
O Supercine deste sábado, 13 de setembro, promete emocionar os espectadores com a exibição de Respect: A História de Aretha Franklin, cinebiografia que mergulha na trajetória da maior voz do soul mundial. Dirigido por Liesl Tommy e escrito por Tracey Scott Wilson em parceria com Callie Khouri, o longa resgata os primeiros 30 anos de vida da artista, revelando os desafios, conquistas e dores que moldaram sua carreira até se tornar um ícone imortal da música.
A narrativa começa ainda na infância de Aretha, quando ela cantava no coral da igreja de seu pai, em Detroit, e acompanha a formação de sua identidade artística dentro de uma família afro-americana de classe média. O filme mostra o impacto profundo da perda da mãe aos 10 anos e como essa ausência marcou sua vida pessoal. A partir daí, a obra constrói uma linha do tempo que vai desde os primeiros passos no universo musical, passando por relacionamentos turbulentos e até o casamento abusivo que enfrentou, até chegar à consagração definitiva com o álbum Amazing Grace, lançado em 1972, considerado um marco não apenas na carreira da cantora, mas também na história da música gospel.
O papel de Aretha Franklin adulta é vivido por Jennifer Hudson, cuja interpretação foi aprovada pela própria cantora ainda em vida. Hudson entrega uma performance visceral, unindo força dramática e potência vocal em um nível que emociona tanto nos diálogos quanto nas apresentações musicais. Na infância, Aretha é interpretada por Skye Dakota Turner, que encanta o público ao mostrar a origem da artista que viria a se tornar a Rainha do Soul. Ao lado delas, o elenco reúne nomes de peso como Forest Whitaker, Marlon Wayans, Audra McDonald, Marc Maron, Tituss Burgess, Saycon Sengbloh, Hailey Kilgore, Tate Donovan, Mary J. Blige, Heather Headley, Lodric D. Collins, Michael B. Patterson e Jelani Alladin, todos representando figuras que marcaram e influenciaram a vida da cantora.
Mais do que uma biografia musical, Respect se apresenta como um retrato humano e político. O filme mostra como Aretha Franklin enfrentou não apenas obstáculos pessoais, mas também barreiras sociais impostas a uma mulher negra nos Estados Unidos da metade do século XX. Sua voz, além de encantar multidões, tornou-se instrumento de resistência e símbolo de empoderamento feminino e racial. Cada canção interpretada no longa não é apenas uma performance, mas um reflexo da luta interior e da coragem da artista diante de um mundo hostil.
Produzido entre 2019 e 2020, o projeto foi impactado diretamente pela pandemia de COVID-19, o que resultou em adiamentos sucessivos do lançamento. Estreou finalmente em 13 de agosto de 2021, de forma póstuma, já que Aretha havia falecido três anos antes. Apesar da expectativa, o filme arrecadou cerca de 33 milhões de dólares em bilheteria, número inferior ao orçamento de 55 milhões. Ainda assim, a recepção crítica destacou a entrega emocional de Jennifer Hudson e a forma respeitosa com que a produção abordou a vida da cantora, consolidando-se como uma homenagem à altura de seu legado.
Ao revisitar os primeiros passos de Aretha Franklin, o longa oferece ao público mais do que uma história de ascensão artística. Ele reforça a importância da música como ferramenta de transformação, inspiração e resistência cultural. A trajetória da artista demonstra como a dor pode ser convertida em arte e como a fé pode sustentar a força de uma mulher que nunca deixou sua voz ser silenciada.
















