
Na “Sessão da Tarde” de segunda, Globo exibe “Descendentes 3“
Nesta segunda-feira, 28 de julho de 2025, a TV Globo convida os telespectadores a uma última viagem ao universo de Auradon com a exibição de Descendentes 3, a terceira e emocionante parte da franquia original do Disney Channel que conquistou milhões de fãs pelo mundo. O filme, dirigido por Kenny Ortega — conhecido por seu trabalho em High School Musical — será exibido na “Sessão da Tarde”, prometendo encantar públicos de todas as idades com uma história repleta de aventura, música e redenção.
Lançado em 2019, Descendentes 3 marca o desfecho da jornada dos filhos dos maiores vilões da Disney, consolidando a franquia como uma das mais influentes e queridas da nova geração. A produção também ficou marcada por ser o último trabalho completo do ator Cameron Boyce, que interpretava Carlos, filho de Cruella de Vil, e faleceu pouco antes do lançamento oficial. O filme, portanto, carrega uma carga emocional ainda mais profunda para os fãs que cresceram acompanhando a saga.
Um mundo dividido por herança… e por escolha
Descendentes 3 dá continuidade à proposta da franquia: imaginar como seria um mundo onde os heróis e vilões da Disney envelheceram, formaram famílias e passaram seus legados — e suas cargas — para seus filhos. Mal (Dove Cameron), filha de Malévola e Hades, está prestes a se tornar rainha de Auradon, após aceitar o pedido de casamento do Rei Ben (Mitchell Hope), filho de Bela e Fera.
Mas como sempre acontece em histórias boas, nem tudo corre como o esperado.
Enquanto se prepara para o grande dia, Mal é confrontada por uma série de ameaças que colocam seu futuro — e o de Auradon — em risco. Audrey (Sarah Jeffery), filha da Princesa Aurora, rouba o cetro de Malévola e a coroa do reino, mergulhando na escuridão e se tornando uma versão corrompida de si mesma. Ao mesmo tempo, Hades (Cheyenne Jackson), pai de Mal e senhor do submundo, tenta romper a barreira mágica que isola a Ilha dos Perdidos — um lugar destinado a manter os vilões afastados da sociedade “civilizada”.
A história mergulha em temas como identidade, escolhas pessoais, reconciliação com o passado e o poder de mudar o próprio destino. Para isso, Mal conta com a ajuda dos fiéis amigos Evie (Sofia Carson), Jay (Booboo Stewart) e Carlos (Cameron Boyce), que também voltam à Ilha Proibida com o objetivo de convidar uma nova geração de filhos de vilões a se juntarem à vida em Auradon.
Entre magia, dança e emoção: um musical sobre transformação
Dirigido por Kenny Ortega, mestre das coreografias e das narrativas juvenis cheias de energia, Descendentes 3 mistura elementos de aventura, fantasia, comédia e musical. As cenas de dança coreografadas com precisão e os números musicais contagiantes são parte essencial da identidade da franquia.
As canções originais, como “Queen of Mean”, interpretada por Sarah Jeffery (Audrey), e “Night Falls”, cantada pelo elenco principal, são poderosos reflexos dos dilemas emocionais vividos pelos personagens. Cada música marca um momento de virada, de descoberta ou de conflito — e é esse equilíbrio entre o lúdico e o simbólico que tornou os Descendentes tão populares.
A música, aliás, é mais do que trilha sonora: é o fio condutor da trama. É através dela que os personagens expressam suas frustrações, sonhos, dúvidas e até seus pedidos de perdão.
Elenco carismático e inesquecível
Um dos grandes trunfos de Descendentes 3 é seu elenco jovem, talentoso e absolutamente carismático. Dove Cameron volta a brilhar no papel da corajosa Mal, em uma interpretação mais madura, complexa e emocional do que nos filmes anteriores. Ao seu lado, Sofia Carson, Booboo Stewart e Cameron Boyce formam o núcleo central da história, mostrando a evolução dos filhos dos vilões desde a primeira vez que cruzaram os portões de Auradon.
