
Na sexta-feira, 18 de julho, o rapper Renegado lança o aguardado álbum “Marge Now”, marcando não apenas seus 17 anos de carreira, mas o início de uma fase profundamente autoral, livre e visceral. O projeto chega às plataformas digitais como um manifesto musical e existencial, em que o artista mineiro explora, sem amarras, as múltiplas camadas de sua identidade, de suas vivências e de sua arte.
Ao longo de quase duas décadas, Renegado se firmou como uma das vozes mais inquietas da música urbana brasileira. Do rap ao samba, do soul ao eletrônico, ele sempre transitou entre estilos com naturalidade, dialogando com diferentes gerações e públicos. No currículo, soma colaborações marcantes com Elza Soares, Samuel Rosa, Bebel Gilberto, Diogo Nogueira, Thiaguinho, Anitta, Rogério Flausino, Dona Onete, entre outros — parcerias que ajudam a dimensionar a pluralidade de sua trajetória.
Mas em “Marge Now”, o caminho é mais íntimo. É como se Renegado olhasse para dentro, para as margens do próprio ser, e deixasse que a música traduzisse aquilo que, muitas vezes, o mercado não quer ouvir: a complexidade, o incômodo, a liberdade. “Esse é o álbum mais verdadeiro da minha carreira”, confessa. “Um trabalho que nasceu sem filtros, sem a necessidade de agradar, mas com o compromisso de dizer o que precisa ser dito.”
O título, que une a palavra “marge” — evocando as bordas, as periferias, os limites — com a urgência do “now”, sintetiza o espírito do disco: falar a partir de um lugar que historicamente foi excluído do centro, mas que pulsa vida, arte e resistência com força. E falar agora.
Musicalmente, o álbum é um caldeirão de referências. A base é o rap, mas ele se entrelaça com influências do Afrobeat, do funk carioca, do Amapiano sul-africano, e até com as harmonias sofisticadas do Clube da Esquina — movimento que também nasceu em Minas Gerais e que, como Renegado, apostou no hibridismo como linguagem.
As faixas equilibram batidas dançantes com letras afiadas, que abordam desde questões sociais até reflexões pessoais, passando por afetos, espiritualidade, ancestralidade e reconstrução. A produção do disco aposta em atmosferas densas e expansivas, criando uma experiência sonora envolvente, que convida tanto à escuta profunda quanto ao movimento do corpo.
“Esse álbum é meu grito mais honesto. Não quis seguir fórmula, não quis encaixar em prateleira nenhuma. É sobre a minha verdade, sobre ocupar o espaço com a minha voz, com tudo o que sou: artista, negro, brasileiro, periférico, sensível”, destaca Renegado.
O disco estará disponível em todas as plataformas digitais a partir de 18 de julho — e promete marcar um antes e depois não só na carreira do rapper, mas na forma como a música urbana brasileira pode se afirmar: plural, politizada e profundamente humana.
















