
O Superman voltou ao topo. O longa de James Gunn já ultrapassou a marca dos US$ 600 milhões em bilheteria mundial, sendo US$ 315 milhões apenas nos Estados Unidos, consolidando-se como um dos maiores sucessos recentes da DC. É o primeiro filme do estúdio a alcançar tal feito desde The Batman (2022), mostrando que, mesmo em um cenário de saturação do gênero de super-heróis, o público ainda tem fome de histórias bem construídas e personagens icônicos.
O desempenho do filme não é apenas um triunfo financeiro. Ele representa uma superação histórica em comparação com outras encarnações do Superman. A versão de Henry Cavill, em O Homem de Aço (2013), arrecadou US$ 291 milhões nos EUA, enquanto Liga da Justiça (2017) somou US$ 229 milhões. Gunn não apenas ultrapassou essas marcas, mas também elevou o padrão de estreia do personagem, consolidando uma bilheteria doméstica que se mostra promissora para toda a fase inicial do Universo DC (DCU).
Recordes e pré-estreias
O filme estreou com US$ 122 milhões nos Estados Unidos, configurando a maior estreia solo de Superman no país. O recorde anterior pertencia a O Homem de Aço, com US$ 116 milhões, e agora fica para trás diante do sucesso da nova produção. Além disso, nas pré-estreias, o longa se tornou o maior lançamento da carreira de James Gunn, um dado que reforça a força do cineasta ao trazer um herói clássico de volta à relevância moderna.
O impacto internacional também é notável. No Brasil, o filme arrecadou cerca de US$ 2 milhões apenas nas pré-estreias, mostrando que o público nacional continua entre os mais engajados com o personagem. As sessões lotadas em capitais, combinadas com ações de marketing, eventos com influenciadores e a tradição de fãs de quadrinhos, ajudaram a consolidar o sucesso do filme no país e reforçam a posição de Superman como ícone global.
Uma nova visão para o herói
Mais do que números, o filme busca renovar a narrativa do herói. Clark Kent, interpretado por David Corenswet, é mostrado como um jovem repórter em Metrópolis, ainda em início de carreira como Superman. Essa abordagem humaniza o personagem, mostrando-o vulnerável diante de dilemas éticos e da opinião pública, especialmente após ser manipulado por Lex Luthor e seu clone, Ultraman, durante um conflito internacional.
O roteiro de Gunn equilibra sequências de ação grandiosas — incluindo confrontos com Ultraman e a intervenção da Liga da Justiça — com momentos intimistas, como reflexões na Fortaleza da Solidão e interações com sua família adotiva na fazenda dos Kent. Essa alternância entre espetáculo e introspecção permite que o público compreenda não apenas o poder de Superman, mas também seus conflitos internos, reforçando a ideia de que um herói não é definido apenas por suas capacidades físicas, mas também por suas escolhas e valores.
Inspirado na HQ All-Star Superman, o filme mantém elementos clássicos, como a relação entre Clark e Lois Lane, enquanto introduz novos personagens e situações que pavimentam o futuro do DCU. Essa renovação cria espaço para histórias futuras com Supergirl, Lanterna Verde, Mulher-Maravilha e outros integrantes da Liga da Justiça, garantindo coerência narrativa e continuidade.
Elenco e atuações
O desempenho do elenco contribuiu significativamente para o sucesso crítico e de público. David Corenswet apresenta uma interpretação equilibrada, capaz de transmitir tanto a vulnerabilidade quanto a força de Superman, sem depender exclusivamente de efeitos visuais ou de nostalgia. Ao seu lado, Rachel Brosnahan entrega uma Lois Lane independente, espirituosa e essencial para a narrativa, enquanto Nicholas Hoult constrói um Lex Luthor sofisticado, calculista e ameaçador, capaz de atuar tanto nos bastidores políticos quanto como antagonista direto.
A química entre Corenswet e Brosnahan é frequentemente apontada como o coração emocional do filme. Já Hoult impressiona pela intensidade, mostrando que um vilão bem construído pode tornar a história mais crível e engajante, sem perder o caráter grandioso que um antagonista de Superman deve ter.
Recepção crítica e popular
A estreia no TCL Chinese Theater, em Los Angeles, marcou uma recepção calorosa da crítica e do público. Especialistas descreveram o filme como “divertido, enérgico e emocional”, e muitos apontam que esta é a melhor versão cinematográfica do herói desde os filmes de Richard Donner, nos anos 1970. No Rotten Tomatoes, o longa ultrapassa 83% de aprovação, enquanto no CinemaScore recebeu nota A, evidenciando a aceitação sólida dos espectadores.
Superman como pilar do novo DCU
Além do sucesso financeiro e de público, Superman estabelece as bases de um universo compartilhado. O filme inaugura oficialmente o Capítulo 1: Deuses e Monstros, uma fase planejada para expandir a presença de heróis como Supergirl, Lanterna Verde e Mulher-Maravilha. Para a Warner e a DC, o desempenho da obra é decisivo: após anos de resultados instáveis e adaptações criticadas, a produção oferece a oportunidade de reconstruir a confiança do público, mostrando que personagens icônicos podem ser revisitados com qualidade e fidelidade à sua essência.
Ao mesmo tempo, a narrativa de Gunn demonstra que o gênero de super-heróis ainda possui espaço para histórias que combinam emoção, ação e reflexão. Superman não é apenas um símbolo de força, mas também de esperança, idealismo e resiliência — valores universais que continuam a atrair o público independentemente das décadas que se passam.
