A performance de Cameron Boyce, em especial, emociona ainda mais neste filme, já que o ator faleceu em julho de 2019, pouco antes do lançamento. Sua presença no longa é cheia de vida, leveza e humor — qualidades que sempre o acompanharam dentro e fora das telas. A Disney prestou homenagens a ele na estreia e em materiais promocionais, e os fãs ao redor do mundo mantêm viva sua memória até hoje.
Completam o elenco nomes como Sarah Jeffery (Audrey), Cheyenne Jackson (Hades), China Anne McClain (Uma), Jadah Marie (Celia), Thomas Doherty (Harry Gancho), Dylan Playfair (Gil), Anna Cathcart (Dizzy Tremaine) e Mitchell Hope (Ben), além de participações especiais de personagens consagrados dos dois primeiros filmes.
De filhos de vilões… a construtores de pontes
Se o primeiro Descendentes falou sobre aceitação e o segundo sobre lealdade, o terceiro filme é, acima de tudo, sobre perdão e construção de pontes. Mal, que durante muito tempo temeu o próprio passado, precisa agora se reconciliar com sua origem para poder construir um futuro diferente — não apenas para si, mas para todas as crianças da Ilha dos Perdidos.
A decisão de abrir Auradon para os jovens da ilha é carregada de significados. A mensagem é clara: ninguém deve ser definido pelas escolhas dos pais. O filme mostra que herança não é destino e que todos — inclusive os “filhos dos vilões” — merecem a chance de recomeçar.
Esse discurso, apesar de inserido em um contexto mágico e lúdico, ecoa fortemente na realidade de muitos jovens que se sentem à margem, estigmatizados ou limitados por suas histórias familiares. Descendentes 3 consegue abordar esse tema com leveza e ao mesmo tempo profundidade.
Um adeus carregado de emoção
Mais do que um capítulo final, Descendentes 3 é uma despedida. E despedidas sempre doem um pouco, especialmente quando envolvem personagens com os quais criamos laços ao longo dos anos.
A narrativa fecha ciclos, responde perguntas, dá espaço para que os personagens cresçam e encerrem suas jornadas de forma digna. Não há vilões definitivos nem heróis perfeitos. O filme propõe a ideia de que todos somos passíveis de erro — e também de redenção.
O reencontro com personagens queridos, o fechamento de arcos emocionais e a maturidade alcançada pelos protagonistas fazem com que esse último capítulo tenha gosto de saudade. Para os fãs, é impossível assistir sem se lembrar da trajetória iniciada em 2015, quando Mal, Evie, Carlos e Jay atravessaram pela primeira vez os portões de Auradon.
Legado e continuação
Apesar de ser o último filme da trilogia principal, a franquia Descendentes ainda rendeu uma animação especial — Descendants: The Royal Wedding — exibida em 2021, que mostrou o casamento de Mal e Ben. Desde então, rumores de novos projetos no universo expandido vêm circulando entre os fãs.
Em 2023, a Disney confirmou o desenvolvimento de Descendants: The Rise of Red, uma nova produção derivada que explora outros descendentes de vilões clássicos. Embora Mal e sua turma não estejam diretamente envolvidos, o legado da trilogia original está mais vivo do que nunca.
Na “Sessão da Tarde” de terça, “Nunca Te Esquecerei” é o grande destaque
Na terça-feira, 29 de julho de 2025, a Sessão da Tarde da TV Globo leva ao ar o drama sensível e tocante “Nunca Te Esquecerei”, estrelado por Nick Nolte e Sophia Lane Nolte, que traz à tona as nuances delicadas do Alzheimer, da memória afetiva e dos vínculos eternos entre avós e netos.
