
Nesta quinta-feira, 2 de outubro de 2025, a TV Globo exibe na tradicional Sessão da Tarde o filme Os Inventores, uma emocionante história baseada em fatos reais que mostra como determinação, criatividade e coragem podem transformar vidas. Dirigido por Sean McNamara, com produção de David Alpert, Rick Jacobs, Leslie Kolins Small, George Lopez e Ben Odell, o longa traz à tona a trajetória de quatro jovens estudantes de origem hispânica que desafiam obstáculos sociais e econômicos para competir em um dos concursos de robótica mais prestigiosos do mundo.
O filme, lançado em 16 de janeiro de 2015 pela Lions Gate Entertainment, é inspirado no artigo da revista Wired, “La Vida Robot”, de Joshua Davis, que narra a história de estudantes de uma escola majoritariamente latina que participaram da competição MATE ROV em 2004. Com um elenco de peso, incluindo Alexa PenaVega, George Lopez, Marisa Tomei e Jamie Lee Curtis, o longa consegue equilibrar humor, emoção e aprendizado, tornando-se uma referência em histórias de superação juvenil.
A trama: talento e coragem em meio a dificuldades
A história se passa em Phoenix, Arizona, onde quatro estudantes mexicanos, filhos de imigrantes, enfrentam os desafios de estudar em uma escola pública com poucos recursos. Entre eles está Oscar Vazquez, um jovem que sonha em ingressar no Exército dos Estados Unidos. Ao visitar um Centro de Carreiras das Forças Armadas, ele descobre que, devido ao seu status de imigrante ilegal, não pode se alistar. Ao mesmo tempo, percebe uma oportunidade única: a Competição de Robótica Subaquática Marinha, promovida pela NASA e pelas Forças Armadas.
Vazquez decide, então, buscar novos caminhos. Motivado pelo desejo de alcançar algo maior, ele se une ao professor substituto Fredi Cameron, recém-chegado à Carl Hayden High School. Cameron, com formação em engenharia e doutorado, é designado para supervisionar o clube de engenharia da escola e, inicialmente, relutante, decide ajudar os estudantes a construir um robô subaquático operado remotamente para a competição.
A narrativa de “Os Inventores” explora a relação entre mentor e alunos, mostrando como Cameron, apesar de suas próprias incertezas e falta de experiência docente, consegue inspirar os jovens a acreditar no potencial de suas ideias. É uma história que celebra a importância da educação prática e do incentivo à inovação, mesmo em ambientes com recursos limitados.
Construindo sonhos com recursos limitados
O filme detalha, com riqueza de elementos técnicos e emocionais, o processo de construção do robô, apelidado carinhosamente de “Stinky”. Os estudantes enfrentam desafios logísticos, financeiros e técnicos. Sem fundos suficientes, recorrem a peças de reposição doadas por empresas locais, arrecadando apenas cerca de US$ 663,53, além de uma pequena contribuição pessoal do professor Cameron. Esse cenário coloca à prova a criatividade e a capacidade de improvisação da equipe, que precisa inovar a cada passo.
Entre os integrantes da equipe estão Lorenzo Santillan, Cristian Arcega e Luis Aranda, cada um com habilidades específicas que complementam o projeto. Santillan, inicialmente um jovem travesso, se envolve na construção mecânica do robô; Arcega assume a liderança técnica, desenvolvendo o esboço do projeto; e Aranda contribui com força física e dedicação para movimentar a máquina. Juntos, eles transformam a escassez de recursos em uma oportunidade de aprendizado e engenhosidade.
A narrativa também destaca os desafios pessoais enfrentados pelos jovens, como a insegurança em relação ao status migratório, e a pressão de competir contra equipes universitárias altamente financiadas, como a do MIT, que conta com um patrocínio de US$ 10.000 da ExxonMobil. O contraste entre os rivais e a equipe de Phoenix evidencia ainda mais a magnitude da conquista dos protagonistas.
O drama e a superação
O filme não se limita à técnica e à competição. Ele mergulha na vida dos personagens, mostrando como obstáculos sociais, econômicos e legais podem influenciar o caminho de jovens talentosos. A tensão aumenta na véspera da competição, quando os estudantes enfrentam um problema elétrico crítico, causado por um vazamento na caixa do módulo de inteligência do robô. Com improvisação e trabalho em equipe, eles conseguem consertar a falha usando métodos engenhosos, mantendo viva a esperança de competir de igual para igual com times muito mais estruturados.
Essa dimensão emocional é fortalecida pela relação de confiança entre alunos e professor. Cameron não é apenas um mentor técnico, mas também um guia emocional, ajudando os jovens a acreditar no próprio potencial, mesmo diante de adversidades que muitos considerariam impossíveis de superar. O filme enfatiza que o verdadeiro aprendizado vai além da sala de aula: é construído com resiliência, criatividade e colaboração.
O impacto da vitória
Apesar de todas as dificuldades, o esforço da equipe de Phoenix é reconhecido de maneira memorável. Durante a competição, eles completam a parte prática do desafio subaquático em quarto lugar, com 75 pontos, mesmo cometendo erros em três provas. A verdadeira virada ocorre na avaliação técnica dos jurados, responsável por 30% da pontuação total, que analisa desde a inovação do projeto até o trabalho em equipe e a capacidade de resolução de problemas.
Na cerimônia de premiação, a expectativa é grande. Inicialmente, os jovens recebem um prêmio por Conquista Especial, mas a surpresa maior vem quando são anunciados como campeões da competição. A vitória não é apenas uma conquista esportiva ou acadêmica; é a consagração do esforço, da criatividade e da perseverança de quatro jovens que, apesar de todas as limitações, decidiram sonhar grande.
Um filme que inspira e educa
“Os Inventores” é muito mais do que um filme sobre robótica. Ele funciona como uma ferramenta educativa, mostrando aos jovens espectadores que o talento não depende de recursos abundantes, mas de dedicação, paixão e coragem para enfrentar desafios. A narrativa resgata valores como trabalho em equipe, inovação e persistência, enquanto aborda questões sociais relevantes, como imigração, desigualdade educacional e oportunidades limitadas para minorias.
A escolha do elenco contribui para a força do filme. George Lopez, como mentor e produtor, adiciona autenticidade cultural, enquanto Alexa PenaVega, Marisa Tomei e Jamie Lee Curtis complementam a trama com atuações sólidas, tornando a história acessível, emocionante e envolvente. A direção de Sean McNamara consegue equilibrar o drama com momentos de leveza, mantendo o ritmo e o engajamento do público do início ao fim.
Além disso, o longa traz à tona a importância da representatividade na ciência e tecnologia. Mostrar jovens hispânicos conquistando espaços em áreas tradicionalmente dominadas por grandes universidades e equipes altamente financiadas é uma mensagem poderosa de inclusão e incentivo à diversidade no campo da inovação tecnológica.
















