traumas do passado
Desde a infância, a jovem conviveu com rejeição e a sensação de não pertencimento, sentimentos que cresceram em meio a conflitos familiares e dificuldades sociais. Na adolescência, um relacionamento abusivo deixou marcas profundas, afetando diretamente sua autoestima e ampliando o ciclo de sofrimento.
A luta contra crises de ansiedade e episódios de pânico que acompanham sua trajetória só reforçaram o isolamento. Para Bethany, a comida tornou-se uma espécie de porto seguro — um mecanismo de conforto e proteção diante de um mundo que, para ela, parecia hostil demais.
O paradoxo da psicóloga que resiste à própria cura
Um dos aspectos mais impactantes da história de Bethany é a contradição entre seu conhecimento profissional e a resistência emocional que apresenta diante da própria terapia e tratamento psicológico.
Apesar de entender o valor da psicoterapia, Bethany encara o processo com uma mistura de desconfiança e medo. Ela se apega à cirurgia bariátrica como uma solução quase milagrosa — uma esperança rápida para a transformação que tanto deseja — sem perceber que o verdadeiro e maior desafio está no enfrentamento das questões emocionais que alimentam seus comportamentos e dificultam a mudança.
Essa resistência não é incomum em quem vive com obesidade extrema, especialmente quando há um histórico de traumas não elaborados e uma relação complexa com o próprio corpo e a autoestima. O episódio expõe esse embate interno de forma sensível, mostrando que a cura não é linear e que o caminho pode ser tortuoso.
Além da balança: reconstruir a autoestima e a vida
Para Bethany, a verdadeira batalha não está apenas no número que a balança marca, mas no processo lento e cheio de obstáculos de autoconhecimento, aceitação e reconstrução da autoestima.
Cada pequena conquista, seja física ou emocional, representa um passo fundamental para vencer o medo, a insegurança e as feridas que o tempo não cicatrizou. A série mostra momentos de fragilidade, mas também flashes de esperança e a redescoberta da força interior que ela tem — uma força que talvez estivesse oculta sob o peso do corpo e das emoções.
Esse processo de transformação vai muito além da estética: é sobre recuperar o direito de viver plenamente, de se amar e se aceitar, de reconstruir relações familiares e sociais e de reencontrar a própria identidade.
O peso invisível da responsabilidade familiar
A moça carrega uma culpa que muitas vezes pesa quase tanto quanto os quilos que somam seu corpo. Ela teme não estar presente para as filhas da forma como gostaria e se preocupa com o impacto que sua condição pode ter sobre o futuro delas.
A relação entre Bethany e suas filhas é marcada por um amor imenso, mas também por tensões e angústias naturais de quem vive diante de tantas limitações. Isabella, em particular, vive o delicado papel de suporte emocional e prático para a mãe, enfrentando seu próprio processo de amadurecimento e desafios pessoais.
O episódio ressalta como a obesidade extrema impacta não só o indivíduo, mas todo o núcleo familiar, colocando à prova relações, expectativas e o equilíbrio emocional de todos.
