Poucos filmes conseguem tocar o coração com tanta doçura e ao mesmo tempo provocar reflexões profundas sobre o tempo, a perda e o amor como Nunca Te Esquecerei (Head Full of Honey, 2018). Dirigido pelo alemão Til Schweiger e inspirado em sua obra anterior – o sucesso europeu Honig im Kopf (2014) – o longa ganha novo fôlego nesta versão teuto-americana, reimaginada para o público internacional, mas sem perder a essência emocional da história original.
Nesta terça, os telespectadores brasileiros terão a chance de mergulhar nessa comovente jornada na Sessão da Tarde, numa tarde que promete lágrimas, sorrisos e memórias à flor da pele.
Uma viagem contra o esquecimento
A trama gira em torno de Amadeus (Nick Nolte), um idoso carismático que está nos estágios iniciais do Alzheimer. Antes que a doença leve embora todas as suas lembranças, sua neta Matilda (interpretada por sua filha na vida real, Sophia Lane Nolte) decide embarcar com ele em uma última e inesquecível viagem à cidade de Veneza — lugar onde Amadeus viveu momentos marcantes com sua falecida esposa.
Mas essa não é apenas uma viagem geográfica. É uma travessia emocional, carregada de afeto, ternura e também de momentos cômicos e desconcertantes causados pelos lapsos de memória do protagonista. A presença da neta, pura em sua intenção de ajudar o avô a resgatar o passado, torna tudo mais especial e tocante.
A relação entre os dois é o verdadeiro fio condutor da narrativa. Matilda, em sua inocência e sensibilidade, se torna o pilar emocional da história — e a bússola de Amadeus nesse mar revolto que é o esquecimento.
Pai e filha na ficção e na vida real
Um dos grandes destaques de Nunca Te Esquecerei está fora da tela: a relação real entre Nick Nolte e sua filha, Sophia Lane Nolte. Interpretando avô e neta, os dois trazem à cena uma química inegável, que empresta à narrativa uma dose extra de autenticidade e emoção.
Nick Nolte, veterano de Hollywood com indicações ao Oscar por O Príncipe das Marés (1991) e Guerreiro (2011), mostra aqui uma performance sensível e cheia de nuances. Sophia, por sua vez, surpreende com uma atuação delicada e intensa, mesmo sendo seu primeiro grande papel no cinema.
A cumplicidade entre os dois é tão evidente que o espectador esquece que está assistindo a uma ficção. Os olhares trocados, os gestos de carinho, os silêncios compartilhados — tudo contribui para uma narrativa que parece saída da vida real.
Refilmagem emocional com sotaque europeu
Head Full of Honey é, na verdade, uma refilmagem americana do longa-metragem alemão Honig im Kopf (2014), também dirigido por Til Schweiger. Na versão original, o filme foi um fenômeno na Alemanha, tendo atraído mais de sete milhões de espectadores e sendo eleito um dos maiores sucessos de bilheteria daquele ano.
Ciente do potencial da história, Schweiger decidiu levá-la a novos públicos, adaptando-a para o inglês e escalando um elenco internacional com nomes como Matt Dillon (Crash – No Limite), Emily Mortimer (A Invenção de Hugo Cabret), Jacqueline Bisset (Assassinato no Expresso do Oriente), Eric Roberts (Batman: O Cavaleiro das Trevas), entre outros.
As filmagens aconteceram em locações pitorescas da Alemanha e da Itália, com destaque para as belas paisagens de Veneza, que servem como pano de fundo para os momentos mais poéticos da trama. A trilha sonora suave e as imagens delicadas colaboram para construir a atmosfera nostálgica e contemplativa da obra.
Memória, perda e amor: temas que falam à alma
Ao tratar do Alzheimer, Nunca Te Esquecerei aborda com sensibilidade uma das doenças mais devastadoras do século XXI — não apenas para quem sofre com ela, mas também para os familiares e cuidadores. A narrativa opta por um olhar humanizado, sem cair em dramatizações excessivas ou sentimentalismo forçado.
