“Sandman” vai ter 3ª temporada? Criador fala sobre o fim da série e o futuro dos sonhos na Netflix

0
Foto: Reprodução/ Internet

Após a estreia da segunda temporada de Sandman na Netflix, dividida em duas partes lançadas em julho de 2025, com um episódio bônus previsto para 31 de julho, os fãs ficaram com aquela sensação familiar de quem acorda de um sonho vívido demais: e agora? A história acabou mesmo?

A série, baseada na aclamada HQ criada por Neil Gaiman e publicada entre 1989 e 1996 pela DC Comics, se destacou desde o início por não se parecer com nada do que já se viu em adaptações de quadrinhos. Não é uma produção cheia de explosões, nem um festival de nostalgia. Sandman é denso, poético, estranho — e absolutamente fascinante para quem embarca na viagem.

Com o encerramento desse segundo ciclo, surge a pergunta inevitável: teremos uma terceira temporada? A resposta, até agora, está suspensa no ar. Não há confirmação oficial da Netflix. Mas o showrunner da série, Allan Heinberg, resolveu abrir o jogo sobre o futuro da produção e trouxe tanto honestidade quanto carinho em suas palavras.

Um “emprego dos sonhos” — e uma despedida difícil

Em entrevista ao site Screen Rant, Heinberg falou sobre o que significou trabalhar em Sandman, e como a experiência de adaptar os contos oníricos de Gaiman impactou sua vida criativa. Segundo ele, escrever essa série foi uma oportunidade rara, quase mágica:

“Nunca tive um emprego em que cada episódio fosse como um pequeno filme, e onde você pudesse escrever sobre as coisas mais importantes da vida — não só da vida humana, mas da vida dos deuses. Foi literalmente um emprego dos sonhos.”

A frase não é apenas uma metáfora simpática. Para Heinberg e boa parte da equipe envolvida, Sandman é uma obra de amor. Uma série feita com cuidado, sensibilidade e atenção aos detalhes — ainda que isso significasse desafios técnicos e orçamentários complexos. E aí está o problema: Sandman não é uma série barata.

Alta qualidade, alto custo

Cada episódio da série envolve uma combinação de efeitos visuais intensos, cenários fabulosos, figurinos intricados e longas horas de pós-produção. Visualmente, a série entrega algo próximo ao cinema. E isso tem um preço.

“Não é uma série barata de se fazer”, confessou Heinberg. “E se tivéssemos uma audiência que realmente exigisse — e fizesse sentido financeiro para a Netflix —, eu poderia continuar escrevendo Sandman para sempre. Você pode contar qualquer tipo de história nesse universo.”

A declaração é clara: o futuro da série depende da audiência. Diferentemente de outras produções mais “pop”, como Wandinha ou Stranger Things, Sandman nunca teve apelo de massa. É uma série de nicho — e orgulhosamente assim.

O encanto do estranho

Esse talvez seja o maior charme de Sandman: ela não tenta agradar a todos. A série mistura fantasia sombria, mitologia, filosofia, horror psicológico e até comédia, muitas vezes dentro de um mesmo episódio. Há cenas delicadas sobre o luto e a morte, outras que retratam amores impossíveis e encontros improváveis. Em uma delas, por exemplo, a personagem Lady Johanna Constantine se apaixona por uma cabeça sem corpo.

É o tipo de história que beira o surreal. Que não se encaixa em fórmulas. E, por isso mesmo, cria uma conexão única com seu público. Um público fiel, engajado e emocionalmente envolvido.

“É um milagre que nos tenham permitido fazer isso. Sandman é estranho. E me sinto muito sortudo por termos tido essas duas temporadas. É um milagre que isso tenha acontecido”, completou Heinberg.

A jornada até aqui

Antes mesmo da série sair do papel, adaptar Sandman era considerado um desafio quase impossível. Por mais de 30 anos, o universo criado por Gaiman foi alvo de tentativas frustradas de adaptação, seja para o cinema ou para a TV. Nomes como Joseph Gordon-Levitt estiveram ligados ao projeto, que acabou naufragando em conflitos criativos.

Foi só em 2019 que a Netflix topou o desafio de adaptar a obra com seriedade e liberdade artística. Com Gaiman como produtor executivo, e Allan Heinberg à frente da criação, a primeira temporada estreou em 2022, com boas críticas e uma base de fãs crescente. A segunda temporada, lançada em 2025, mergulhou ainda mais fundo nas complexidades emocionais de Morpheus e trouxe novos personagens dos quadrinhos — como Delírio, Destruição, Loki, Cluracan, e Nada, o antigo amor de Morpheus.

E o público, o que pode fazer?

Hoje, mais do que nunca, o destino da série depende de quem a assiste. A Netflix avalia cuidadosamente os números de audiência, especialmente nas primeiras semanas após o lançamento. Não é só sobre quantas pessoas assistem — é também sobre quantas terminam, comentam, compartilham. E nesse ponto, os fãs têm um papel vital.

COMENTE

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui