SuperPop desta quarta (06/08) promove debate sobre violência contra a mulher e dá voz a vítimas no mês da Lei Maria da Penha

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Crédito: Divulgação/RedeTV!

“Tem coisas que a gente não esquece. Não porque quer, mas porque marca.”

Essa frase, que será dita por uma das convidadas do SuperPop desta quarta-feira, 6 de agosto de 2025, sintetiza com precisão o tom da edição especial que irá ao ar sob o comando de Luciana Gimenez, na RedeTV!. Mais do que um programa de auditório, o SuperPop se transformará hoje em um espaço de escuta, acolhimento e — acima de tudo — denúncia.

Em pleno Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, o programa abordará um dos temas mais urgentes da sociedade brasileira: o ciclo de agressões físicas, psicológicas, morais e patrimoniais que milhares de mulheres enfrentam todos os dias, muitas vezes dentro de seus próprios lares. O debate será exibido na mesma semana em que a Lei Maria da Penha, símbolo da luta contra a violência doméstica, completará 19 anos de existência.

No palco, mulheres que viveram — e sobreviveram — à violência contarão suas histórias com coragem. Especialistas trarão contexto e orientação. E Luciana, que tem se posicionado sobre temas sensíveis nos últimos anos, mais uma vez usará seu espaço televisivo para iluminar aquilo que muitos preferem ignorar.

O caso do elevador que o Brasil verá relembrado

O gatilho para o programa será um caso recente que ganhou repercussão nacional: a agressão sofrida por Juliana Garcia, capturada por câmeras de segurança de um elevador em São Paulo. Nas imagens, que serão relembradas durante a edição, é possível ver o então namorado da jovem, o ex-jogador de basquete Eduardo Cabral, desferindo golpes brutais contra ela. O vídeo chocou o país e reacendeu o debate sobre o perigo real que muitas mulheres enfrentam — inclusive ao lado de quem deveria protegê-las.

Luciana abrirá o programa com um posicionamento firme: “Nós não vamos normalizar esse tipo de violência. Precisamos falar sobre isso. O SuperPop estará aqui para escutar, acolher, informar e cobrar justiça”, afirmará a apresentadora, já na abertura da transmissão.

Vozes que romperão o silêncio

Uma das grandes forças da edição estará justamente na diversidade das histórias que irão compor o painel. Mulheres de diferentes origens, idades e trajetórias se encontrarão ali com um propósito comum: romper o silêncio que, durante muito tempo, foi imposto pela dor, pelo medo e pela vergonha.

Gizelly Bicalho, ex-participante de reality show e advogada criminalista, trará uma visão emocional e técnica. Emocionada, comentará como episódios de machismo e violência velada ainda estão enraizados — inclusive no Judiciário. “Muitas vezes, a vítima é revitimizada no processo. Tem que provar que não mereceu o que sofreu. Isso precisa acabar”, dirá.

Saiury Carvalho, modelo e ex-Miss Sergipe, compartilhará pela primeira vez em rede nacional o relacionamento abusivo que viveu na juventude. Seu depoimento, carregado de emoção, provocará comoção no auditório. “Demorei muito para entender que aquilo não era amor, era violência”, afirmará.

Renata Banhara, cujo caso de violência doméstica ganhou destaque anos atrás, reforçará a importância da denúncia e da rede de apoio. “Quando uma mulher fala, outras criam coragem também”, destacará, com voz firme.

O papel da polícia e da justiça

Para ampliar o debate, Luciana receberá a delegada Dra. Raquel Gallinati, conhecida nacionalmente por sua atuação contra o feminicídio. Com sua longa experiência, Raquel explicará como o sistema de justiça ainda enfrenta gargalos, apesar dos avanços.

“A Lei Maria da Penha é uma das mais avançadas do mundo, mas ainda falta estrutura para aplicá-la de forma eficiente. Delegacias da mulher são poucas, e muitas vítimas desistem no caminho por falta de acolhimento adequado”, afirmará.

A delegada também destacará a importância das medidas protetivas e das ações preventivas nas escolas, nas mídias e nos lares. “A violência não começa com o tapa. Começa com o controle, com a manipulação. Precisamos agir antes”, alertará.

Lei Maria da Penha: 19 anos de luta e resistência

Promulgada em 2006, a Lei Maria da Penha foi um marco legal e simbólico no enfrentamento da violência doméstica. Inspirada na história de Maria da Penha Maia Fernandes, que ficou paraplégica após ser agredida pelo então marido, a lei permitiu avanços jurídicos e sociais importantes.

Nestes 19 anos, o Brasil criou delegacias especializadas, medidas protetivas de urgência, centros de acolhimento e penas mais rígidas para agressores. No entanto, o país ainda convive com números alarmantes. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mais de 1.400 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2024, a maioria assassinada por companheiros ou ex-companheiros.

Essa triste realidade mostra que a legislação é apenas parte da resposta. O desafio continua sendo colocar a lei em prática com estrutura, velocidade e sensibilidade.

Um apelo que será ouvido: “Você não está sozinha”

Ao fim da edição, Luciana fará um apelo emocionado ao público: “Se você está passando por isso, se está com medo, se acha que não tem saída, eu quero te dizer: você não está sozinha. Existe saída. Existe ajuda. E a sua vida vale muito.”

Ela também reforçará que o programa continuará abordando pautas sociais relevantes, com o compromisso de usar o alcance da TV aberta para transformar realidades. “A televisão precisa acompanhar a vida real. E a vida real de muitas brasileiras está pedindo socorro. Nós não vamos ignorar isso.”

Como e onde buscar ajuda?

A violência doméstica se manifesta de muitas formas: física, moral, sexual, psicológica ou patrimonial. Em todos os casos, é essencial buscar apoio. Veja abaixo onde encontrar:

  • Ligue 180: Central de Atendimento à Mulher — funciona 24h, sigiloso e gratuito.
  • Delegacia da Mulher: registre boletim de ocorrência e solicite medida protetiva.
  • Centros de Referência: atendimento jurídico, social e psicológico gratuito.
  • Aplicativos estaduais (como o SOS Mulher): permitem denúncias discretas.
  • ONGs e coletivos locais: suporte para mulheres em situação de vulnerabilidade.

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