O filme convida o público a refletir sobre o que significa perder as próprias lembranças, e como o amor pode persistir mesmo quando as palavras e os rostos começam a desaparecer. Em tempos de relações tão rápidas e digitais, essa história resgata o valor dos vínculos genuínos — daqueles que sobrevivem à passagem do tempo e ao esquecimento.
Amadeus, mesmo confuso, ainda carrega em si a centelha da ternura. Matilda, mesmo jovem, entende que amar é cuidar, é lembrar por dois, é insistir na esperança. E assim, juntos, eles constroem uma última aventura que vale mais do que qualquer lembrança: uma conexão que permanece na alma, mesmo quando a mente falha.
Uma recepção discreta, mas uma mensagem poderosa
Apesar do sucesso estrondoso do original alemão, a versão americana de Head Full of Honey teve uma recepção modesta. Nos cinemas da Alemanha, onde foi exibida como prévia para o público local, o filme arrecadou apenas US$ 65 mil nas primeiras duas semanas, contrastando com a bilheteria expressiva de seu antecessor.
A crítica também se dividiu. Alguns veículos apontaram certa dificuldade de ritmo e de tom na nova versão. Outros, no entanto, elogiaram a atuação sincera de Nick Nolte e a beleza das locações. Mas, independentemente de números ou resenhas, a verdade é que há filmes que não se medem por bilheteria — e sim por impacto emocional.
Nunca Te Esquecerei é um desses filmes. Uma obra que, apesar de discreta, tem o poder de tocar corações, despertar memórias e inspirar olhares mais ternos sobre o envelhecimento e os laços familiares.
Vale assistir?
Sim. E não apenas por ser um filme bonito — mas porque ele provoca uma reconexão com aquilo que realmente importa: as pessoas, as histórias, os momentos que carregamos conosco, mesmo quando a memória começa a falhar.
Se você tem ou teve um avô, se já cuidou de alguém que enfrenta o Alzheimer, ou se simplesmente quer ver uma história humana, tocante e verdadeira, não deixe de assistir. Prepare um lenço, abra o coração e permita-se lembrar que, no fim, o amor é a memória mais forte que temos.
Quarta é dia de nostalgia com Pica-Pau: O Filme
Nesta quarta, 30 de julho, a tarde da Globo traz uma boa dose de confusão, gargalhadas e nostalgia com Pica-Pau: O Filme (Woody Woodpecker), uma comédia infantojuvenil que resgata o clássico personagem criado por Walter Lantz e Ben Hardaway. O longa, lançado em 2017, mistura live-action com animação digital e promete entreter toda a família com as travessuras do pássaro mais encrenqueiro dos desenhos animados.
A história: o bico afiado contra o concreto
Na trama, o advogado Lance Walters (Timothy Omundson) decide construir uma casa de luxo em uma área verde próxima à fronteira com o Canadá, herdada de seu pai. Ao lado da noiva Vanessa (interpretada pela brasileira Thaila Ayala) e do filho adolescente Tommy (Graham Verchere), ele se instala no terreno paradisíaco. O que ele não esperava era encontrar um morador local nada pacato: o Pica-Pau, que vive justamente na árvore marcada para ser derrubada.
O pássaro, dublado por Eric Bauza, usa toda a sua criatividade para impedir a construção. O embate entre o homem e a natureza se transforma em uma verdadeira guerra cômica, recheada de armadilhas, quedas, explosões e, claro, a risada inconfundível do protagonista.
Um elenco internacional com tempero brasileiro
Além do elenco americano, o filme conta com a participação da atriz brasileira Thaila Ayala, em seu primeiro papel internacional de destaque. Ela vive a vaidosa Vanessa, namorada de Lance, que se vê envolvida nas confusões do pássaro maluco.
Outro destaque vai para Graham Verchere, que interpreta Tommy, o filho de Lance. Durante o conflito entre o pai e o Pica-Pau, o jovem se aproxima do pássaro, iniciando uma improvável amizade — e servindo de ponte para reflexões sobre empatia e convivência com a natureza.
Bastidores e lançamento curioso
Pica-Pau: O Filme foi dirigido por Alex Zamm e teve suas filmagens realizadas no Canadá, em meio a belas paisagens naturais. A produção inicialmente seria inteiramente animada e chegou a ser pensada pela Illumination Entertainment, responsável por sucessos como Meu Malvado Favorito. No entanto, o projeto foi reformulado para o formato híbrido que conhecemos hoje.
Curiosamente, o Brasil foi o primeiro país a receber o filme nos cinemas, em outubro de 2017. O personagem, que tem enorme popularidade entre o público brasileiro, ganhou até uma turnê promocional, com pessoas fantasiadas visitando capitais como São Paulo, Manaus e Olinda. Cenas icônicas dos desenhos animados foram recriadas em pontos turísticos, como as Cataratas do Iguaçu.
Para rir e lembrar
Mais do que uma comédia infantil, o filme fala sobre respeito à natureza, família e o valor da amizade — tudo isso com o bom humor clássico do Pica-Pau. Para os adultos, é uma viagem ao passado. Para os pequenos, uma porta de entrada para o universo de um dos personagens mais carismáticos da animação.
“Uma Prova de Amor” emociona na Sessão da Tarde de quinta (31/07)
Na tarde desta quinta-feira, 31 de julho de 2025, a emissora exibe na Sessão da Tarde um dos dramas mais tocantes do cinema dos anos 2000: “Uma Prova de Amor” (My Sister’s Keeper, 2009). Com direção sensível de Nick Cassavetes, o longa emociona por abordar com profundidade um dos temas mais delicados da vida: até onde alguém pode — ou deve — ir por amor a um filho?
Logo nos primeiros minutos, o espectador é inserido no universo intenso da família Fitzgerald. Tudo começa com a pequena Anna (vivida com doçura e força por Abigail Breslin, de Pequena Miss Sunshine), uma menina que, aos 11 anos, toma uma atitude inesperada: ela procura um advogado e entra com um processo judicial contra seus próprios pais. O motivo? Ela quer o direito de decidir o que fazer com seu corpo — ou melhor, o direito de dizer “não”.
A situação é complexa e dolorosa: Anna foi concebida, através de fertilização in vitro, com um propósito específico — ser compatível com sua irmã mais velha, Kate (Sofia Vassilieva), que desde os 2 anos luta contra uma leucemia agressiva. Desde bebê, Anna vem doando células, sangue e tecidos para manter a irmã viva. Mas agora, ela foi informada de que precisará doar um rim, e sua resposta é um não — um “não” que ecoa como um grito por autonomia, por identidade, por infância.
Do outro lado da história está Sara Fitzgerald, interpretada com garra e fragilidade por Cameron Diaz, uma mãe que abandonou a própria carreira como advogada para se dedicar integralmente à luta pela vida de Kate. Sara é intensa, determinada, e, como muitas mães, se vê disposta a tudo por sua filha — até mesmo ultrapassar limites éticos e emocionais. O que ela não esperava era ser confrontada pela própria filha mais nova, aquela que deveria ser a “solução”.
Entre sessões no hospital, consultas jurídicas e silêncios carregados, o longa constrói uma narrativa poderosa sobre laços familiares, amor em estado bruto e os limites da doação. O pai, Brian (Jason Patric), surge como um contraponto mais sensível e equilibrado, enquanto o advogado excêntrico Campbell Alexander (Alec Baldwin) e a juíza vivida por Joan Cusack completam o quadro com delicadeza.
Mas o que realmente faz de Uma Prova de Amor uma obra tão marcante é a sua humanidade. Não há vilões ou mocinhos — apenas pessoas tentando sobreviver ao impensável, convivendo com a ideia de que a filha pode morrer. A atmosfera do filme é intensa, mas nunca apelativa. Ao contrário: cada decisão dos personagens é atravessada por camadas de amor, desespero, culpa e compaixão.
