Saiba qual filme vai passar na Sessão da Tarde desta sexta (08/08)

2 Filhos de Francisco - A História de Zezé di Camargo & Luciano é o grande destaque desta sexta (08), na TV Globo.

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Foto: Reprodução/ Internet

Era só mais uma família simples do interior. Ou pelo menos parecia.
Nove filhos, um pedaço de terra, um pai teimoso e uma mãe guerreira. Gente comum, do tipo que acorda cedo pra trabalhar, que reza pra ter saúde e comida na mesa. Mas naquela casa de chão batido, em Pirenópolis, Goiás, havia também algo raro: um sonho que insistia em sobreviver à seca, à pobreza e às tragédias da vida.

Essa é a grande essência de 2 Filhos de Francisco, filme que retorna à tela da TV Globo nesta sexta, 8 de agosto de 2025, na Sessão da Tarde. Não é só um longa-metragem. É um reencontro. Uma lembrança viva de como o afeto, a música e a esperança podem transformar destinos — e como as histórias mais extraordinárias são, muitas vezes, aquelas que brotam dos cantos mais humildes do Brasil.

Uma história de verdade, com a cara do Brasil

De acordo com informações do AdoroCinema, dirigido por Breno Silveira, que nos deixou em 2022, o filme estreou em 2005 e conquistou o país com uma simplicidade arrebatadora. Nada ali parece fabricado. Não há glamour. Há suor, dor, luto e um tipo de fé que não se explica — apenas se sente. O longa narra a vida real dos irmãos Zezé Di Camargo & Luciano, desde a infância na zona rural até a explosão no cenário sertanejo nacional.

Mas o protagonista mesmo é Francisco Camargo, pai da dupla. Interpretado magistralmente por Ângelo Antônio, ele é o tipo de homem que os brasileiros conhecem bem: fala pouco, trabalha muito, acredita nos filhos com força quase cega. Um caboclo com os pés no chão e a cabeça nas nuvens. E que, por mais improvável que pareça, nunca duvidou de que dois de seus filhos mudariam o rumo da história familiar — e da música nacional.

Amor que não se explica, só se vive

É fácil esquecer, diante do sucesso atual de Zezé e Luciano, que tudo começou com um acordeão velho e muita vontade de cantar. Mirosmar, o primogênito, e Emival, o irmão com quem formaria a primeira dupla, encantavam a vizinhança com suas apresentações em festas da vila. Com apoio do pai, chegaram a se apresentar em grandes palcos do interior, mas a vida, implacável, os separou cedo demais. Um acidente trágico levou Emival ainda adolescente. O filme nos leva a esse momento com delicadeza e firmeza. A dor da perda, o silêncio da mãe (Dira Paes, em uma performance sensível), o luto coletivo. E mesmo assim, Francisco não desiste. Ele sabe que o sonho não morreu com Emival. Ele apenas mudou de forma.

Um Brasil que chora, mas não se entrega

o longa toca fundo porque não romantiza a pobreza, mas também não transforma tudo em desgraça. Mostra o Brasil que chora no silêncio, que sofre sem fazer barulho, mas que se levanta todos os dias pra tentar de novo. É nesse espírito que Mirosmar — agora já pai de família, sem dinheiro, sem sucesso — volta a tentar a sorte na música. Fracassa uma, duas, três vezes. Vende o carro pra gravar um disco. Ouve que sua voz é “boa só pra cantar escondido”. E continua. Porque no fundo, sabe que o pai não sonhava à toa. Quando Luciano entra em cena, a mágica acontece. Dois irmãos, uma nova chance. Surge a dupla Zezé Di Camargo & Luciano, com a canção “É o Amor” abrindo os caminhos. O resto é história.

O filme que fez o Brasil se ver na tela

Ao estrear nos cinemas, o longa-metragem quebrou recordes. Mais de 4,7 milhões de pessoas assistiram ao longa. R$ 34 milhões arrecadados. Um fenômeno de bilheteria nacional, sem precisar de efeitos especiais nem de nomes internacionais. Apenas uma boa história, bem contada, com verdade no olhar.

Nos bastidores, nomes como Patrícia Andrade e Carolina Kotscho assinam o roteiro, e a produção envolveu estúdios como Globo Filmes, Conspiração Filmes e a gigante Columbia TriStar. Mas o segredo do sucesso não está nos bastidores. Está no coração da narrativa. Está em cenas como a de Francisco negociando um instrumento no fiado, ou da mãe tentando esconder o choro para não desmotivar os filhos.

Aliás, quantas mães brasileiras já não fizeram o mesmo?

Um elenco que sente, não só interpreta

O que dá vida à história são os rostos, os sotaques, os silêncios. Ângelo Antônio é um gigante discreto como Francisco. Dira Paes, de olhar sempre úmido, carrega no corpo a fadiga de uma mulher que aguenta tudo — e ama sem reservas. Márcio Kieling e Thiago Mendonça interpretam Zezé e Luciano com uma verdade que impressiona, ainda mais por se tratar de personagens vivos, conhecidos.

E há participações especiais que aquecem o coração: Lima Duarte como o avô Benedito, Paloma Duarte como Zilu, Natália Lage, José Dumont, Maria Flor. Todos entregam mais do que técnica: entregam alma.

Trilha sonora de um Brasil inteiro

O filme não seria o mesmo sem sua trilha. A canção “É o Amor”, que virou hino nacional nos anos 1990, surge como clímax emocional. Mas a trilha vai além da nostalgia: Maria Bethânia, Nando Reis, Chitãozinho & Xororó, Wanessa Camargo, Ney Matogrosso — todos contribuíram para fazer da música um personagem à parte.

Quem assiste sai cantarolando, com nó na garganta e sorriso nos lábios. Porque é impossível não se identificar. Quem nunca viu um parente desistir de um sonho? Quem nunca sonhou por alguém?

Francisco: um herói real

No centro de tudo está ele: Francisco Camargo, que faleceu em 2020, pouco antes de completar 84 anos. O homem que plantava sonhos em solo duro, e os regava com amor, fé e persistência. Ele não compôs nenhuma canção, mas foi o maestro invisível da trajetória de Zezé e Luciano. Um herói brasileiro, desses que não têm estátua nem feriado, mas que vivem no coração de cada filho que foi incentivado a seguir.

Por que rever esse filme agora?

Porque o Brasil precisa de histórias assim. Num país tantas vezes marcado por crises, desigualdades, lutos e desesperanças, filmes como “2 Filhos de Francisco” nos lembram de algo essencial: a beleza das histórias possíveis. Aquelas que começam pequenas e terminam enormes, que surgem em barracos e chegam aos palcos. Que nascem de dores reais, mas também de afetos que sobrevivem a tudo.

Onde posso assistir?

Você pode assistir ao filme em diferentes plataformas de streaming. O longa está disponível para assinantes da Amazon Prime Video e da HBO Max, oferecendo acesso completo por meio de suas respectivas assinaturas. Para quem prefere alugar, o título também pode ser encontrado na modalidade VOD (Vídeo sob Demanda) na própria Prime Video, com aluguel a partir de R$ 6,90. Essas opções tornam fácil reviver — ou descobrir pela primeira vez — a emocionante trajetória da dupla sertaneja em qualquer momento, no conforto de casa

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