Saiba qual filme vai passar na Tela Quente desta segunda (11/08)

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Foto: Reprodução/ Internet

Sabe aquela sensação gostosa de reencontrar velhos amigos depois de muito tempo? Aquela mistura de “será que ainda vai ser como antes?” com a surpresa boa de perceber que, mesmo com as rugas e as mudanças, a conexão continua a mesma? Pois é exatamente isso que Bad Boys Para Sempre, atração da Tela Quente desta segunda-feira na TV Globo, entrega.

Mais do que um festival de tiros, perseguições e piadas afiadíssimas (o que, claro, também não falta), o terceiro capítulo da franquia Bad Boys consegue fazer algo raro: olhar para trás sem parecer datado — e seguir em frente sem trair sua essência. É um filme que ri do próprio passado, mas também se emociona com o tempo que passou. E que nos convida a fazer o mesmo.

Um reencontro com os velhos tempos — e com a nova vida

Lançado em 2020, o longa-metragem marca o retorno de Will Smith e Martin Lawrence como Mike Lowrey e Marcus Burnett, a dupla de detetives mais caótica — e querida — dos cinemas desde os anos 90. Só que dessa vez, eles voltam com cabelos mais grisalhos, joelhos mais frágeis… e dilemas mais reais.

Mike continua sendo o bonitão marrento, viciado em adrenalina e com o ego do tamanho de Miami. Marcus, por sua vez, agora está aposentado, mais sereno, com netos e uma vontade crescente de paz. Mas quando uma ameaça do passado ressurge com sangue nos olhos e munição infinita, os dois são obrigados a calçar os coturnos mais uma vez. Só que agora, o peso não é só dos coletes à prova de bala — é o peso do tempo.

O segredo? Respeitar o tempo que passou

E é aqui que mora a maior força do filme. Em vez de fingir que nada mudou desde os tempos de “bad boys, bad boys, what you gonna do?”, o roteiro — escrito por Chris Bremner, Peter Craig e Joe Carnahan — assume as marcas do tempo com dignidade. Há humor, claro, e muita ação coreografada de forma espetacular. Mas há também silêncio, dor, arrependimento e um senso de legado.

Essa maturidade inesperada não apaga a química eletrizante entre os protagonistas, que continuam hilários. Ela apenas dá mais profundidade a uma franquia que, até então, vivia de explosões e frases de efeito.

Foto: Reprodução/ Internet

Uma direção com sotaque novo — e alma vibrante

A escolha de colocar a franquia nas mãos da dupla belga Adil El Arbi e Bilall Fallah foi certeira. Eles trouxeram uma estética moderna, vibrante e um olhar mais global, sem perder a vibe calorosa e exagerada que tornou os filmes anteriores tão icônicos.

O visual do filme é mais polido, as cenas de ação são mais orgânicas, e há uma atenção especial aos momentos de pausa — aqueles em que os personagens param de correr e atirar, e simplesmente olham um para o outro, tentando entender o que estão sentindo.

Não é só um filme sobre matar bandidos. É um filme sobre envelhecer. Sobre perder pessoas. Sobre tentar consertar o que foi quebrado — mesmo que tarde demais.

Os novos rostos da nova geração

Claro que ninguém segura uma franquia por 25 anos só com nostalgia. E é por isso que o filme apresenta a equipe AMMO, um esquadrão de elite formado por jovens agentes que misturam tecnologia, táticas modernas e um certo espanto com os métodos à moda antiga de Mike e Marcus.

Paola Núñez lidera o time como Rita, ex-namorada de Mike, com quem divide tensão, mágoas e missões explosivas. Ao lado dela, estão Vanessa Hudgens, Alexander Ludwig e Charles Melton, que trazem sangue novo, carisma e até algum alívio cômico para o campo de batalha. A química entre eles funciona — e, quem sabe, até aponta um possível futuro para a franquia.

Os vilões são mais que caricaturas

Nada de vilão genérico com risada de desenho animado. Isabel Aretas (a magnética Kate del Castillo) e seu filho Armando (Jacob Scipio) são os antagonistas da vez — e vêm com motivação, dor e história.

Eles não são maus por serem maus. São movidos por feridas abertas e por uma vingança que faz sentido dentro da lógica da trama. Mais do que ameaças, eles são espelhos distorcidos dos protagonistas. E é justamente por isso que os confrontos finais carregam emoção, não só adrenalina.

Sucesso de público, crítica e… alma

O filme não apenas foi bem de bilheteria (mais de US$ 426 milhões arrecadados no mundo todo), como também conquistou a crítica. No Rotten Tomatoes, são 77% de aprovação, com elogios ao carisma da dupla, à direção energética e ao roteiro surpreendentemente maduro.

E talvez seja essa a mágica: o filme entende que, para continuar relevante, não basta repetir a fórmula. É preciso crescer com ela.

O caminho até aqui foi tudo, menos fácil

Acredite se quiser: a ideia de um terceiro Bad Boys começou a circular lá por 2008. Mas entre troca de roteiristas, desistências, cronogramas impossíveis e até crise de confiança no próprio gênero, foram mais de dez anos até o projeto finalmente sair do papel.

Joe Carnahan quase dirigiu. Michael Bay quis voltar. Mas foi com os diretores belgas, as câmeras digitais Sony VENICE e um elenco afiado que a mágica realmente aconteceu — entre Miami, Atlanta e até a Cidade do México.

E, claro, com Will Smith e Martin Lawrence chegando de Porsche no tapete vermelho da pré-estreia. Porque se é pra voltar, que seja com estilo.

A dublagem brasileira? Um espetáculo à parte

Na exibição da TV Globo, vale prestar atenção à dublagem caprichada do estúdio Delart, com Márcio Simões e Mauro Ramos dando vida à dupla principal. A direção de dublagem ficou a cargo do talentosíssimo Manolo Rey, garantindo um resultado fluido, engraçado e que respeita a alma dos personagens. E convenhamos: nada como ouvir um “aí, parceiro!” no melhor estilo carioca para sentir que os Bad Boys são um pouco nossos também.

Mais que ação, uma despedida disfarçada?

Apesar de já termos confirmação de um quarto filme (previsto para 2026, com filmagens iniciadas em 2023), “Bad Boys Para Sempre” tem um jeitinho de despedida. Um clima de “vamos fazer isso direito, caso seja a última vez”.

O final, sem dar spoilers, aponta caminhos novos. Mas também fecha ciclos. Reaproxima pai e filho. Mostra que coragem nem sempre é dar um salto — às vezes, é pedir desculpas.

E no meio disso tudo, ainda sobra tempo para explosões, perseguições de moto, helicópteros e frases de efeito.

E se eu perder na TV?

Se por algum motivo você não conseguir assistir na Tela Quente, não tem problema. O filme está disponível para aluguel ou compra em plataformas digitais como Apple TV, Google Play, Amazon Prime Video, e pode ser encontrado em mídia física em Blu-ray ou DVD nas principais lojas online.

No fim das contas, por que ver?

Porque é divertido. Porque emociona. Porque nos lembra que dá, sim, pra crescer sem virar chato. E porque ver Will Smith e Martin Lawrence juntos é sempre um presente — ainda mais quando eles conseguem rir da vida e chorar por ela na mesma cena.

Em tempos em que tanta sequência parece apenas um caça-níquel, Bad Boys Para Sempre mostra que, com um pouco de alma e muito respeito pelo público, até os “bad boys” podem envelhecer com dignidade. E com o coração no lugar certo.

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