Com um elenco comprometido, uma trilha sonora delicada e uma reviravolta que surpreende até os espectadores mais atentos, o filme também traz uma questão filosófica difícil de engolir: é justo trazer uma criança ao mundo com um objetivo específico? Quem decide o que é certo ou errado quando a vida de alguém está em jogo? E o que significa, de fato, amar alguém incondicionalmente?
Adaptado do best-seller de Jodi Picoult, o roteiro equilibra com sensibilidade os diálogos afiados com momentos silenciosos que falam mais do que mil palavras. A escolha do diretor Nick Cassavetes (o mesmo de Diário de uma Paixão) pelo tom intimista e cru dá profundidade emocional a cada cena — da dor contida nos olhares à doçura das lembranças entre irmãs.
Mesmo com o peso do tema, o filme consegue emocionar sem soar manipulador. Há leveza em alguns momentos, especialmente na relação entre Kate e seu namorado no hospital, e há beleza até na tristeza que se instala pouco a pouco. A despedida, quando chega, não é só uma despedida de um personagem, mas de um tempo, de uma luta, de um vínculo forjado entre o espectador e essa família ficcional — tão real em sua imperfeição.
Para quem ainda não viu ou quer rever, Uma Prova de Amor é aquele tipo de filme que convida à reflexão e ao acolhimento. Um convite para pensar sobre as múltiplas formas de amar — e sobre como nem sempre as decisões mais difíceis são as erradas.
“Velozes & Furiosos 5 – Operação Rio” invade a TV Globo com adrenalina, ação e paisagens cariocas
Nesta sexta-feira, 1º de agosto, a TV Globo vai tirar os freios da programação e colocar o pé no acelerador com “Velozes & Furiosos 5 – Operação Rio” na Sessão da Tarde. Mais do que um blockbuster recheado de ação, o quinto capítulo da franquia que virou fenômeno mundial tem um sabor especial para o público brasileiro: boa parte da história se passa (e foi filmada) no Rio de Janeiro.
Entre perseguições com cofres de 10 toneladas, becos cheios de história e favelas pulsando vida, o longa não apenas mergulha o espectador em um espetáculo de alta octanagem, como também traz um retrato — ainda que hollywoodiano — da Cidade Maravilhosa como pano de fundo de um dos maiores assaltos do cinema moderno. Mas afinal, por que esse filme segue sendo tão marcante para os fãs, especialmente os brasileiros?
Vamos voltar no tempo, abrir as portas dos carros tunados da memória e embarcar nessa jornada.
Quando a velocidade encontrou o Brasil
Lançado em 2011, Velozes & Furiosos 5 – Operação Rio (ou Fast Five, no original) não foi só mais um capítulo da série. Foi o ponto de virada. A franquia, até então centrada em corridas ilegais e carros turbinados, decidiu dobrar a aposta: transformou-se em um verdadeiro épico de ação global. E a escolha do Brasil como cenário não foi mero acaso.
Depois de quatro filmes com altos e baixos, os produtores sabiam que era hora de reinventar. A solução? Uma mistura explosiva: unir todos os personagens icônicos da saga, injetar humor, espionagem e um plano de assalto cinematográfico — tudo com a energia vibrante do Rio como moldura. Era o nascimento de uma nova fase para a franquia.
“Foi uma decisão criativa e estratégica. Queríamos explorar um novo tom, com escala internacional e uma trama que fosse além das corridas. O Rio foi escolhido por sua beleza, caos urbano e cultura pulsante”, disse o diretor Justin Lin na época do lançamento.
Um assalto cinematográfico em solo carioca
Na trama, Dom Toretto (Vin Diesel) e Brian O’Conner (Paul Walker) se refugiam no Brasil após resgatarem Dom de uma prisão nos EUA. Em busca de uma vida nova, aceitam participar de um roubo de carros que rapidamente se revela uma armadilha. Para limpar seus nomes e garantir liberdade definitiva, eles decidem realizar um último e ousado assalto: roubar 100 milhões de dólares do cofre de Hernan Reyes (Joaquim de Almeida), um poderoso e corrupto empresário com tentáculos no crime carioca.
