
Nesta terça-feira, 7 de outubro, a Sessão da Tarde da TV Globo leva aos telespectadores uma história que mistura romance, humor e reflexões sobre a vida: Elsa e Fred: Um Amor de Paixão. O filme, que conquistou o público pela sensibilidade de sua narrativa e pela química envolvente entre os protagonistas, apresenta a relação improvável entre dois personagens de temperamentos completamente diferentes, mostrando que o amor verdadeiro pode surgir nos lugares mais inesperados.
Elsa (interpretada por Shirley MacLaine na versão americana) é uma mulher de espírito livre, cheia de vida e com uma energia contagiante. Já Fred (vivido por Christopher Plummer) é um homem rabugento, solitário e resistente a qualquer tipo de novidade. Quando suas vidas se cruzam, o resultado é um verdadeiro contraste de personalidades: enquanto Elsa deseja aproveitar cada momento e se entregar às experiências, Fred prefere a rotina, a tranquilidade e a segurança de sua solidão.
O filme começa com um incidente aparentemente banal: Elsa, em um momento de distração, bate seu carro e quebra os faróis do veículo de Lydia, filha de Fred, seu novo vizinho. O acidente poderia ser apenas um problema momentâneo, mas é o estopim para que as vidas de Elsa e Fred se entrelacem de maneira inesperada. Revoltada com o ocorrido, Lydia exige que Elsa pague pelo conserto, mas é o filho de Elsa quem decide assumir o valor, entregando um cheque para Fred.
No entanto, durante uma conversa com Fred, Elsa conta uma história comovente sobre a necessidade do dinheiro, afirmando que seu filho está desempregado e precisa sustentar cinco filhos – uma mentira que toca o coração do viúvo. Movido pela compaixão, Fred se recusa a aceitar o pagamento. Esse gesto inocente marca o início de uma amizade improvável, que logo se transforma em algo muito mais profundo.

A magia do encontro de opostos
O que torna “Elsa e Fred” tão especial é o modo como o filme explora o contraste entre os protagonistas. Elsa é apaixonada pela vida e por pequenas loucuras: gosta de se divertir, de sonhar alto e de experimentar tudo que a vida tem a oferecer. Fred, por outro lado, é um homem marcado pelo passado, fechado e desconfiado. A convivência entre os dois provoca uma série de situações engraçadas, emocionantes e, por vezes, comoventes.
A relação deles mostra que o amor não conhece idade, nem normas sociais ou padrões de comportamento. É uma narrativa que reforça a ideia de que nunca é tarde para se apaixonar ou para viver experiências que tragam significado à vida. O filme, assim, oferece aos espectadores uma reflexão sobre envelhecimento, amizade e a coragem de se abrir para o outro, independentemente das cicatrizes do passado.
Referências cinematográficas e intertextualidade
Outro ponto de destaque do filme é a forte intertextualidade com clássicos do cinema, especialmente com La Dolce Vita (1960), de Federico Fellini. Elsa é uma grande admiradora de Sylvia Rank, interpretada por Anita Ekberg, e sonha em recriar a famosa cena da Fontana di Trevi em Roma. A admiração pela personagem do filme de Fellini reflete a própria essência de Elsa: ousada, sonhadora e disposta a viver intensamente.
O filme faz diversas referências ao cinema clássico, seja de maneira direta ou indireta, o que o torna ainda mais rico para os amantes da sétima arte. Para muitos espectadores, essas homenagens funcionam como uma ponte entre gerações, mostrando como histórias e personagens icônicos continuam a influenciar e inspirar novas narrativas.

Da Argentina para Hollywood
O longa original, “Elsa y Fred”, é um filme argentino dirigido por Marcos Carnevale e lançado em 2005, estrelado por China Zorrilla e Manuel Alexandre. O sucesso da obra motivou uma adaptação hollywoodiana em 2014, dirigida por Michael Radford e protagonizada por Shirley MacLaine e Christopher Plummer. A versão americana manteve a essência da história: o encontro entre uma mulher apaixonada pela vida e um homem mais introspectivo, que aos poucos redescobre o prazer de viver ao lado de alguém que desperta suas emoções.
A adaptação norte-americana ganhou destaque não apenas pelo elenco renomado, mas também pela sensibilidade com que abordou temas universais: envelhecimento, solidão, segundas chances e a importância de aproveitar cada momento. O charme de Shirley MacLaine e a interpretação contida de Christopher Plummer criam uma dinâmica cativante, tornando o filme envolvente e agradável para públicos de diferentes faixas etárias.
Personagens que tocam o coração
O elenco de “Elsa e Fred: Um Amor de Paixão” conta com nomes consagrados. Além de Shirley MacLaine e Christopher Plummer, a produção inclui Marcia Gay Harden, Chris Noth e Wendell Pierce, todos contribuindo para construir um universo emocional rico e crível. Cada personagem, mesmo os coadjuvantes, acrescenta camadas à história, seja oferecendo alívio cômico, seja ajudando a aprofundar a narrativa principal.
Elsa, em particular, se destaca como uma personagem memorável. Sua vitalidade e seu jeito irreverente desafiam convenções e lembram ao espectador a importância de viver plenamente, independentemente das limitações que a idade possa impor. Fred, por sua vez, é a prova de que mudanças são possíveis: mesmo um homem acostumado à solidão pode se abrir para novas experiências quando encontra alguém que desperta sua curiosidade e seu afeto.
Reflexões sobre a vida e o amor
Mais do que um simples romance, “Elsa e Fred” é uma reflexão sobre a vida e suas oportunidades. O filme questiona o conceito de normalidade e conforto, mostrando que a felicidade muitas vezes está fora da rotina e que o amor verdadeiro pode surgir de encontros inesperados.
Ao longo da história, o público acompanha momentos de humor, ternura e emoção, que tornam o filme uma experiência completa. A relação entre Elsa e Fred é construída lentamente, com pequenas demonstrações de cuidado, compaixão e cumplicidade. É um romance que não depende de gestos grandiosos, mas sim da intensidade dos sentimentos e da capacidade de se entregar ao outro.
