Para isso, convocam um time de elite: Roman (Tyrese Gibson), Tej (Ludacris), Han (Sung Kang), Gisele (Gal Gadot) e outros rostos conhecidos da saga se juntam para formar a “família”. O que segue é uma combinação irresistível de ação, humor e emoção — com direito a reviravoltas, confrontos físicos de tirar o fôlego e a famosa cena do cofre sendo arrastado pelas ruas do Rio.
O Brasil nos olhos de Hollywood — e vice-versa
Apesar do nome “Operação Rio” e das cenas ambientadas na cidade, vale destacar: muitas sequências não foram realmente filmadas no Brasil. Questões logísticas, segurança e custos levaram a equipe a recriar parte das favelas em Porto Rico e filmar cenas de perseguição em outras localidades.
Ainda assim, o impacto foi real. A favela fictícia onde boa parte da história se desenrola foi inspirada no Morro do Vidigal e em outras comunidades cariocas. A produção também contou com locações reais, como o Cristo Redentor, Lapa, Copacabana e Aterro do Flamengo.
Para muitos brasileiros, ver o país estampado em um filme de ação tão grandioso — ainda que por lentes estereotipadas — foi um marco cultural. Houve, sim, críticas sobre a representação do Brasil como um lugar perigoso e dominado por milícias, mas também houve orgulho: o país virou cenário de um blockbuster global, com Vin Diesel e Paul Walker correndo pelas ladeiras cariocas.
A força de um legado (e da “família”)
“Velozes & Furiosos 5” também ficou marcado por consolidar de vez o tema mais querido pelos fãs: a importância da família. Mais do que motores rugindo e explosões em câmera lenta, o longa fala sobre união, lealdade, sacrifício e laços que vão além do sangue.
Foi nesse capítulo que a franquia deixou de ser apenas sobre carros para se tornar sobre personagens. E isso se refletiu no coração do público. A química entre Vin Diesel e Paul Walker atinge seu ápice, e o carisma de Dwayne “The Rock” Johnson como o agente Luke Hobbs eleva o conflito a um novo nível. Os embates físicos entre Hobbs e Dom são brutais, quase como lutas de titãs — e, não à toa, viraram memes e gifs eternos na cultura pop.
Bastidores de uma superprodução
O filme foi gravado em tempo recorde, com orçamento estimado em US$ 125 milhões. O diretor Justin Lin revelou, anos depois, que uma das maiores preocupações era manter o espírito “de rua” dos primeiros filmes, mesmo com toda a escala hollywoodiana.
“Queríamos que o público sentisse o calor do asfalto, a poeira nas vielas, o barulho dos motores em ruas apertadas. E ao mesmo tempo, mostrar que esses personagens estavam crescendo, evoluindo para missões maiores”, contou Lin em entrevista ao Collider.
As gravações movimentaram centenas de profissionais brasileiros, desde figurantes até técnicos de som e motoristas. Para muitos deles, participar da produção foi uma oportunidade única — uma chance de vivenciar o ritmo frenético de uma superprodução.
Paul Walker e o carinho eterno dos fãs
Rever Paul Walker em cena é sempre um momento agridoce. O ator, falecido tragicamente em 2013 em um acidente de carro, ainda é lembrado com carinho pelos fãs da franquia e pelo elenco. Sua presença em Velozes & Furiosos 5 é vibrante, leve e cheia de carisma — lembrando o quanto ele foi essencial para o sucesso da série.
“Paul era o coração da franquia. Tinha uma energia única, uma paixão sincera pelo que fazia. Ele amava carros, amava o Brasil, e se divertiu muito durante as filmagens”, relembrou Vin Diesel em um tributo emocionante em 2021, na celebração dos 10 anos do filme.
















